Animais invertebrados diferem-se dos vertebrados por não apresentarem crânio e coluna vertebral. Baratas, águas-vivas e minhocas são exemplos de animais invertebrados.
Animais invertebrados são aqueles que não apresentam crânio e coluna vertebral. Nesse grupo, estão inclusos uma série de animais conhecidos de todos nós, tais como borboletas, mosquitos, camarões, esponjas e águas-vivas. Neste texto abordaremos mais a respeito do grupo dos invertebrados, que é extremamente amplo, complexo e diversificado.
Os invertebrados são animais, portanto, compartilham algumas características em comum com todos os representantes desse grupo de seres vivos. Dentre essas características, podemos citar a nutrição heterotrófica, o tipo celular eucarionte e a pluricelularidade.
Quando falamos que invertebrados são heterotróficos, estamos dizendo que esses animais não são capazes de produzir seu próprio alimento, ou seja, alimentam-se de outros seres vivos. O tipo celular eucarionte diz respeito a uma célula que possui núcleo definido. Já a pluricelularidade quer dizer que são formados por mais de uma célula.
Além dessas características compartilhadas com outros animais, os invertebrados, como dito, não possuem crânio e coluna vertebral. Dizemos que essa classificação é artificial, pois leva em consideração características simples de verificar e não necessariamente reflete alguma relação de parentesco entre esses organismos. Podemos confirmar isso quando verificamos que alguns invertebrados apresentam mais parentesco com vertebrados do que com demais seres do seu próprio grupo.
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Vários grupos de animais podem ser agrupados nos invertebrados. Existem aproximadamente 33 filos diferentes desse tipo de animal, porém, normalmente, apenas oito desses são referenciados nos livros didáticos, sendo eles: poríferos, cnidários, platelmintos, nematódeos, moluscos, anelídeos, artrópodes e equinodermos.
Veja a seguir um quadro com as principais características dos invertebrados:
Características dos grupos de invertebrados |
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Filo |
Características |
Exemplos |
Poríferos |
Possuem corpo rico em poros e alimentam-se por meio de filtração, sendo, portanto, animais aquáticos. São animais sésseis (que não se locomovem) quando adultos e não possuem tecidos verdadeiros formando seu corpo. |
Esponjas |
Cnidários |
Vivem no ambiente aquático e possuem duas formas corporais: pólipos e medusas. Os pólipos são, em sua grande parte, sésseis, enquanto as medusas são livres e natantes. Os cnidários possuem uma cavidade gastrovascular que possui única abertura, a qual funciona como ânus e boca. |
Águas-vivas, corais e hidras |
Platelmintos |
Possuem o corpo achatado, sendo normalmente chamados de vermes achatados. São conhecidos, principalmente, pelos representantes que causam doença aos seres humanos, porém, há também espécies de vida livre. |
Tênias, planárias e esquistossomo |
Nematódeos |
Também são conhecidos como vermes, porém se diferenciam dos platelmintos por apresentarem o corpo alongado e afilado nas extremidades. Também apresentam espécies parasitas e de vida livre. |
Lombrigas e oxiúros |
Moluscos |
Possuem um corpo mole. Em alguns representantes é possível verificar a presença de concha protegendo o corpo do animal. A lula é um representante que apresenta uma concha interna reduzida. |
Lesmas, caracóis, lulas, polvos e mariscos |
Anelídeos |
Possuem corpo dividido em uma série de anéis. Podem ser encontrados no ambiente marinho, na água doce e em solo úmido. |
Minhocas e sanguessugas |
Artrópodes |
Grupo com o maior número de espécies conhecidas. Estima-se que exista um bilhão de bilhões (1018) de artrópodes no planeta. Sua principal característica é a presença de um exoesqueleto revestindo o seu corpo e a presença de apêndices articulados. O exoesqueleto limita o crescimento do invertebrado, portanto, de tempos em tempos, é necessária a realização da muda, que é a troca desse esqueleto externo. |
Borboletas, mosquitos, aranhas, lagostas e escorpiões |
Equinodermos |
Apresentam uma rede de canais internos, pelos quais a água circula. Esse sistema é fundamental para garantir a movimentação e ajudar na alimentação desses animais. |
Estrelas-do-mar, ouriços-do-mar e pepinos-do-mar |
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Os animais invertebrados são encontrados nos mais variados habitat. Algumas espécies, como a aranha e o escorpião, vivem no ambiente terrestre. O polvo, por sua vez, é um animal encontrado no ambiente aquático, mais precisamente no ambiente marinho. A hidra é também um animal aquático, porém, diferentemente do polvo, é encontrada no ambiente de água doce.
Existem ainda espécies que são parasitas e vivem no interior do nosso corpo, sendo esse o caso da lombriga e da tênia. Percebemos, portanto, que os invertebrados não são apenas um grupo que apresenta grande variedade de características morfológicas e fisiológicas, sendo também um grupo de variados hábitos de vida.
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Os invertebrados correspondem a cerca de 95% das espécies animais do nosso planeta.
Alguns invertebrados podem apresentar grandes tamanhos, como é o caso da tênia do peixe, que pode atingir cerca de 10 metros de comprimento, e da lula gigante, que pode atingir 18 metros.
Alguns compostos produzidos pelas esponjas estão sendo testados como agentes anticancerígenos.
As sanguessugas foram usadas por muito tempo para o tratamento de doenças, por meio de uma técnica chamada de sangria.
O salto da pulga chega a ser 200 vezes mais longo que o corpo desse animal.
A toxicidade do veneno do escorpião depende da espécie, sendo que algumas espécies podem causar a morte. No Brasil, a espécie que causa mais mortes é a Tityus serrulatus, o escorpião-amarelo. Crianças são, geralmente, as que mais apresentam quadros críticos quando picadas.
As estrelas-do-mar conseguem alimentar-se de ostras introduzindo seu estômago no interior da concha e lançando enzimas que promovem a digestão.
As borboletas-monarcas realizam grandes migrações, indo do Canadá ao México para fugir do inverno. Esse percurso é de mais de 4800 quilômetros.
Turritopsis nutricula é uma espécie de água-viva capaz de rejuvenescer-se. Estudos mostraram que essa espécie é capaz de regenerar-se continuamente e de voltar ao seu estágio inicial de vida.
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