A divisão da História consiste na divisão cronológica dos acontecimentos estudados em cinco fases que são encontradas nos livros didáticos. Essa fragmentação foi criada pelos historiadores a fim de facilitar a compreensão e análise dos eventos históricos, o que se tornou um importante método de estudo dessa disciplina. No entanto, a divisão cronológica é criticada por alguns historiadores.
A divisão da História mais comum abarca as seguintes fases:
Pré-História
Idade Antiga
Idade Média
Idade Moderna
Idade Contemporânea
Fases |
Início |
Término |
Pré-História |
- |
4000 a.C. |
Idade Antiga |
4000 a.C. |
476 d.C. |
Idade Média |
476 d.C. |
1453 |
Idade Moderna |
1453 |
1789 |
Idade Contemporânea |
1789 |
- |
É importante considerarmos que essa classificação é uma definição realizada por historiadores modernos com intuito de facilitar o estudo e o ensino da História por uma perspectiva cronológica. Essa divisão, portanto, agrupa os acontecimentos pela passagem do tempo e estipula marcos que determinam o início e fim de cada fase.
Não devemos ter uma visão engessada acerca dos períodos históricos e os marcos que estipulam a passagem de um período para o outro. Sendo assim, é importante compreender que a Europa não assumiu as características básicas que a definiram na Idade Média em 476, mas, nesse ano, um acontecimento importante deu início às transformações que, ao longo dos séculos, deram a forma da Idade Média.
Algumas críticas são feitas a essa divisão, uma vez que ela usa apenas a cronologia como ferramenta para realizar a divisão dos conteúdos da História. Além disso, ela é criticada por ser eurocêntrica e focar apenas em aspectos relacionados aos acontecimentos diretamente relacionados ao continente europeu. Atualmente, existem historiadores que debatem alternativas ao uso excessivo da cronologia como ferramenta de ensino e estudo da História.
Vejamos aqui algumas informações básicas acerca da divisão da História.
A Pré-História acompanha os acontecimentos relacionados ao surgimento dos primeiros hominídeos e sua evolução. Desse período, estuda-se o desenvolvimento desses hominídeos e as ferramentas utilizadas por esses na sua sobrevivência. Analisa-se também as diferentes espécies de hominídeos até o surgimento do homo sapiens sapiens.
O marco que estipula o fim desse período é o surgimento da escrita, por volta de 4000 a.C. Para saber mais sobre esse período da História, acesse: Pré-História.
A Idade Antiga teve como marco para seu início o surgimento da escrita, por volta de 4000 a.C., e esse período acompanha todas as civilizações da Antiguidade, como os povos mesopotâmicos, hititas, fenícios, hebreus, persas, chineses, e o grande foco desse período vai para os povos clássicos, isto é, gregos e romanos, os povos considerados com maior avanço intelectual de toda a Antiguidade.
O marco que colocou fim a esse período foi a invasão de Roma pelo hérulos, um povo germânico, e a destituição de Rômulo Augusto do trono romano em 476 d.C. Com isso, o Império Romano do Ocidente teve fim e a Europa Ocidental iniciou uma fase de grandes transformações que levou à formação do medievo.
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A Idade Média recebeu esse nome dos renascentistas que consideravam esse período como um tempo que ficava no meio do Renascimento e o período das civilizações clássicas. A Idade Média estendeu-se de 476 a 1453, e o estabelecimento desse período considera a forma como a sociedade da Europa Ocidental desenvolveu-se.
Nesse período, é abordado o desenvolvimento do feudalismo na Europa, por meio do processo de ruralização da Europa após o fim do Império Romano do Ocidente. Com isso, surgiram novas relações de poder, como a suserania e a vassalagem, e o funcionamento da sociedade tornou-se radicalmente distinto da forma como funcionava em Roma.
A Igreja Católica detinha grande influência sobre a sociedade e tinha papel importante na sustentação dos reis. A partir do século XI, o renascimento urbano e comercial na Europa abriu caminho para as transformações sociais que levaram ao desenvolvimento do mercantilismo, chamado por alguns de capitalismo comercial. Essas transformações também foram causadas por crises, como a crise do século XIV.
Em outros continentes, porém, a situação e os modos de vida eram diferentes dos que existiam na Europa. Aqui na América, por exemplo, o fim da Idade Média marcou o apogeu de civilizações pré-colombianas: os incas e os astecas. O marco que pôs fim a essa fase é a conquista de Constantinopla pelos otomanos, em 1453.
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A Idade Moderna é a fase de transição do feudalismo para o capitalismo. O mercantilismo foi a forma como essa transição aconteceu. O desenvolvimento do mercantilismo relacionou-se com o desenvolvimento comercial que a Europa passou a viver a partir do século XII. O “fechamento” de Constantinopla, quando a cidade foi conquistada pelos muçulmanos, levou os europeus a procurarem alternativas para seu comércio e disso veio, em parte, o impulso para as Grandes Navegações.
Na Idade Moderna, o poder da Igreja começou a ser questionado e a importância da razão começou a sobrepor-se em relação à fé. O Renascimento é um exemplo disso e trouxe um importante florescimento nas artes, por exemplo. O surgimento do Iluminismo foi outra fase desse processo de desenvolvimento científico e racional da sociedade ocidental.
Os europeus chegaram à Europa e iniciaram a conquista do continente americano (existem historiadores que chamam de invasão). Os povos indígenas da América foram dizimados e os europeus impuseram um sistema de exploração intenso nesse continente. A escravidão de indígenas e africanos tornou-se comum.
A Igreja Católica sofreu um grande revés na Europa com as Reformas Protestantes, movimento iniciado por Lutero, no intuito de reformar a Igreja do que ele entendia como desvio/falhas da instituição. O desenvolvimento de ideais baseados na racionalidade e na defesa de que todos os homens são iguais levou a acontecimentos como a Revolução Francesa. A queda da Bastilha foi, inclusive, o marco que pôs fim a Idade Moderna e iniciou a fase contemporânea da História.
É a fase atual. Iniciou-se com a Revolução Francesa, acontecimento que transformou radicalmente a sociedade ocidental e popularizou ideias como “igualdade dos homens perante a lei”. Embora essa igualdade defendida na época fosse ainda muito distante da ideal, deu início a movimentos que levaram a humanidade ao estado atual de valorização do ser humano em todos os aspectos.
Na Idade Contemporânea, as colônias europeias na América conquistaram sua independência, mas os europeus acabaram colonizando a África e Ásia quando a indústria surgiu. A colonização, de uma forma geral, foi prejudicial, e os locais colonizados, até hoje, colhem as consequências dessa exploração.
O desenvolvimento do capitalismo deu origem a movimentos de contestação que reuniam trabalhadores na defesa de seus interesses contra a intensa exploração realizada pelos burgueses. Isso deu origem a movimentos como o socialismo, que influenciou a humanidade ao ponto de revoluções comunistas acontecerem em várias partes do mundo no século XX.
O século XX ficou marcado por duas grandes guerras mundiais e por grandes genocídios. Esses acontecimentos levaram ao surgimento de instituições que têm como grande objetivo a preservação da paz, embora o mundo ainda seja marcado por conflitos.
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A divisão da História do Brasil também é uma convenção realizada por historiadores modernos que agrupam os acontecimentos em períodos cronológicos de maneira a facilitar o ensino e aprendizagem desse conteúdo. De maneira ampla, a História brasileira é dividida em três períodos que podem contar com subdivisões em seu interior.
Os três períodos da História brasileira são:
Período Colonial (1500-1822)
Período Monárquico (1822-1889)
Período Republicano (1889-atualmente).