Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa a partir do século XVIII e realizou fortes críticas à Igreja, ao absolutismo e ao mercantilismo.
O iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, em meados do século XVIII, e teve grande influência na França. Os iluministas defendiam a predominância da razão sobre a fé e os misticismos. Faziam profundas críticas ao modelo de Estado absolutista e aos princípios econômicos do mercantilismo.
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Foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, no século XVIII.
Sua influência foi tão grande que o século XVIII ficou conhecido como o “século das luzes”.
Teve como expoentes: Adam Smith, Montesquieu, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau, entre outros.
Seus ideais foram fortemente apoiados pela burguesia por tecer críticas ao absolutismo e ao mercantilismo.
Inspirou acontecimentos por todo o Ocidente, como a Revolução Americana e a Revolução Francesa.
O iluminismo foi um movimento intelectual que se estabeleceu na Europa a partir do século XVIII. Também recebeu o nome de ilustração, e sua influência nesse período fez com que o século XVIII ficasse conhecido como o “século das luzes”. O movimento propunha mudanças significativas na política, economia e sociedade.
Alguns historiadores entendem que o iluminismo se iniciou já no século XVII, período marcado pelos pensamentos de intelectuais como John Locke, René Descartes e Francis Bacon. Outros historiadores discordam e entendem que o trabalho desses pensadores é parte de um momento pré-iluminista.
O nome desse movimento se deve a uma concepção que se desenvolveu entre seus próprios adeptos. O termo vem de “luzes”, “iluminação”, e isso porque os iluministas afirmavam trazer a luz para as mentes do século em que viviam.
O ponto de partida para seu ideal foi a importância da razão em detrimento da fé. Os iluministas acreditavam que a razão e o conhecimento deveriam ser os guias da humanidade na explicação dos fenômenos e na procura pelo conhecimento. Assim, eles faziam profundas críticas ao domínio da Igreja sobre a sociedade e aos misticismos e crenças infundados.
O iluminismo lutava também contra o poderio e a influência da Igreja porque os ideais defendidos por essa instituição iam contra seus princípios, sobretudo o desenvolvimento intelectual. Os iluministas afirmavam que o racionalismo era o caminho para o desenvolvimento e o progresso da humanidade.
De forma geral, a ideia de evolução e progresso estava presente no pensamento iluminista, pois esses intelectuais acreditavam ser possível — por meio do racionalismo e de determinadas mudanças políticas, sociais e econômicas — construir uma sociedade melhor, considerada mais justa dentro daquilo que eles entendiam como justiça.
Entre os intelectuais de destaque do movimento estavam Immanuel Kant, Jean-Jacques Rousseau, Voltaire, Denis Diderot, Montesquieu, Adam Smith, David Hume, entre outros. Seus trabalhos tiveram influência significativa na propagação e popularização dos ideais iluministas.
Outros valores importantes defendidos pelo movimento eram a liberdade dos homens (mas em um sentido muito restrito), o fim das interferências do Estado na economia, a limitação dos poderes do rei, a separação entre Estado e Igreja, e a propagação do conhecimento adquirido pelo homem.
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O surgimento do iluminismo se deu no momento em que o absolutismo e o mercantilismo estavam em seu auge. Por absolutismo entende-se o sistema de governo em que o poder se concentrava de maneira absoluta nas mãos do monarca; e o mercantilismo era as práticas comerciais adotadas pelas nações europeias e que visavam à obtenção do lucro e de metais preciosos.
O iluminismo teve grande força sobretudo na França, país que teve o modelo clássico de regime absolutista personificado na figura do rei Luís XIV. Nesse regime, o monarca era a figura que governava o Estado, e seus poderes eram praticamente ilimitados. Não havia espaço para contestação da vontade dele nesse sistema.
Assim, os iluministas defendiam a criação de um sistema que limitasse o poder do monarca. Essa limitação se daria por meio de um Congresso, eleito pelo povo, e por meio de uma Constituição, um documento base que regeria o funcionamento de um Estado, citando os deveres dos monarcas para com os cidadãos, por exemplo.
Além disso, os iluministas defendiam um modelo político que garantisse as liberdades que os cidadãos não tinham com o absolutismo, isto é, que garantisse a igualdade entre os homens perante a lei, a liberdade de imprensa, a liberdade de reunião, a liberdade religiosa, entre outras.
Essa crítica ao absolutismo fez com que o iluminismo recebesse apoio da burguesia, classe em ascensão econômica, mas que não possuía poderes políticos, pois a ordem política absolutista dava privilégios e poderes políticos para clero e nobreza. Visando alterar esse quadro, os burgueses abraçaram os ideais iluministas.
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A burguesia também apoiava o iluminismo devido às profundas críticas que os economistas iluministas faziam ao mercantilismo e às práticas econômicas do Estado absolutista. Enquanto absolutistas, o controle dos monarcas sobre as economias e o comércio era muito grande. Não era do interesse dos burgueses que essa regulação e esse controle fossem tão intensos.
O iluminismo forneceu a base teórica para a crítica a esse modelo com a ideia central de que o mercantilismo atrapalhava a livre iniciativa e que o mercado deveria regular a si mesmo, sem ficar sofrendo as interferências do Estado. Por fim, esse modelo também defendia que a livre iniciativa e a busca pelo lucro garantiriam o desenvolvimento e o progresso da sociedade, pois as oportunidades estariam disponíveis para todos.
O grande defensor dessas ideias foi o economista escocês Adam Smith, e seus pensamentos deram origem ao que conhecemos como liberalismo econômico. Outros economistas iluministas defendiam as ideias do francês François Quesnay, que também era um crítico da intervenção do Estado na economia, mas que acreditava que a agricultura, não o comércio, era o grande gerador de riquezas.
Os ideais do iluminismo tiveram grande influência, não só na Europa, mas em todo o mundo ocidental. Eles foram catalisadores de mudanças profundas nas estruturas políticas, econômicas e sociais no Ocidente e resultaram em acontecimentos importantes na história humana.
Sobretudo os pensamentos formulados por Adam Smith tiveram grande importância e contribuíram diretamente para a consolidação do capitalismo. Tanto que, já na segunda metade do século XVIII, foi iniciada a Revolução Industrial, momento marcado por grande desenvolvimento tecnológico que estabeleceu a industrialização do mundo e o capitalismo como modo de produção econômica.
No aspecto político, a influência dos ideais iluministas é perceptível até os dias de hoje, pois, no caso brasileiro, por exemplo, vive-se em um país onde há a separação oficial entre Estado e Igreja, um ideal iluminista; o Estado brasileiro, ainda, adota a teoria dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), formulada por Montesquieu, um dos grandes nomes do iluminismo, entre outros.
Já no século XVIII a influência desses ideais se fez ver, uma vez que a Revolução Americana, o processo de independência dos Estados Unidos, aconteceu mediante a orientação deles. Assim também aconteceu com a Revolução Francesa e a luta do povo francês pelo fim do absolutismo e dos privilégios de classe.
A Revolução Francesa catalisou mudanças profundas na França e que se espalharam pela Europa e pelas Américas, e mesmo antes dela alguns países europeus já haviam reformado seus sistemas políticos, atualizando-os aos valores iluministas. As autoridades que adotaram princípios iluministas em seus governos ficaram conhecidas como déspotas esclarecidos, e um dos mais conhecidos foi o Marquês de Pombal.
No Brasil dos séculos XVIII e XIX também se percebeu a influência das ideais iluministas, pois movimentos como a Inconfidência Mineira se deram na defesa da igualdade entre os homens, de maiores liberdades política e econômica, da eleição como forma de escolher os representantes dos cidadãos etc. Os movimentos de independência do Haiti e das nações da América Espanhola também tiveram forte influência dos ideais iluministas.