A Idade Média é um dos períodos da história humana, segundo a periodização tradicional. Ocorreu de 476 a 1453, sendo marcada pelo domínio da Igreja e pelo feudalismo.
A Idade Média é um dos períodos da história humana e aconteceu de 476 a 1453. Os marcos que delimitam o início e o término desse período foram a desagregação do Império Romano, com a derrubada de seu último imperador, em 476, e a queda de Constantinopla para os otomanos, em 1453.
Esse período é dividido em Alta e Baixa Idade Média, cada qual possuindo suas características. No geral, a Idade Média é marcada pelo poderio da Igreja Católica, bem como pela concentração da riqueza com base na posse da terra. O feudalismo é um dos conceitos mais básicos desse período.
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A Idade Média é um dos períodos da história humana, de acordo com a periodização tradicional.
Esse período estendeu-se de 476 a 1453.
O marco de início foi a desagregação do Império Romano.
O marco de encerramento foi a queda de Constantinopla para os otomanos.
O feudalismo e o poderio da Igreja são características básicas desse período.
A Idade Média é um dos períodos estabelecidos pelos historiadores. Esse período se estendeu de 476 a 1453, sendo marcado por profundas transformações e por ter se estabelecido por meio da fusão da cultura romana com a cultura dos povos germânicos.
Os dois marcos que delimitam o início e o fim da Idade Média na historiografia são:
476: invasão de Roma e destituição de Rômulo Augusto do trono romano;
Esse período ficou marcado pelo poderio da Igreja Católica, instituição que se estabeleceu, tornando-se rica e influente em todo o continente europeu. Além disso, a riqueza estava concentrada na terra, sendo produzida, sobretudo, por meio da agricultura. A sociedade era estratificada, com classes sociais que possuíam papéis muito bem definidos.
Os historiadores apontam que esse nome foi dado pelos renascentistas, que procuraram diferenciar a época que eles viviam do período medieval. O primeiro registro que atesta isso remonta a um erudito italiano do século XIV chamado Francesco Petrarca.
O que estava por trás disso era uma necessidade dos intelectuais renascentistas de diferenciar a cultura de seu século da cultura dos séculos anteriores no continente europeu. Isso porque, a partir do século XV, começou a ganhar força na Europa a valorização da cultura, ciência e artes clássicas (isto é, oriundas de Grécia e Roma).
O enfraquecimento romano, a partir do século V, teria iniciado um declínio da cultura clássica, mas no século XV em diante se estabeleceu uma forte valorização dessa cultura. Assim, os intelectuais do período concluíram que o período que se estendeu entre os séculos V e XV era um tempo médio, e eles, que se consideravam modernos, estavam em uma “Idade Moderna”.
Foi com essa ideia de “tempo médio” que o termo Idade Média foi usado pela primeira vez em 1469, por Giovanni Andrea.
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A Alta Idade Média estendeu-se do século V ao século X e se iniciou com a desagregação do Império Romano, estruturando-se por intermédio da mistura da cultura romana com a cultura germânica.
A cultura germânica foi trazida pelos povos germânicos, os quais habitavam ao norte das fronteiras romanas e que começaram a invadir as terras romanas a partir do século III, contribuindo para o fim da porção ocidental do Império Romano.
Esse é um período de transição na história europeia, pois o continente europeu enfrentou profundas transformações. Primeiramente pode ser destacada a ruralização que a Europa sofreu com a desagregação romana. As grandes cidades se esvaziaram e a população procurou se abrigar próximo dos locais produtores de alimento.
Além disso, houve o enfraquecimento do comércio, uma vez que a população se reuniu ao redor de grandes propriedades rurais, evitando o contato com o mundo exterior como medida de segurança. A moeda também deixou de ser usada em larga escala, havendo, portanto, uma retração econômica. Para saber mais sobre essa fase, clique aqui.
A Baixa Idade Média, por sua vez, é entendida como o auge do feudalismo, estendendo-se do século XI até o século XV. Nesse período, o poder da Igreja Católica já estava estabelecido, com essa instituição controlando a religião, a política, a sociedade e a cultura desse período.
O poder real começou a centralizar-se, com os monarcas acumulando poderes e tornando-se figuras com poder incontestável. A economia tornou-se mais dinâmica, pois o comércio renasceu, espalhando-se por todo o continente e fazendo com que a moeda passasse a ser utilizada em grandes quantidades.
Além disso, esse período ficou marcado pelo crescimento das cidades, fruto do aumento populacional, mas também da procura das pessoas por locais como novas oportunidades de sustento para além da servidão. O crescimento do comércio também contribuiu para o crescimento urbano, pois muitos comerciantes se estabeleceram nos arredores das cidades, criando os burgos. Para saber mais, clique aqui.
O feudalismo foi um sistema político, econômico e social que controlou a sociedade europeia durante a Baixa Idade Média, uma vez que durante a Alta Idade Média esse sistema ainda estava se estabelecendo. O feudalismo tinha sua riqueza ligada à terra, pois era no feudo que se produzia a riqueza por meio da agricultura, principalmente.
O feudalismo ficou marcado por uma profunda divisão social, havendo três classes sociais predominantes na Europa medieval, cada qual com suas atribuições. As três classes eram:
Clero: formado por membros da Igreja Católica, era uma instituição rica e poderosa.
Nobreza: donos dos feudos, os senhores feudais juravam fidelidade ao rei e recebiam o direito de explorar suas terras. Enriqueciam por meio da exploração dos servos e detinham um grande poderio militar, atuando como guerreiros sempre que necessário.
Servos: eram os camponeses que exerciam o trabalho agrícola. Eram obrigados a pagar diversos impostos para os senhores feudais, além de estarem presos à terra, não podendo abandonar os domínios do senhor feudal.
Um ponto importante do feudalismo era a relação de lealdade que se estabelecia entre o rei e o senhor feudal por meio do que ficou conhecido como relação de vassalagem. Nela um nobre jurava lealdade ao rei e recebia terras e o direito de explorá-las, além do trabalho dos servos. Uma das obrigações dos nobres era atender às convocações militares realizadas pelo rei. Para saber mais sobre o feudalismo, clique aqui.
Com quase 1000 anos de duração, a Idade Média ficou marcada por diversos acontecimentos relevantes:
Formação do Império Bizantino
Surgimento do islamismo
Formação do Império Carolíngio
Invasões vikings
Cisma do Oriente
Cruzadas
Renascimento Urbano
Renascimento Comercial
Guerra dos Cem Anos
Peste negra
Cronologicamente falando, o fim da Idade Média foi estabelecido em 1453, quando a cidade de Constantinopla foi invadida pelos otomanos, dando fim ao Império Bizantino. No entanto, a Europa medieval passava por transformações profundas havia séculos e essas mudanças anunciavam que uma nova configuração se estabeleceria no continente.
Muitas mudanças aconteceram por conta da crise do século XIV, em uma sucessão de eventos catastróficos na Europa. Esse século ficou marcado por crises de fome, causadas pela baixa produtividade agrícola, resultante de frio e de chuvas excessivas que atingiram o continente europeu.
Houve também mortes causadas pela proliferação de doenças, em decorrência da má alimentação da população e de conflitos, como a Guerra dos Cem Anos. A violência se disseminou junto com a guerra e com diversas revoltas de camponeses que aconteceram na Europa. Por fim, houve as milhões de mortes causadas pela peste negra. Estima-se que metade da população europeia tenha morrido por conta da pandemia de peste bubônica.
Fontes
FRANCO JUNIOR, Hilário. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006.
LE GOFF, Jacques. As raízes medievais da Europa. Petrópolis: Vozes, 2011.
LE GOFF, Jacques. A História deve ser dividida em pedaços? São Paulo: Editora Unesp, 2015.
LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente medieval. Petrópolis: Vozes, 2016.