O desmatamento é um grave problema ambiental que castiga biomas brasileiros como Amazônia e Cerrado, muito visados pelo agronegócio para a expansão das áreas produtivas.
Desmatamento é a remoção da cobertura vegetal de um solo, o que acontece principalmente por meio da ação dos seres humanos. Tais ações compreendem, sobretudo, as atividades econômicas desenvolvidas pela sociedade, como a agropecuária, o extrativismo vegetal e a ampliação das áreas urbanas e urbanizadas.
Os impactos gerados pelo desmatamento, que pode ser legal ou ilegal, são os mesmos: desde perda de biodiversidade ao agravamento do aquecimento global devido à grande liberação de carbono. Conter esse problema é urgente, e depende da ação em conjunto do poder público e dos entes privados.
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Desmatamento é a remoção da cobertura vegetal de um solo em uma área.
É um grave problema ambiental ocasionado pela ação humana principalmente.
A abertura de áreas para a agropecuária, o extrativismo vegetal, e a urbanização e industrialização são algumas das causas do desmatamento.
O desmatamento pode ser legal, estipulado por meio da legislação, ou ilegal.
Os impactos do desmatamento incluem a perda de biodiversidade, a fragilização do solo e as alterações no microclima, além de contribuir com o aquecimento global.
No Brasil o desmatamento acomete principalmente a Amazônia e o Cerrado no período mais recente, o que se deve à expansão da fronteira agrícola.
Rússia e Brasil são os países que mais desmatam em todo o mundo, seguidos por Estados Unidos, Canadá e Indonésia.
O problema do desmatamento pode ser combatido mediante a aplicação da legislação ambiental e de multas, a oferta de recompensas a produtores rurais e a ampliação do escopo legal de atuação dos agentes públicos nessa questão.
Desmatamento é o nome dado à retirada da cobertura vegetal de determinada área. Trata-se de um grave problema ambiental caracterizado pela completa remoção de florestas, campos, bosques e quaisquer outros tipos de vegetação que recubram um solo, deixando-o exposto à ação dos agentes intempéricos. Na grande maioria dos casos, o desmatamento tem como origem as atividades econômicas desenvolvidas pelos seres humanos.
A intervenção dos seres humanos na natureza ocasiona profundas transformações no meio que acabam por degradar os ecossistemas e gerar sérios problemas ambientais, o que não é diferente no caso do desmatamento. O desmatamento tem como causa principal a ação antrópica, motivada por diversas circunstâncias associadas às suas atividades econômicas.
Dessa maneira, podemos apontar como causas do desmatamento:
A abertura de novas áreas agrícolas e de pastagem, o que se intensificou com o advento da Revolução Verde e o surgimento do agronegócio.
O extrativismo mineral (mineração) e o extrativismo vegetal.
A ampliação das indústrias para áreas rurais e a expansão do tecido urbano, ou seja, o crescimento das cidades, que demanda novas áreas.
A urbanização crescente, que demanda a ampliação das redes de serviço, como estradas, além da construção de usinas hidrelétricas para a geração de energia elétrica.
O número cada vez maior de queimadas e incêndios florestais. O fogo pode ter origem natural, mas é muito comum que seja causado pelos seres humanos.
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O desmatamento pode ser classificado em legal ou ilegal, a depender da maneira como essa prática é realizada.
Como vimos até aqui, o desmatamento é um problema ambiental que provoca danos à natureza. Esses danos afetam toda a biosfera no médio e longo prazo, o que inclui os seres humanos. Dentre as principais consequências da retirada de vegetação, citamos:
Destruição de habitats e perda de biodiversidade.
Redução dos recursos naturais disponíveis, prejudicando comunidades tradicionais que dependem da vegetação para a sua subsistência.
Alteração no microclima (local) mediante o aumento das temperaturas e a redução da umidade, além das mudanças climáticas em escala regional e global.
Torna os solos suscetíveis à erosão e, no longo prazo, provoca a desertificação de áreas por conta da diminuição da fertilidade daquele solo em questão.
Com a maior taxa de erosão, acontece, também, o assoreamento de rios e corpos hídricos adjacentes à área desmatada.
O meio ambiente é o principal afetado pelo desmatamento. O desequilíbrio ambiental causado pela remoção da cobertura vegetal começa com a supressão do habitat de milhares de espécies de animais, o que resulta na desregulação de ciclos biogeoquímicos, que dependem da interação entre a fauna e a flora, e, sobretudo, na perda de biodiversidade.
Não é só a biosfera que é afetada pelo desmatamento. A perda da vegetação resulta em diminuição da umidade do ar, haja vista que o processo de evapotranspiração das plantas libera uma grande quantidade de água na atmosfera, e isso resulta em alterações nas condições atmosféricas locais. O regime hídrico de áreas desmatadas não é o mesmo das regiões florestais, por exemplo, havendo escassez de chuvas e aumento das temperaturas médias.
Aliás, o menor volume de umidade afeta a distribuição de chuvas em outras regiões por causa do fenômeno dos rios voadores. Os rios voadores consistem em um aporte de umidade de uma área densamente vegetada, como a Floresta Amazônica, para outras regiões. Esse deslocamento acontece em função das correntes de ar. Com o desmatamento, essa dinâmica deixa de acontecer.
A qualidade dos solos é também afetada pelo desmatamento. Tanto a fertilidade quanto a estrutura do substrato dependem, e muito, da cobertura vegetal que ele sustenta. A sua remoção faz com que o solo fique desprotegido e suscetível aos agentes erosivos, além de o escoamento superficial da água e a ausência de matéria orgânica provocarem a diminuição da sua fertilidade. Com o tempo, é possível que aconteça o fenômeno da desertificação.
Pensando nos impactos de escala global, o desmatamento contribui para o agravamento do aquecimento global e, consequentemente, para a continuidade das mudanças climáticas.
O desmatamento é, hoje, o principal problema ambiental identificado no Brasil, e tem persistido no país desde a chegada dos colonizadores portugueses, no século XV. As causas para a remoção da cobertura vegetal no país estão relacionadas com as atividades econômicas desenvolvidas no território nacional, com destaque para a agropecuária.
A expansão da fronteira agrícola, que teve início a partir da segunda metade do século XX e continua até o presente, motiva a supressão da vegetação nativa em diversas localidades do Cerrado e da Amazônia para a abertura de áreas de pastagem e plantio. Não somente isso ampliou as taxas de desmatamento, como também o crescimento das cidades e das áreas urbanizadas, fazendo com que a vegetação desse lugar a superfícies de concreto.
A Mata Atlântica, floresta que se estende pelo litoral leste do Brasil, é hoje o bioma mais transformado pela ação humana que existe no país. Sendo a área florestada com maior concentração populacional, as causas do desmatamento da Mata Atlântica são principalmente a expansão das áreas urbanizadas e a ampliação do tecido urbano das grandes cidades. Dados recentes indicam que o desmatamento foi tamanho que, hoje, restam somente cerca de 12% da cobertura florestal original.
Considerando as taxas atuais de desmatamento, a Amazônia e o Cerrado são os biomas que mais sofrem com esse tipo de problema. Nos últimos anos, a região amazônica registrou queda no desmatamento, embora as áreas retiradas superem nove mil quilômetros quadrados.
O Cerrado, em contrapartida, passou por um crescimento da área desmatada, tendo sido removidos 11 mil km² de mata nativa entre 2022 e 2023. Nesse bioma, que se espraia pela região agropecuária do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a atividade agrícola voltada para a exportação é a principal causadora do problema.
O desmatamento é um problema ambiental global que atinge florestas e matas em todo o nosso planeta. Os territórios brasileiro e russo são os que apresentam a maior área recoberta por florestas em todo o mundo, além de se destacarem negativamente no cenário internacional por serem os países que registram as mais altas taxas de desmatamento. Juntam-se à Rússia e ao Brasil outros países emergentes, que registram maiores taxas de desmatamento ao lado dos países subdesenvolvidos.
Estima-se que, nas duas primeiras décadas do século XXI, o mundo perdeu quase 10% de toda a sua cobertura florestal, lembrando que um terço da superfície do planeta é recoberto por florestas. Além dos países anteriormente mencionados, Canadá, Estados Unidos e Indonésia colaboram para o agravamento desse problema ambiental estando entre os países que mais desmatam em todo o mundo.
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A prevenção do desmatamento deve ser tratada como uma prioridade no que diz respeito à proteção do meio ambiente, haja vista as consequências danosas que essa prática resulta para os seres humanos, para a biota e para a manutenção do planeta Terra como um todo.
As soluções que devem ser adotadas para coibir o desmatamento, ou, ao menos, diminuir sua taxa em curto prazo, dependem do engajamento do poder público em conjunto com a ação dos agentes econômicos, os maiores responsáveis pela continuidade desse problema. Dentre as soluções para o desmatamento, estão:
Adoção de métodos produtivos e técnicas de manejo da produção e do solo que sejam sustentáveis, o que deve andar em conjunto com a alteração do atual modelo econômico.
Fiscalização reforçada nas áreas mais suscetíveis, além da aplicação da legislação ambiental.
Implementação de mecanismos de recompensa para produtores agropecuários e empresas que não fazem uso dessa prática, ou que têm buscado formas sustentáveis e menos agressivas ao meio ambiente de desenvolver suas atividades econômicas.
Ampliação dos mecanismos legais que preveem a punição contra agentes que promovem o desmatamento ilegal, tornando essa prática um crime contra o meio ambiente.
Ampliação das políticas públicas de reflorestamento e de recuperação de áreas devastadas.
Estabelecimento de acordos entre o poder público e os produtores de commodities agropecuárias no sentido de não produzir em áreas desmatadas em troco de crédito ou benefícios voltados para a produção.
Questão 1
(Enem) A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na última década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado.
AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: EdUSP, 1996.
Um processo econômico que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é:
a) Expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas mineradoras.
b) Difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas mecanizadas.
c) Construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante do país.
d) Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta.
e) Ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e estrangeiras.
Resolução: Alternativa B
A abertura de novas áreas para o cultivo da soja e de outros monocultivos mecanizados tem contribuído para acelerar o desmatamento, e isso acontece principalmente na Amazônia e no Cerrado.
Questão 2
(Fuvest) “O desmatamento atual na Amazônia cresceu em relação a 2015. Metade da área devastada fica no estado do Pará, atingindo áreas privadas ou de posse, sendo ainda registrados focos em unidades de conservação, assentamentos de reforma agrária e terras indígenas.
Tal situação coloca em risco o compromisso firmado pelo Brasil na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 21), ocorrida em 2015. O desmatamento na Amazônia tem raízes históricas ligadas a processos que ocorrem desde 1970.”
Imazon. Boletim do desmatamento da Amazônia Legal, 2016. Adaptado.
Com base nos dados e em seus conhecimentos, aponte a afirmação correta:
a) O desmatamento, apesar de atingir áreas de unidades de conservação, que incluem florestas, parques nacionais e terras indígenas, viabiliza a ampliação do número de assentamentos da reforma agrária.
b) As grandes obras privadas implantadas na Amazônia valorizam as terras, atraindo enorme contingente populacional, que por sua vez origina regiões metropolitanas que degradam a floresta.
c) A grilagem de terras em regiões de grandes projetos de infraestrutura, a extração ilegal de madeira e a construção de rodovias estão entre as causas do desmatamento na Amazônia.
d) A extração ilegal de madeira na Amazônia vem sendo monitorada por países estrangeiros devido às exigências na COP 21, pois eles são os maiores beneficiários dos acordos da Conferência.
e) Os grandes projetos de infraestrutura causam degradação da floresta amazônica, com intensidade moderada e temporária, auxiliando a regularização fundiária.
Resolução: Alternativa C
A apropriação indevida de terras, atividades econômicas diversas e a ampliação das redes físicas de infraestrutura são algumas das principais causas do desmatamento na Amazônia.
Créditos da imagem
[1] Rio Paulus Endro Harsono / Shutterstock
Fontes
GLOBAL FOREST WATCH. Disponível em: https://www.globalforestwatch.org/.
MAPBIOMAS. Disponível em: https://brasil.mapbiomas.org/.
MCTI. Desmatamento na Amazônia cai 21,8% em 2023. Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI), 08 mai. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2024/05/desmatamento-na-amazonia-cai-21-8-em-2023.