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Combustíveis fósseis

Os combustíveis fósseis recebem esse nome porque sua origem está ligada à decomposição de restos de animais e plantas durante milhares ou, às vezes, milhões de anos. São amplamente utilizados desde a Revolução Industrial, pois possuem uma grande capacidade de produção de energia e um alto poder de calor.

Dessa forma, por demorarem tanto tempo para formarem-se, os combustíveis fósseis são considerados uma fonte de energia não renovável, pois não há renovação deles em curto prazo para o uso humano.

Leia mais: Créditos de carbono – certificado dado aos países que reduzem a emissão de CO2

Origem dos combustíveis fósseis

Os combustíveis fósseis, em sua maioria, estão localizados nas camadas mais profundas do solo, seja no continente, seja no oceano. Constituem-se como resultado da decomposição orgânica de plantas e animais ao longo dos anos, o que justifica a característica de não renovável.

Durante milhares de anos, esses restos orgânicos vão sendo soterrados com sedimentos vindos das partes mais altas do relevo. Com o passar do tempo, processos geológicos, como erosões e dinâmicas tectônicas (maremotos e terremotos), transformam-nos em combustíveis fossilizados, daí o nome combustível fóssil.

Esses combustíveis geram grande potencial de produção de energia, pois possuem um teor calorífico alto. Devido a isso, muitos países travam conflitos pela posse de uma área que contenha grande reserva de algum deles. Como exemplo, podemos citar a Guerra do Golfo, que aconteceu no início dos anos 1990 entre Iraque e Kwait, países localizados no sudoeste do continente asiático.

Tipos de combustíveis fósseis

Entre as fontes de energia existentes no mundo, os combustíveis fósseis encaixam-se no grupo das não renováveis. Podemos citar três deles: petróleo, gás natural e carvão mineral.

  • Petróleo

O petróleo é a principal fonte de energia usada pela humanidade desde o século XIX, a partir da Segunda Revolução Industrial. Geralmente onde têm reservas petrolíferas há também a presença de gás natural, mas esse fato não é uma regra.

Esse combustível é formado com base na matéria orgânica depositada em áreas de bacias sedimentares. Com a ação do tempo, do calor das rochas e da pressão exercida sobre elas, tem-se o surgimento de uma substância que possui hidrocarbonetos (composto químico de hidrogênio e carbono) na forma líquida e gasosa.

O petróleo é o combustível fóssil mais utilizado atualmente.

Sua importância está relacionada tanto com a produção de energia quanto com os seus derivados. Do petróleo, produzimos gasolina, óleo diesel, além de matéria-prima utilizada na confecção de polímeros. Estes, por sua vez, são utilizados na produção do plástico, material presente em quase tudo que usamos, desde copos até para-choques de carros, próteses humanas, entre outros.

O começo da exploração do petróleo ocorreu em áreas continentais na Europa e na América do Norte. À medida que se descobriram novas maneiras de incorporá-lo no nosso cotidiano, outros países começaram a investigar seus territórios em busca do ouro negro, como ficou conhecido ainda no século XIX.

Dessa forma, com o avanço da tecnologia no século XX, áreas marítimas começaram a ser exploradas, nas águas mais profundas, variando de 1000 m a 2000 m de profundidade. Essa exploração levou a grandes descobertas de reservas petrolíferas em outros países, como na Ásia e na América do Sul.

Essas novas descobertas somadas à importância do petróleo no dia a dia fizeram desse combustível um motivo de grandes especulações. Diante disso, foi criada, em 1960, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a OPEP. Essa organização tem o objetivo de controlar o preço e a produção de petróleo pelo mundo para não ampliar sua oferta e não elevar seu preço, de forma que deixe o combustível acessível a todos os países que não possuem reservas.

Observe a lista dos cinco países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo, de acordo com a OPEP.

País

Reservas em bilhões de barris

Porcentagem em relação à quantidade no mundo

Venezuela

302.81

25,5%

Arábia Saudita

267.03

22,4%

Irã

155.60

13,1%

Iraque

145.02

12,2%

Kwait

101.50

8,5%

 

Entretanto, ter as maiores reservas não significa ter a maior produção. Produzir e exportar petróleo requer investimento para a extração, infraestrutura e leis internas que regulamentem a produção. Por esses fatores, a Venezuela, apesar de ser o país com as maiores reservas, não está na lista dos cinco maiores produtores. Veja quais são eles:

  1. Estados Unidos da América, com 15,3 milhões de barris/dia.

  2. Arábia Saudita, com 12,2 barris/dia.

  3. Rússia, com 11,2 milhões de barris/dia.

  4. Canadá, com 5,2 milhões de barris/dia.

  5. Irã, com 4,7 milhões de barris/dia.

Leia também: Catar – país que possui o petróleo como o maior impulso econômico

  • Gás natural

O gás natural pode ser encontrado em reservas petrolíferas, pois é formado da mesma maneira, além de estar localizado nos mesmos terrenos ou similares. É um combustível bastante utilizado na geração de energia, aquecimento de caldeiras das usinas termoelétricas, e pode ser utilizado para o aquecimento de casas nos países mais frios do globo, localizados nas médias e altas latitudes.

Tanque de gás natural na indústria de refinaria.

Em algumas localidades, o gás natural substitui a geração de energia de usinas hidrelétricas, pois esse combustível fóssil ocupa menos espaço e pode ser usado em qualquer região que tenha reserva de gás, mas não tenha uma reserva hídrica. Daí a substituição.

Os países que mais produzem gás natural no mundo são: Federação Russa, Estados Unidos e Canadá, nessa ordem.

  • Carvão mineral

O carvão é uma rocha sedimentar fossilizada e com alto grau de poluição. Foi o principal combustível da Primeira Revolução Industrial. Essas rochas possuem grandes quantidades de carbono, formadas pela decomposição de grandes florestas (organismos vegetais) com baixa quantidade de oxigênio. Quanto mais carbono, mais calor o carvão gerará. Podemos classificá-lo em quatro tipos, de acordo com o seu grau de carbono e poder de calor.

  • Antracito: o tipo mais raro, chegando a ter 96% de carbono. Formado na era Paleozoica.

  • Hulha: o mais comum e presente com maior frequência nas bacias sedimentares. Possui cerca de 75% a 90% de carbono.

  • Linhita: formado na era Mesozoica, contém de 65% a 75% de carbono.

  • Turfa: o tipo com o menor poder calorífico, 55%. Isso se deve ao fato de sua formação ser recente, na era Cenozoica.

O carvão mineral é bastante utilizado nas usinas termelétricas, nas siderúrgicas (para produzir aço), nas indústrias químicas, e em outros tipos que precisam de grandes quantidades de calor para produzir algum outro material. Pode ser encontrado em regiões da Ásia, Europa e América do Norte em grande abundância.

Mineração de carvão em um poço aberto.

No globo, as duas maiores economias do mundo detêm os títulos de maiores produtores de carvão. A China, segunda maior economia, é a maior produtora, seguida dos Estados Unidos.

Vantagens e desvantagens dos combustíveis fósseis

Esses combustíveis possuem pontos positivos, mas também pontos negativos. Como vantagem, podemos citar a alta produção de energia (petróleo e carvão) e o aquecimento de lares nas épocas frias (gás natural), além de terem revolucionado a forma como produzimos as coisas.

O gás natural, por exemplo, pode ser considerado uma fonte de energia limpa, pois é mais leve que o ar e dissipa-se rapidamente, sendo menos poluidor que o petróleo e o carvão. Ao ser usado para fins domésticos, pode substituir a lenha, o que reduz o desmatamento. Entretanto, na sua produção podem ocorrer vazamentos que liberam gás metano para a atmosfera.

Já o carvão mineral, usado em larga escala nos séculos XVIII e XIX, tem a vantagem para as usinas termais, siderurgias e indústrias químicas, devido ao seu grande poder de aquecimento. Entretanto, é altamente poluidor, o que gera obstáculos quanto ao seu uso por parte dos organismos internacionais, pois emite muitos gases que podem destruir a camada de ozônio.

O petróleo, por sua vez, tem a vantagem de produzir inúmeros derivados, como plástico, gasolina e asfalto, o que nos traz uma diversidade de produtos para a sociedade. Entretanto essa vantagem é também uma desvantagem, pois tornamo-nos dependentes desse combustível que também gera gases que prejudicam a camada de ozônio, contribuindo para o aquecimento global. Além disso, disputas geopolíticas muitas vezes têm como pano de fundo a exploração de áreas com grandes reservas petrolíferas.

Acesse também: Acordo de Paris – compromisso mundial sobre as mudanças climáticas

Impactos ambientais

O uso exagerado dos combustíveis gera graves problemas ambientais para o mundo todo, não só nos países que os produz, muito menos somente nos que os usam em seu território. É o que chamamos de globalização da poluição.

Devido à queima desses combustíveis, grandes áreas do globo, principalmente as urbanas (onde se concentram as maiores emissões dos gases oriundos da queima dos combustíveis fósseis), estão repletas de problemas ambientais que afetam a natureza e, consequentemente, a vida humana.

A queima de petróleo despeja carbono na atmosfera, o que contribui para mudanças climáticas e o aquecimento global.

Como exemplo, podemos citar a existência das chuvas ácidas, a destruição da camada de ozônio, a aceleração do efeito estufa, além da poluição atmosférica, que contribui para uma menor qualidade de vida nos grandes centros urbanos. Há também o fato da poluição do solo, dos oceanos, dos rios e da natureza em geral.

Na extração de carvão, grandes jazidas são abertas, o que compromete a capacidade de recuperação daquele solo. Navios cargueiros podem ter algum vazamento, poluindo grandes áreas oceânicas, como o que aconteceu nas praias do Nordeste brasileiro em meados de agosto de 2019.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, do inglês Intergovernmental Panel on Climate Change), organização científica fundada pela Organização das Nações Unidas (ONU), realiza estudos e conferências ambientais para selar acordos de proteção ao meio ambiente e reduzir os níveis de poluição no globo. No entanto, ainda há muito que se fazer, pois são interesses ambientais, sociais e econômicos que estão em jogo.

Leia mais: Conferências ambientais – encontros que debatem alternativas para preservar o meio ambiente

Exercícios resolvidos

Questão 1 - (Udesc SC/2016)

Analise as proposições sobre a produção do petróleo em nível mundial.

I. A Venezuela é o maior produtor das Américas.

II. O Brasil passa a ser o quinto produtor mundial, depois da descoberta do pré-sal.

III. Em 2015, os Estados Unidos transformaram-se no maior produtor mundial, graças à extração do óleo de xisto, que é um substitutivo do petróleo.

IV. A Arábia Saudita e a Rússia são grandes produtores mundiais.

V. Na América Latina, o México é o maior produtor.

Assinale a alternativa correta:

a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.

c) Todas as afirmativas são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

e) Somente a afirmativa V é verdadeira.

Resolução:

Alternativa b. Nas Américas (Norte, Central e Sul), o maior produtor de petróleo são os Estados Unidos. O Brasil, mesmo com o pré-sal descoberto no início do século XXI, não está entre os cinco maiores produtores do mundo. Em 2015, com a crise na Venezuela, o México tornou-se o maior produtor da América Latina, ultrapassando os venezuelanos.

___________

Questão 2 - Alguns países no globo possuem grandes reservas de petróleo, mas não conseguem traduzir isso em uma grande produção devido a diversos fatores, como falta de infraestrutura e pouco domínio tecnológico.

Assinale a alternativa que contém um país que se encaixa nessa descrição.

a) China

b) Venezuela

c) Brasil

d) Estados Unidos

e) Rússia

Resolução

Alternativa b. A Venezuela possui as maiores reservas do mundo, mas pouca infraestrutura e baixo domínio tecnológico, o que justifica sua baixa produção em comparação com os grandes produtores.

Por Átila Matias

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