Os créditos de carbono, moeda do mercado de carbono, representam as toneladas de dióxido de carbono que não foram emitidas à atmosfera, podendo ser comercializados.
Os créditos de carbono são uma espécie de certificado obtido pelos países que conseguiram diminuir seus níveis de emissão de dióxido de carbono (CO2) à atmosfera. Esses créditos podem ser comercializados com os países que não conseguiram alcançar suas metas de redução de emissão de CO2, tornando-se, portanto, uma moeda. Assim, quando uma tonelada ou mais de carbono deixa de ser emitida à atmosfera, faz-se um cálculo para apresentar o total de créditos gerados a quem deixou de poluir.
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O crédito de carbono surgiu como uma modalidade de redução da emissão de gases de efeito estufa proveniente do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Originou-se como uma alternativa aos países desenvolvidos que não conseguem alcançar suas metas de redução.
Em termos básicos, o cálculo é feito a cada tonelada de dióxido de carbono que não é emitida à atmosfera. Essa tonelada corresponde a uma unidade chamada de Redução Certificada de Emissão.
1 tonelada de dióxido de carbono → 1 crédito de carbono |
O MDL atua segundo três vertentes:
Se a comercialização for unilateral, quem decide os valores é o país que detém os créditos de carbono e que implementa em seu próprio território o projeto de redução das emissões dos gases. Caso a comercialização seja bilateral, quem decide valores e regras para o negócio é o país desenvolvido que implementa o projeto no território de um país hospedeiro. E, por último, se a comercialização for multilateral, os valores para a comercialização dos créditos de carbono são estabelecidos pelos fundos de investimento.
Segundo a Point Carbon (uma das maiores fontes de informações acerca dos valores de créditos de carbono), em 2007, o mercado de carbono chegou a movimentar 40 bilhões de euros. O comércio brasileiro de carbono é realizado pela Bolsa de Mercadorias Futuro mediante leilões.
European Union Emissions Trading Scheme |
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Oceania |
New South Wales |
América |
Chicago Climate Exchange |
Keidanren Voluntary Action Plan |
Os créditos de carbono por si só representam um benefício, visto que correspondem a uma tonelada de dióxido de carbono não emitida à atmosfera. Essa não emissão colabora para a redução do aquecimento global e promove a estabilização do efeito estufa.
Outro ponto positivo dos créditos de carbono é que eles representam uma alternativa aos países que encontram dificuldades para reduzir suas emissões. Esses podem então comprá-los e reduzir seus débitos.
Outra questão está relacionada com os países em desenvolvimento, que têm a chance de ter em seus territórios projetos que visam ao desenvolvimento sustentável, bem como podem impulsionar sua economia por meio do mercado de carbono.
Há controvérsias quando o assunto é o mercado de carbono. Muitos estudiosos e ambientalistas acreditam que esses créditos, de certa forma, dão o direito de poluir ao país que não atinge seus objetivos. Esses países continuam emitindo grandes quantidades de gases de efeito estufa à atmosfera, mas mascaram essa realidade com a compra dos créditos.
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Os créditos de carbono surgiram com base no Protocolo de Kyoto, mas você sabe o que é esse protocolo? O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional assinado por vários países (inclusive o Brasil) cujo principal objetivo é estabilizar e reduzir a emissão de gases de efeito estufa à atmosfera, especialmente o dióxido de carbono.
Esse protocolo surgiu em razão da preocupação com as alterações climáticas e interferências ambientais provocadas pelas ações antrópicas. O cenário mundial mudou a partir da Revolução Industrial, que, ao inserir novas tecnologias e meios de produção no processo produtivo, modificou o modo de consumo e, consequentemente, sua relação com o meio ambiente. O aumento da capacidade produtiva exigia cada vez mais o aproveitamento dos recursos naturais.
Essa relação construiu-se de forma desordenada e irracional, gerando diversas discussões entre a comunidade científica, as organizações ambientais e os governos. Com base nessas discussões, diversos acordos foram surgindo. O Protocolo de Kyoto é um deles. Criado em 1997, o acordo só entrou em vigor em 2005, em virtude da dificuldade encontrada para que algumas nações ratificassem-no. Um grande exemplo disso foi a não adesão dos Estados Unidos, a nação que mais polui no mundo. O governo estadunidense alegouque as metas estabelecidas pelo protocolo trariam diversos prejuízos à economia do país.
Falando sobre metas, é importante dizer que o Protocolo de Kyoto estabelece objetivos específicos acerca das emissões, os quais se diferenciam de uma nação para outra. Nem todos os países que assinaram o acordo possuem obrigatoriedade de reduzir suas emissões, portanto, sua colaboração é voluntária. Para saber mais sobre esse protocolo, acesse: Protocolo de Kyoto – o que é, objetivos, países-membros.