Salamandra
Salamandra é um anfíbio pertencente à ordem Urodela ou Caudata. Destaca-se por possuir cauda e corpo longilíneo, e muitas espécies são venenosas.
Salamandra é o nome popular dado a diferentes espécies de anfíbios pertencentes à ordem Urodela ou Caudata. Existem cerca de 670 espécies de salamandras em todo mundo, sendo a maioria pertencente à família Plethodontidae. No Brasil, são observadas cinco espécies de salamandras, todas encontradas na região amazônica.
Salamandras são um grupo muito diverso, que varia em diferentes aspectos, desde características físicas até seu comportamento. Apesar de muito parecidas, lagartixas e salamandras não devem ser confundidas, uma vez que aquelas são exemplos de répteis.
Leia mais: Classificação dos anfíbios — baseada nos grupos Anuros, Urodelos e Gymnophiona
Resumo sobre salamandra
-
Existem cerca de 670 espécies no mundo.
-
São anfíbios da ordem Urodela.
-
Variam muito em características físicas e comportamentais.
-
São, de maneira geral, animais carnívoros.
-
A pedomorfose é uma característica difundida entre elas.
-
A maioria delas apresenta fecundação interna, porém o macho não apresenta órgão copulador.
-
Grande parte delas é ovípara e pode apresentar desenvolvimento direto ou indireto.
Características das salamandras
Salamandras são animais pertencentes à ordem Urodela ou Caudata. Nessa ordem estão inclusos animais anfíbios que possuem cauda, cabeça pequena, corpo longilíneo e membros posteriores e anteriores, geralmente, do mesmo tamanho. Salamandras possuem pele lisa e sem escamas e apresentam uma grande diversidade de formas corporais, o que está relacionado, por exemplo com seu habitat.
Existem espécies de salamandras terrestres, aquáticas, cavernícolas, arborícolas e fossoriais. As espécies que vivem em ambiente terrestre se movimentam dobrando seu corpo em movimentos bilaterais alternados.
As salamandras variam muito em tamanho, sendo as sul-americanas pequenas e com comprimento que varia entre 3 cm e 12 cm. Salamandras encontradas no Japão e na China, por sua vez, podem atingir um metro ou mais de comprimento. Muitas espécies apresentam dismorfismo sexual em tamanho, com as fêmeas sendo, geralmente, maiores que os machos.
No que diz respeito à respiração, há muita variação dentro do grupo das salamandras, sendo observada as respirações cutânea, branquial e pulmonar, a depender da espécie e da fase de desenvolvimento do indivíduo. Na família Plethodontidae, a com maior número de espécies de salamandras, observa-se a ausência de pulmões e a respiração é cutânea.
As salamandras são animais, de modo geral, carnívoros e podem se alimentar, por exemplo, de pequenos artrópodes, moluscos e vermes. Vale salientar, no entanto, que salamandras do gênero Siren parecem ser parcialmente herbívoras, ingerindo plantas e algas. Mesmo esses animais, no entanto, são considerados principalmente carnívoros.
Salamandras são consideradas indicadoras da qualidade do ambiente. Alterações ambientais podem provocar a extinção delas em determinadas regiões.
-
Videoaula sobre anfíbios
Reprodução das salamandras
As salamandras possuem diferentes comportamentos de corte e apresentam fertilização externa ou interna a depender da espécie estudada. Vale salientar, no entanto, que a maioria das salamandras apresenta fertilização interna.
Elas não têm, no entanto, órgão copulador, sendo a fertilização feita por meio da troca de um pacote de espermatozoides do macho para a fêmea. Esse pacote de espermatozoides recebe o nome de espermatóforo e pode ser colocado em cima do corpo da fêmea ou em alguma superfície, como solo ou rochas, e, posteriormente, é recolhido pela fêmea.
As fêmeas que apresentam fecundação interna possuem espermateca, um local conectado à cloaca onde estocam os espermatozoides por diferentes períodos. Por serem capazes de armazenar o espermatozoide, nessas espécies, o processo de fecundação e deposição de ovos pode ocorrer longos períodos após o acasalamento. A maioria das espécies de salamandras é ovípara e pode apresentar desenvolvimento direto ou indireto.
Leia também: Animais ovíparos, ovovivíparos e vivíparos
Pedomorfose
A pedomorfose é observada em algumas espécies de salamandra. Isso significa que espécies adultas mantêm suas características larvais, não sofrendo, portanto, uma metamorfose completa. Alguma das características que podem permanecer nesses indivíduos são as brânquias externas. Em algumas espécies, a pedomorfose é facultativa, em outras, no entanto, é geneticamente fixa, sendo chamadas de pedomórficas obrigatórias.
Salamandras são venenosas?
Muitos anfíbios, incluindo as salamandras, possuem veneno. A salamandra-de-fogo, por exemplo, apresenta glândulas parotoides grandes atrás de seus olhos e outras glândulas espalhadas longitudinalmente no seu corpo que produzem veneno. Esses animais, no entanto, não utilizam ferrões ou presas para injetar a toxina presente em seu corpo, como observamos em algumas serpentes e escorpiões. No caso da salamandra-de-fogo, ela borrifa seu veneno a uma distância de mais de 30 cm.
Leia mais: Os sapos podem lançar veneno?
Salamandra-de-fogo
A salamandra-de-fogo (Salamandra salamandra) é uma espécie presente em grande parte da Europa central, oriental e meridional. Apresenta preferência por ambientes florestais, onde há sombra e fontes de água. Na maior parte do tempo, permanece escondida embaixo de troncos e fendas sombreadas, por exemplo, de modo a proteger seu corpo úmido.
Pode apresentar entre 15 cm e 25 cm, entretanto, há indivíduos que apresentam mais de 30 cm de comprimento. Alimenta-se de diferentes vertebrados, como insetos, minhocas e lesmas. A espécie é conhecida por sua coloração viva, sendo seu corpo preto com manchas alaranjadas ou amareladas. A coloração viva é aposemática, ou seja, de aviso, e adverte os predadores a respeito da sua toxicidade. Atualmente, essa espécie é classificada, na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, como “pouco preocupante”.
Axolote
O axolote (Ambystoma mexicanum) é uma espécie aquática de salamandra encontrada no México. Trata-se de uma espécie que mantém as características larvais no indivíduo adulto, apresentando brânquias externas e barbatanas caudais que auxiliam na natação. Machos e fêmeas podem ser diferenciados observando-se a região da cloaca. Machos possuem cloaca alargada, enquanto as fêmeas possuem uma cloaca menor. Fêmeas apresentam ainda corpo mais redondo.
Os axolotes são conhecidos por sua grande capacidade regenerativa, sendo capazes de regenerar órgãos, tecidos e extremidades amputadas. Apresentam, em média, 20 cm de comprimento, entretanto, podem crescer até mais de 30 cm. Atualmente, essa espécie é classificada, na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, como “criticamente em perigo”.