O buraco na camada de ozônio é uma região de afinamento caracterizada pela menor concentração de gás ozônio na atmosfera, o que é um problema para o planeta Terra.
O buraco na camada de ozônio é um problema ambiental caracterizado pela aceleração da decomposição do gás ozônio presente na atmosfera do planeta Terra. Esse problema é ocasionado pela ação dos seres humanos sobre o meio no que se refere à emissão de gases e substâncias consideradas destruidoras de ozônio. As duas principais substâncias são os gases CFC e HCFC, utilizados na indústria para a produção de aparelhos refrigeradores e aerossóis (presentes nos sprays).
Não obstante o ozônio tenha a capacidade de se regenerar, o ritmo da sua destruição tem sido maior do que a sua capacidade de recuperação, motivo pelo qual o buraco se forma. Esse problema é mais grave nas áreas em que a camada de ozônio é naturalmente mais fina, como sobre os polos terrestres.
O maior buraco na camada de ozônio fica sobre a Antártica, no Hemisfério Sul. As consequências desse problema são muito danosas para o meio ambiente e para os seres humanos, uma vez que a camada de ozônio é a responsável por filtrar a radiação solar.
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O buraco na camada de ozônio é uma região de afinamento na camada de ozônio causada pela aceleração do processo de decomposição desse gás.
É causado pela emissão de gases poluentes da atmosfera, em especial os CFC e HCFC.
Desenvolve-se por meio da intensificação e aceleração de um processo que acontece naturalmente na atmosfera, a decomposição do ozônio.
Em condições normais, o ozônio se regenera. No entanto, sua decomposição tem acontecido mais rapidamente do que sua regeneração, resultando no buraco na camada de ozônio.
Afinamentos na camada de ozônio são observados em todo o planeta. Eles são mais graves, entretanto, sobre os polos terrestres.
O principal buraco na camada de ozônio fica sobre o continente Antártica.
Suas consequências são a aceleração do aquecimento global e, por conseguinte, das mudanças climáticas, e o desequilíbrio de ecossistemas, tanto terrestres quanto marinhos.
Para os seres humanos, o buraco na camada de ozônio implica alterações na imunidade e desenvolvimento de problemas de saúde, como carcinoma, melanoma e catarata.
É possível reverter o buraco da camada de ozônio, mas esse é um processo lento que depende de uma série de fatores que inclui a cooperação entre diferentes agentes.
O Protocolo de Montreal, implementado em 1989 e ativo até hoje, foi a principal medida de cooperação internacional para conter o crescimento do buraco na camada de ozônio.
O buraco na camada de ozônio é um problema ambiental causado pela ação dos seres humanos. Os gases poluentes lançados na atmosfera são os principais responsáveis pela aceleração na decomposição do gás ozônio (O3), que se encontra em suspensão na estratosfera, o que resulta na região de afinamento que conhecemos como o buraco na camada de ozônio.
Há, entretanto, um grupo especial de gases e substâncias danosas para a camada de ozônio que foi particularmente identificado como o principal causador da sua destruição. Esses gases são classificados como Substâncias Destruidoras de Ozônio (SDO). Conheça as principais SDO a seguir:
Clorofluorcarbonetos ou CFC: são gases utilizados na indústria para a produção de aparelhos refrigeradores, como geladeiras, ares-condicionados, freezeres e extintores de incêndio. Os CFCs também eram empregados como solvente em determinados tipos de processos industriais, além de terem servido como insumo na fabricação de aerossóis e espumas.
Hidroclorofluorcarbonos ou HCFC: esses gases têm a mesma aplicação que os CFCs. Acreditava-se, entretanto, que os HCFCs tinham menor impacto sobre o meio ambiente e sobre a camada de ozônio, tese essa que mais tarde foi desbancada por meio de estudos.
Brometo de metila (CH3Br): gás utilizado na agricultura para o tratamento do solo e para o combate e a eliminação de pragas e outras ameaças às lavouras, como diferentes tipos de insetos e ervas daninhas que afetam o seu desenvolvimento. É usado, também, na fumigação de embalagens e suportes feitos de madeira bruta e que são provenientes do exterior, ou que são enviados para outros países, com o mesmo objetivo de eliminar pragas.
A destruição da camada de ozônio é provocada pela aceleração de um processo que já acontece naturalmente na atmosfera, chamado decomposição do ozônio. Quando em contato com a radiação ultravioleta proveniente do Sol e com os demais gases, como o dióxido de carbono (CO2), presentes na estratosfera, as moléculas de ozônio são quebradas e, assim, transformadas em oxigênio (O2). Em um ambiente normal e equilibrado, esse processo acontece dentro de um ciclo em que há a recomposição do ozônio. Portanto, ele é destruído e regenerado de tempos em tempos.
Com a intervenção humana e a emissão de gases que contêm cloro, flúor e bromo, no entanto, a reação de decomposição do ozônio acontece rapidamente, em um ritmo mais acelerado e intenso do que a capacidade de regeneração desse gás na atmosfera. Assim sendo, a camada de ozônio não tem a chance de se recuperar adequadamente, tornando-se mais fina em determinadas regiões.
O buraco na camada de ozônio fica sobre o continente Antártica, localizado no Hemisfério Sul do planeta Terra, e engloba as suas terras mais meridionais e o Polo Sul. É importante ressaltar que o processo de decomposição acelerada do ozônio em atmosfera acontece em ambos os hemisférios terrestres. Entretanto, por conta da camada de ozônio ser menos espessa nas regiões polares, a situação se tornou mais evidente sobre elas, tendo se agravado na Antártica.
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A formação do buraco na camada de ozônio é um processo que se desenvolve há várias décadas, tendo sido identificado pela primeira vez por pesquisadores britânicos em 1977.|1| Como explicado anteriormente, o buraco tem origem por meio da aceleração da decomposição das moléculas de ozônio presentes na atmosfera. Essa aceleração é provocada por gases poluentes, especialmente aqueles que contêm cloro e bromo em sua fórmula.
Tendo em vista que a emissão de poluentes é constante, e que mesmo gases como o dióxido de carbono (CO2) e os óxidos de nitrogênio (NOx) interferem na destruição da camada de ozônio, a regeneração desse gás na atmosfera não alcança a taxa de decomposição. Com isso, gera-se uma baixa na concentração de ozônio em determinadas regiões, sobretudo naquelas em que a camada de ozônio é, naturalmente, menos espessa, como nos polos. Essa baixa concentração provoca um afinamento anormal na camada de ozônio que é interpretado como um buraco.
A camada de ozônio é uma parte fundamental da atmosfera terrestre. Ela desempenha a função de filtro dos raios solares, impedindo que parte da radiação ultravioleta (UV) atinja a superfície terrestre. O ozônio bloqueia parcialmente os raios UV-B e totalmente os raios UV-C, diminuindo, assim, os impactos negativos que esses comprimentos de onda têm sobre as diferentes formas de vida que habitam o planeta, em especial os seres humanos. Por essa razão, o buraco na camada de ozônio se tornou um grave problema ambiental.
Com a destruição parcial da camada de ozônio, há o enfraquecimento do filtro natural do planeta Terra. Não somente a saúde humana é prejudicada por isso, como também o equilíbrio natural é ameaçado. Entre as principais consequências do buraco na camada de ozônio para o meio ambiente, estão:
a aceleração do derretimento das calotas polares, tendo em vista que o problema da destruição de ozônio é mais intenso nessas regiões do nosso planeta;
a aceleração do aumento das temperaturas terrestres, o que contribui para o aquecimento global e as mudanças climáticas;
o desequilíbrio de ciclos biogeoquímicos, uma vez que a maioria deles tem a radiação solar como principal fonte de energia;
a dificultação ou a desaceleração do desenvolvimento de organismos como plantas e vegetais, o que afeta não somente os ecossistemas como a produção global de alimentos;
o aumento das temperaturas das águas dos oceanos, provocando a sua acidificação e o desequilíbrio dos ecossistemas marinhos.
No que diz respeito à saúde humana, o buraco na camada de ozônio implica problemas que se assemelham àqueles causados pela longa exposição à radiação solar. Dois deles são a queda da imunidade e a maior suscetibilidade do corpo humano ao desenvolvimento de diferentes tipos de doença. Além disso, a menor filtragem de raios UV-B e UV-C pode ocasionar o surgimento de carcinoma e melanoma, bem como de doenças oculares, a exemplo da catarata.
Sim, é possível reverter o buraco na camada de ozônio. Na atmosfera terrestre, acontece o que chamamos de ciclo do ozônio, em que há a depleção e a regeneração das moléculas desse gás que se encontram em suspensão. Trata-se de um ciclo natural que depende de condições específicas para acontecer, o que significa que ele depende de condições de equilíbrio para seu funcionamento adequado.
Portanto, o processo de reversão do buraco na camada de ozônio é lento e depende da cooperação entre os Estados, os agentes econômicos e a sociedade na adoção de medidas urgentes que reduzam a emissão de gases poluentes da atmosfera, principalmente as SDOs.
Evitar o crescimento do buraco na camada de ozônio não só é possível como tem sido feito desde a década de 1980, marcada pelo avanço das políticas climáticas e pela implementação do Protocolo de Montreal em 1989.
Esse documento foi assinado pelos países-membros da ONU no dia 16 de setembro de 1987, e teve como principal objetivo a regulamentação do uso e produção das substâncias destruidoras de ozônio, como os gases CFC e HCFC. Em efeito até os dias atuais, muitos países se utilizaram do Protocolo de Montreal para o desenvolvimento de políticas nacionais de limitação do uso e proibição de tais substâncias, como foi o caso do Brasil a partir do ano 2000.
Seguir os protocolos climáticos e as diretrizes implementadas a partir de reuniões como as da COP é, também, fundamental para a diminuição das emissões de gases poluentes e para impedir a destruição do ozônio atmosférico. Incluem-se, aqui, iniciativas como a transição energética e a adoção de métodos alternativos de refrigeração industrial e também de produção, de modo que não agridam o meio ambiente.
Tais ações dependem tanto dos Estados nacionais e de seus líderes quanto das empresas e do mercado como um todo. A participação ativa desses agentes é fundamental para conter a crise climática e impedir o avanço do buraco na camada de ozônio.
Existem, também, medidas que a sociedade pode adotar a fim de contribuir para a solução desse problema:
realizar periodicamente a manutenção de eletrodomésticos, como ares-condicionados e geladeiras;
descartar em locais apropriados os eletrodomésticos antigos, principalmente aqueles cuja data de fabricação antecede a proibição do uso de CFC e HCFC;
atentar-se, no momento da aquisição do eletrodoméstico, se ele foi fabricado utilizando alguma das substâncias classificadas destruidoras de ozônio;
reduzir o uso de combustíveis fósseis, como por meio de transportes coletivos ou alternativos, diminuindo a emissão de gases poluentes;
adotar práticas sustentáveis de manejo agrícola, diminuindo o uso de produtos como pesticidas à base de brometo de metila.
O buraco na camada de ozônio regrediu significativamente nos últimos anos, tendo atingido 21,9 milhões de km² de área em setembro de 2024. Essa é a menor extensão que ele atingiu desde o ano de 2020, de acordo com a Agência Europeia do Ambiente (EEA). O máximo que o buraco da camada de ozônio atingiu foi de 28,4 milhões de km2, no ano 2000, o que indica uma evolução importante de lá para cá.
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Questão 1
(Ibade) A camada de ozônio é responsável pelo bloqueio de grande parte da radiação ultravioleta (UV) que chega ao planeta. Os raios UV em alta intensidade são prejudiciais aos seres humanos. A formação de “buracos” na camada de ozônio tem sido relacionada ao gás:
a) oxigênio.
b) dióxido de carbono.
c) clorofluorcarbono.
d) metano.
e) óxido de carbono.
Resposta: Alternativa C. O CFC, sigla pela qual é conhecido o clorofluorcarbono, é o principal responsável pelo buraco na camada de ozônio. Junto dele estão o HCFC e o brometo de metila.
Questão 2
(Unifesp) Sobre a relação existente entre o buraco na camada de ozônio e o efeito estufa, é correto dizer:
a) quando aumenta o buraco na camada de ozônio, aumenta também a tendência de aquecimento global por causa do efeito estufa, pois os gases que comprometem a camada de ozônio também contribuem, ainda que em menor escala, com o aumento do efeito estufa.
b) se o efeito estufa aumenta, o buraco na camada de ozônio tende a diminuir, pois CO2 que promove o efeito estufa também combina com os gases que destroem a camada de ozônio, combinação que resulta na chuva ácida.
c) quanto maior o buraco na camada de ozônio, menor será o índice de aquecimento global, pois, se por um lado o buraco permite a entrada de raios UV, por outro lado permite também a saída da radiação refletida da superfície do planeta e que contém calor.
d) o aumento do aquecimento global provoca o aumento do buraco na camada de ozônio, pois o CO2 concentrado na atmosfera também pode reagir com o ozônio, ainda que em menor escala, e resultar na impossibilidade de que mais moléculas sejam agregadas à camada de ozônio.
e) quanto menor o buraco na camada de ozônio, maior a capacidade de retenção de raios do Sol e, portanto, menor será a quantidade de radiação atingindo a superfície do planeta, o que diminui, portanto, a tendência de aquecimento global por causa do efeito estufa.
Resposta: Alternativa A. A expansão do buraco na camada de ozônio significa menor filtragem de raios ultravioleta e mais calor entrando pela atmosfera, aumentando o aquecimento global como uma de suas consequências.
Créditos da imagem
Fontes
EEA. What is the current state of the ozone layer? EEA, [2024]. Disponível em: https://www.eea.europa.eu/en/topics/in-depth/climate-change-mitigation-reducing-emissions/current-state-of-the-ozone-layer.
EPA. Health and Environmental Effects of Ozone Layer Depletion. United States Environmental Protection Agency (EPA), 16 jul. 2024; Disponível em: https://www.epa.gov/ozone-layer-protection/health-and-environmental-effects-ozone-layer-depletion.
MMA. Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio. MMA, [s.d.]. Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/ozonio/item/581-subst%C3%A2ncias-destruidoras-da-camada-de-oz%C3%B4nio.html.
NASA. Ozone Hole Continues Healing in 2024. NASA Earth Observatory, 31 out. 2024. Disponível em: https://earthobservatory.nasa.gov/images/153523/ozone-hole-continues-healing-in-2024
UNEP. Como o mundo se uniu para reconstruir a camada de ozônio. UNEP, [s.d.]. Disponível em: https://www.unep.org/pt-br/noticias-e-reportagens/reportagem/como-o-mundo-se-uniu-para-reconstruir-camada-de-ozonio.