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Cobra-coral-verdadeira e falsa-coral

As cobras coral-verdadeira e falsa-coral são serpentes muito semelhantes, entretanto somente a coral-verdadeira é capaz de inocular seu veneno.

Coral-verdadeira em cima de uma grande pedra. A coral-verdadeira produz um veneno poderoso que acomete o sistema nervoso.

Cobra-coral-verdadeira e falsa-coral são nomes populares dados a diferentes espécies de serpentes que apresentam como característica marcante um padrão de cores característico em seu corpo, o qual é constituído, geralmente, por anéis pretos, vermelhos e brancos. As corais-verdadeiras se diferenciam das falsas-corais devido ao fato de que essas últimas não são peçonhentas, ou seja, não são capazes de inocular o seu veneno.

A coral-verdadeira destaca-se como uma das serpentes mais venenosas do Brasil, possuindo um veneno que atinge o sistema nervoso. O tratamento é feito com a administração de soro antielapídico.

Leia também: Sucuri — uma das maiores serpentes do mundo

Resumo sobre cobra-coral-verdadeira e falsa-coral

  • Coral-verdadeira e falsa-coral são serpentes com padrões de cores semelhantes.

  • A coloração da coral-verdadeira funciona como um aviso para predadores.

  • A falsa-coral não é perigosa como a coral-verdadeira, mas seu padrão de cores semelhante afasta os predadores.

  • A cobra-coral-verdadeira diferencia-se da falsa-coral por ser peçonhenta, enquanto a falsa-coral não é capaz de inocular veneno.

  • O veneno da cobra coral-verdadeira afeta o sistema nervoso.

Qual a diferença entre a cobra-coral-verdadeira e a falsa-coral?

As chamadas cobras-corais-verdadeiras possuem coloração bastante característica, formada, geralmente, por anéis pretos, vermelhos e brancos. Chamamos essa coloração de aposemática ou coloração de aviso, uma vez que indica perigo e aparece geralmente em animais venenosos. Esse padrão de cores é frequentemente copiado por espécies conhecidas como falsas-corais, um grupo não peçonhento. As falsas-corais copiam a cor da coral-verdadeira para afugentar predadores.

É muito comum ouvirmos que podemos diferenciar uma coral-verdadeira de uma falsa-coral observando apenas a ordem da cor dos anéis que ela apresenta. Entretanto, a análise do padrão de cores não é uma boa técnica de identificação.

Existem indivíduos, por exemplo, que não apresentam anéis vermelhos, um padrão de coloração que poderia fazer a espécie ser confundida com outra serpente por um leigo. Sendo assim, o recomendado é que nunca tentemos manusear essas cobras para avaliar seu padrão de cor. Ao se deparar com uma serpente, é fundamental se afastar o mais rápido possível.

Características da coral-verdadeira

As chamadas corais-verdadeiras são serpentes que no Novo Mundo estão distribuídas nos gêneros Micrurus, Leptomicrurus e Micruroides. No Brasil, totalizam 35 espécies conhecidas. Trata-se de espécies peçonhentas, uma vez que apresentam dentição capaz de injetar o veneno que produzem. Apresentam coloração vibrante que funciona como um aviso para seus predadores.

As cobras-corais-verdadeiras são animais de hábitos semifossoriais, ou seja, passam parte do tempo debaixo do solo. Não são consideradas agressivas, estando, geralmente, escondidas em vegetação rasteira, em buracos e debaixo de troncos e pedras. As corais-verdadeiras são animais carnívoros, alimentando-se, por exemplo, de cecílias, outras serpentes, peixes e animais invertebrados. Variação em relação ao comportamento pode ser observado a depender da espécie estudada.

Características da falsa-coral

Falsa-coral enrolada em cima de serragem.
Observe a imagem de uma falsa-coral (gênero Erythrolamprus). O padrão de cores é muito parecido com o da coral-verdadeira.

Falsas-corais são serpentes que apresentam uma coloração muito semelhante à apresentada pelas corais-verdadeiras. Essas serpentes, que não são capazes de inocular veneno, mimetizam as características físicas das corais-verdadeiras, as quais são extremante perigosas, garantindo, desse modo, que os predadores se afastem.

Existem diferentes espécies de falsas-corais, as quais estão distribuídas em diferentes gêneros, tais como Oxyrhopus, Erythrolamprus e Simophis. Em relação ao comportamento, este varia de uma espécie para outra. Assim como as corais-verdadeiras, são animais carnívoros e podem se alimentar de pequenos lagartos e até mesmo de outras cobras.

  • Falsa-coral também possui veneno?

Muitas pessoas acreditam que a falsa-coral não possui veneno. Esse é um grande equívoco. Essas cobras também são venenosas, entretanto nessas espécies os dentes responsáveis por inocular o veneno estão localizados na parte de trás da boca, dificultando que a substância seja inoculada no momento da picada, uma dentição denominada de opistóglifa.

Além disso, em algumas falsas-corais a dentição é áglifa, ou seja, sem presença de presas inoculadoras. Nas corais-verdadeiras, as presas inoculadoras ficam na parte da frente, portanto a inoculação do veneno ocorre mais facilmente. A dentição nas corais-verdadeiras é chamada de proteróglifa.

Saiba mais: Qual a diferença entre cobra e serpente?

Veneno da cobra-coral-verdadeira

As corais-verdadeiras apresentam veneno que se caracteriza por apresentar alta toxicidade. Esse veneno afeta o sistema nervoso e, segundo o Instituto Butantan, inicialmente a picada provoca dor local, visão turva e problemas de fala. Posteriormente, ainda de acordo com o instituto, o veneno dessa serpente provoca paralisia de músculos importantes, como coração e diafragma.

Percebe-se, portanto, que as cobras corais-verdadeiras causam acidentes graves, os quais são capazes de causar insuficiência respiratória e morte. Dessa forma, quem é picado necessita de auxílio médico imediato.

Vale destacar que, como a maioria dos animais, essas serpentes não atacam se não se sentirem ameaçadas. Sendo assim, é fundamental sempre ficar atento ao caminhar em áreas verdes e nunca colocar a mão embaixo de troncos, pedras e outros ambientes que podem ser esconderijos para serpentes.

Caso seja picado por uma cobra, independentemente da espécie, é fundamental não tentar chupar a ferida e não fazer torniquetes. O ideal é procurar imediatamente o médico para a aplicação do chamado soro antiofídico, que tem por função principal diminuir a ação do veneno. No caso da coral-verdadeira, o tratamento é feito com a administração do soro antielapídico.

Por Vanessa Sardinha dos Santos

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