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Onomatopeia

Onomatopeia é uma palavra usada para representar sons ou ruídos por escrito, sendo um recurso muito usado em histórias em quadrinhos, por exemplo.

Quadrinho ilustrado com a representação do ruído feito por uma explosão: “boom!”, um exemplo de onomatopeia. As onomatopeias tentam imitar, em palavras escritas, sons e ruídos de seres ou coisas.

  A onomatopeia é uma figura de linguagem usada para representar, de maneira escrita, um som ou ruído, como sons emitidos por animais, barulhos de objetos, ruídos de fenômenos da natureza, entre outros. Seu uso é bastante comum em histórias em quadrinho, em músicas, na literatura e em mensagens de aplicativos de mensagem instantânea.

Leia também: Como ocorre o processo de formação de palavras?

O que é uma onomatopeia?

A onomatopeia é uma figura de linguagem que usa o som das palavras para criar um efeito de sentido. Por isso, também é classificada mais especificamente como uma figura de som (também chamada de figura de harmonia).

Na onomatopeia, uma palavra é construída de maneira que o som dela seja parecido com o som ou o ruído de algum objeto, fenômeno da natureza, animal etc. Veja alguns exemplos de onomatopeias na lista a seguir:

Onomatopeia

Som que simula

bi, bi

buzina

buááá

choro

cabrum

trovão

chuac, smack

beijo

cocoricó

galo cantando

kkkk, hahaha

risada

pocotó

galope de cavalo

tchibum

mergulho

tititi

sussurro

vruuum

motor de veículo

Usos da onomatopeia

As onomatopeias são uma figura de linguagem bastante explorada em diversos contextos de comunicação.

Histórias em quadrinhos

Nas histórias em quadrinhos, o uso de onomatopeias se mistura às figuras para criar um efeito ainda mais visual dos sons e ruídos expressos na história.

Exemplos de onomatopeias em histórias em quadrinhos.

Veja também: Recursos usados em histórias em quadrinhos

Músicas

As onomatopeias costumam ser palavras de forte sonoridade (já que imitam ruídos), então são muito exploradas nas letras de diversas canções. Veja alguns exemplos:

Oi, tum, tum, bate coração
(Letra de “Bate coração”, interpretada por Elba Ramalho.)

Pluct, plact, zummm! Não vai a lugar nenhum!
(Letra de “Carimbador maluco”, interpretada por Raul Seixas.)

Ha ha ha ha ha, mas eu tô rindo à toa
(Letra de “Rindo à toa”, interpretada pela banda Falamansa.)

Poesia

As onomatopeias também são muito usadas em diversos poemas. Leia, a seguir, o poema “O relógio”, de Vinicius de Moraes, que usa onomatopeias para aumentar sua expressividade.

O relógio

Passa, tempo, tic-tac

Tic-tac, passa, hora

Chega logo, tic-tac

Tic-tac, e vai-te embora

Passa, tempo

Bem depressa

Não atrasa

Não demora

Que já estou

Muito cansado

Já perdi

Toda a alegria

De fazer

Meu tic-tac

Dia e noite

Noite e dia

Tic-tac

Tic-tac

Tic-tac...

Mensagens por escrito

É muito comum usarmos onomatopeias em aplicativos de mensagens instantâneas, especialmente para expressarmos emoções ou reações. Veja alguns exemplos:

Kkkk, gargalhei aqui!

Argh! Que nojo!

Onomatopeias em frases

Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! Lept!, arrancou estrada afora. (Monteiro Lobato)

Esse zum-zum está me irritando! De onde vem esse barulho?

Estava eu tranquila em minha casa até que, toc! toc!, alguém bate à porta…

Eu nunca ouvi um espirro tão alto quanto esse atchim que você deu agora.

Mal colocamos a comida no prato e, nhac!, ela abocanhou tudo de uma vez!

Outras figuras de linguagem

Além das onomatopeias, há diversas outras figuras de linguagem usadas para estabelecer efeitos diversos no enunciado. Conheça algumas:

Veja também: Paródia — um texto criado com base em outro texto como objetivo de provocar uma reflexão crítica

Exercícios resolvidos sobre onomatopeia

Questão 1

Assinale a alternativa que contém uma onomatopeia.

A) Ao ouvir o som do latido de seu cachorro, ele já ficou feliz por chegar em casa.

B) Ainda não temos nenhum brinquedo de carrinho.

C) Eu conseguia ouvir cri, cri de tanto silêncio naquele lugar.

D) Quando o despertador tocar, todos devem parar de escrever.

Resolução:

Alternativa C

A onomatopeia é “cri, cri”, imitando o som de grilos.

Questão 2

(Funcab)

Novos pesadelos informáticos

Outro dia, uma revista me descreveu como convicto “tecnófobo”, neologismo horrendo inventado para designar os que têm medo ou aversão aos progressos tecnológicos. Acho isso uma injustiça. Em 86, na Copa do México, eu já estava escrevendo (aliás, denúncia pública: este ano não vou à França, ninguém me chamou; acho que fui finalmente desmascarado como colunista esportivo) num computadorzinho arqueológico, movido a querosene, ou coisa semelhante. Era dos mais modernos em existência, no qual me viciei e que o jornal, depois de promessas falsas, me tomou de volta. [...]

Já no final de 86, era eu orgulhoso proprietário e operador de um possante Apple IIE (enhanced), com devastadores 140 kb de memória, das quais o programa para escrever comia uns 120. Mas eu continuava feliz, com meu monitor de fósforo verde e minha impressora matricial Emilia, os quais se transformaram em atração turística de Itaparica, tanto para nativos quanto para visitantes. Que maravilha, nunca mais ter de botar papel-carbono na máquina ou ter de fazer correções a caneta – e eu, que sempre fui catamilhógrafo, apresentava um texto mais sujo do que as ruas da maioria de nossas capitais. Havia finalmente ingressado na Nova Era, estava garantido.

Bobagem, como logo se veria. Um ano depois, meu celebrado computador não só me matava de vergonha diante dos visitantes, como quebrava duas vezes por semana e eu, que não dirijo, pedia à minha heroica esposa que o levasse a Salvador, poderosíssima razão para minha conversão pétrea à indissolubilidade do matrimônio. [...]

[...] Mas ganhei um computador novo! Fui dormir felicíssimo, pensando em meu lapetope de última geração, cheio de todas as chinfras. Mas tudo durou pouco, porque um certo escritor amigo meu me telefonou.

– Alô! – disse o Zé Rubem do outro lado.

– Você tem tempo para mim? Digo isso porque, com seu equipamento obsoleto, não deve sobrar muito tempo, além do necessário para almoçar apressadamente.

– Ah-ah! – disse eu. – Desta vez, você se deu mal. Estou com um lapetope fantástico aqui.

– É mesmo? – respondeu ele. – Pentium II?

– Xá ver aqui. Não, Pentium simples, Pentium mesmo.

– Ho-ho-ho-ho! Ha-ha-ha-ha! Hi-hi-hi hi!

– O que foi, desta vez?

– Daqui a uns quatro meses, esse equipamento seu estará completamente obsoleto.

Isso não se usa mais, rapaz, procure se orientar!

– Como não se usa mais? Todos os micreiros amigos meus têm um Pentium.

– Todos os amigos, não. Eu, por exemplo, tenho um Pentium II. Isso... Ninguém tem Pentium II!

– Eu tenho. Mas não é grande coisa, aconselho você a esperar mais um pouco.

– Como, não é grande coisa? Entre todo mundo que eu conheço é só você tem um e agora vem me dizer que não é grande coisa.

– Você é um bom escritor, pode crer, digo isto com sinceridade. Quantos megahertz você tem nessa sua nova curiosidade?

– 132.

– Hah-ha-ha! Ho-ho-hi-hi!

– Vem aí o Merced, rapaz, o Pentium 7, não tem computador no mercado que possa rodar os programas para ele.

– E como você fica aí, dando risada?

– Eu já estou com o meu encomendado, 500 megahertz, por aí, nada que você possa entender.

– Mas, mas…

Acordei suando, felizmente era apenas um pesadelo. Meu amigo Zé Rubem, afinal de contas, estaria lá, como sempre, para me socorrer. Fui pressuroso ao telefone, depois de enfrentar mais senhas do que quem quer invadir os computadores do Pentágono.

– Alô, Zé! Estou de computador novo!

– Roda Windows 98? Tem chip Merced?

– Clic – fiz eu do outro lado.

(UBALDO, João. Fragmento adaptado)

O fragmento transcrito que possui um exemplo de onomatopeia é:

A) “– É mesmo? – respondeu ele. – PentiumII?”

B) “Mas tudo durou pouco, porque um certo escritor amigo meu me telefonou.”

C) “– Clic – fiz eu do outro lado.”

D) “– E como você fica aí, dando risada?”

E) “Bobagem, como logo se veria.”

Resolução:

Alternativa C

A palavra “Clic” é um exemplo de onomatopeia.  

Por Guilherme Viana

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