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Crise de 1929

A Crise de 1929 foi a maior crise econômica da história dos Estados Unidos e do capitalismo. Foi iniciada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York.

Acionistas norte-americanos desesperados tentando vender suas ações durante a quebra da Bolsa de Nova York em 1929. Acionistas norte-americanos desesperados tentando vender suas ações durante a quebra da Bolsa de Nova York em 1929.

A Crise de 1929 foi a maior crise econômica da história dos Estados Unidos e do capitalismo, causada pela superprodução da indústria norte-americana, falta de regulamentação da economia, excesso de crédito e especulação na Bolsa de Valores. Essa crise fez com que milhares de empresas falissem e milhões de trabalhadores perdessem os seus empregos.

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Resumo sobre a Crise de 1929

  • A Crise de 1029 foi a maior crise econômica da história do capitalismo.

  • Foi causada pela superprodução, falta de regulação da economia, excesso de crédito e pela bolha de especulação.

  • Teve início com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929.

  • Fez com que milhares de empresas falissem e milhões de trabalhadores ficassem desempregados.

  • O principal produto do Brasil a ser afetado foi o café, produzido principalmente para ser exportado.

Videoaula sobre a Crise de 1929

Contexto histórico da Crise de 1929

A década de 1920 ficou marcada como a que deu início à maior crise econômica da história dos Estados Unidos e do capitalismo. Entretanto, antes dessa crise de grandes proporções, essa década havia se destacado como um período de euforia e de prosperidade sem limites na memória norte-americana.

Nos Estados Unidos, a década de 1920 ficou conhecida como roaring twenties, termo que foi traduzido para o português como “loucos anos vinte”. Essa expressão foi usada para definir o clima da sociedade norte-americana na década de 1920. Isso porque os Estados Unidos viviam um ciclo de prosperidade jamais visto na história do país.

A economia norte-americana estava em crescimento desde antes da Primeira Guerra Mundial, mas com o término do conflito, os Estados Unidos assumiram indiscutivelmente a posição de maior potência econômica do planeta. Isso porque o país prosperou bastante com a guerra, não tendo sido atingido pelo combate.

Assim, a indústria norte-americana passou a ser responsável pela produção de grande parte das mercadorias que eram consumidas no planeta. Além disso, o país tornou-se credor das nações europeias que se recuperavam da guerra. Isso significa que os Estados Unidos passaram a importar mercadorias e a emprestar dinheiro em grandes volumes para a Europa, principalmente.

O avanço da economia e da indústria norte-americana estabeleceu o que ficou conhecido como american way of life, o “modo de vida norte-americano”. Esse modo de vida era baseado em um alto consumo de mercadorias, muitas delas desnecessárias. Entre os principais bens consumidos na época estavam os eletrodomésticos.

Essa euforia fez com que a indústria norte-americana começasse a produzir mercadorias desenfreadamente, sem se importar se o mercado teria condições de absorvê-las. Além disso, o clima de entusiasmo econômico também fez com que os bancos passassem a realizar uma grande quantidade de empréstimos, sem se atentar se haveria retorno e também sem regulamentação sobre estes.

Por fim, a excitação econômica incentivou milhares de pessoas a investirem o seu capital em ações na Bolsa de Valores. A grande quantidade de pessoas investindo em ações fez com que o valor destas disparassem, reforçando a sensação de prosperidade.

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Causas da Crise de 1929

Levando em conta esse contexto, alguns pontos podem ser destacados em relação aos fatos que motivaram a Crise de 1929:

  • aumento da produção sem que o mercado pudesse absorver as mercadorias produzidas;

  • realização de um elevado número de empréstimos;

  • falta de regulação sobre as transações;

  • recuperação da economia europeia;

  • especulação monetária.

Vamos entender esse cenário. Primeiramente, o aumento da produção norte-americana não foi acompanhado por medidas que permitiriam a absorção dessas mercadorias. No pós-guerra, boa parte delas eram consumidas pelo mercado europeu, mas a recuperação econômica da Europa fez com que a demanda por produtos norte-americanos diminuísse.

Além disso, havia um fato importante no próprio território norte-americano. Os trabalhadores do país, isto é, consumidores em potencial, não obtiveram conquistas salariais. Assim, o poder de compra dos trabalhadores continuava o mesmo e, naturalmente, eles não tinham condição de consumir tudo o que era produzido.

Ademais, a quantidade de crédito que estava sendo disponibilizada esbarrou em um fator: muitos não pagaram os empréstimos que haviam pedido. As mercadorias empacadas e o calote nos bancos afetaram a euforia do mercado e suas consequências chegaram à Bolsa de Valores de Nova York.

No dia 24 de outubro de 1929, o clima de desconfiança fez com que 12 milhões de ações fossem colocadas à venda. Isso colocou o mercado em pânico, e o quadro se manteve no dia 28, quando 33 milhões de ações foram colocadas à venda. No dia seguinte, 29 de outubro de 1929, a bolsa quebrou e o valor das ações despencou.

Imediatamente, ações que valiam milhares de dólares passaram a valer absolutamente nada, e diversas empresas norte-americanas que tinham o seu capital investido na Bolsa de Valores foram à falência. Muitas das empresas que não faliram perderam parte de seu patrimônio e precisaram demitir funcionários.

As demissões aumentavam à medida que as empresas iam falindo. Tudo isso fez com que os empréstimos dos bancos não fossem pagos. Além disso, o pânico criado por essa situação fez com que milhares de pessoas fossem aos bancos sacar seu dinheiro para se resguardar. Isso levou centenas de bancos à falência, pois todos os fundos foram retirados pelos clientes.

Consequências da Crise de 1929

Com a Crise de 1929, milhões de norte-americanos perderam os seus empregos e as suas casas, sendo obrigados a viver na rua.

A quebra da Bolsa de Nova York deu início ao período da Grande Depressão. De 1929 a 1933, os Estados Unidos viveram o pior momento da crise econômica. Porém, a partir de 1933, uma gradual recuperação começou a acontecer no país. De forma geral, os efeitos da Crise de 1929 foram sentidos até meados da Segunda Guerra Mundial.

Entre as consequências da Crise de 1929 destacam-se o enorme número de falências que aconteceram nos Estados Unidos, além do aumento exponencial na taxa de desempregados no país. O desemprego nos Estados Unidos saltou de 4%, antes da crise, para 27% da população depois da quebra da Bolsa de Valores.

O PIB do país diminuiu, a quantidade de importações e exportações teve decréscimo, a produção industrial foi reduzida e o salário dos trabalhadores decaiu. Além disso, os efeitos da Crise de 1929 não ficaram restritos aos Estados Unidos e se espalharam por diferentes países, sobretudo os europeus.

Lá na Europa, o número de desempregados aumentou consideravelmente, e as consequências da crise econômica serviram de impulso para o crescimento de movimentos totalitaristas, como o nazismo, na Alemanha, o fascismo, na Itália.

Os efeitos da Grande Depressão só começaram a ser contornados a partir de 1933, quando o governo norte-americano implantou o New Deal (Novo Acordo), um programa de intervenção do Estado na economia. O objetivo desse programa era reaquecer a economia dos Estados Unidos. Entre as ações realizadas, destaca-se, por exemplo, a criação de obras públicas para garantir emprego aos cidadãos norte-americanos.

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Crise de 1929 no Brasil

Aqui no Brasil, o maior impacto da Crise de 1929 se deu nas exportações que o país realizava. O Brasil era o grande produtor internacional de café e os Estados Unidos eram o maior consumidor desse produto brasileiro. Com a crise, o movimento do café brasileiro empacou, pois o volume das importações norte-americanas foi reduzido drasticamente.

Assim, o preço do café despencou no mercado internacional. Os cafeicultores pressionaram o governo brasileiro para que uma ação fosse tomada em relação a essa situação. Em 1930, Getúlio Vargas assumiu a presidência e decidiu que o governo compraria as sacas de café dos cafeicultores e as queimaria.

Assim, o Brasil assumiria o prejuízo dos cafeicultores e ainda destruiria o café para garantir o preço da mercadoria no mercado internacional. Além disso, foi criado um órgão responsável por cuidar dos negócios do café no Brasil. Esse órgão ficou conhecido como Conselho Nacional do Café.

Por Daniel Neves Silva

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