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História da árvore de natal

A árvore de Natal é um dos grandes símbolos natalinos. Ela surgiu como prática vinculada ao Natal, provavelmente no norte da Europa em algum momento entre os séculos XV e XVI.

Árvore de natal. Acredita-se que a árvore de Natal surgiu a partir de símbolos pagãos que foram ressignificados pelos cristãos com o passar do tempo.

A árvore de Natal é um importante item decorativo da tradição natalina, assim como o presépio, a guirlanda, as luzes de Natal, entre outros itens. Todos esses elementos são ricos em simbologia, assim como o Natal em si, que é uma das datas comemorativas mais relevantes para a nossa cultura e, por isso, é marcado por festas, cultos religiosos, ações de caridade etc.

A montagem da árvore de Natal, na cultura cristã, deve acontecer no primeiro domingo do Advento, baseado no calendário litúrgico do catolicismo, o dia em que se reinicia o Ano Litúrgico. Entre os itens decorativos estão bolas e estrelas, por exemplo. A árvore de Natal, provavelmente, teve origem em culturas pagãs e foi sendo ressignificada pelos cristãos ao longo da história.

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A árvore de Natal tem origem pagã?

Os historiadores consideram que a árvore como um símbolo natalino provavelmente tem origem em culturas de origem pagã. Sabemos atualmente que povos, como os romanos e os egípcios, utilizavam árvores durante festivais religiosos importantes. Os romanos, por exemplo, decoravam seus templos com árvores durante a Saturnália, festival religioso para o deus Saturno.

Além disso, entre os romanos uma árvore de folha perene (árvore que está sempre verde e que não perde suas folhas) era considerada um importante símbolo de vida. Os romanos também possuíam uma prática de decorar suas casas com louros em homenagem aos seus imperadores. Essa prática era questionada por cristãos, como Tertuliano, famoso cristão da antiguidade que condenava essa prática como pagã.

Em algumas culturas da antiguidade, o fato de manter uma árvore de folhas perenes dentro de casa era uma forma de garantir a fertilidade, pois conseguia manter suas folhas verdes, mesmo no período de inverno. Acredita-se que com o tempo esse tipo de árvore passou a ser utilizada como símbolo pelos cristãos em meados da Idade Média.

Um possível ponto de partida para entendermos essa ressignificação da árvore para os cristãos é a história do bispo saxão do século VIII, conhecido como São Bonifácio. Em certa ocasião, São Bonifácio presenciou pessoas realizando um ritual religioso em frente a um carvalho, uma árvore sagrada para os germânicos, pois era associada a figura de Thor. São Bonifácio, então, teria derrubado a árvore e, pelo fato de nada ter acontecido a ele após a derrubada, ele aproveitou-se da situação para pregar e converter as pessoas presentes.

Existem alguns que dizem que ele apontou para o abeto, uma árvore com folhas perenes, alegando que suas folhas sempre verdes simbolizavam a natureza de Deus. Outros, por sua vez, alegam que ele apontou para o abeto como forma de pregar a ideia da Trindade para aqueles pagãos. Não existe, porém, comprovação se essa história realmente relaciona-se com a origem da utilização da árvore como símbolo natalino pelos cristãos.

Outros historiadores sustentam que a árvore de Natal é um símbolo que foi derivado diretamente de uma tradição vinculada aos povos nórdicos. Aqui estamos falando do Jól, também conhecido como Yule, um festival nórdico que era realizado durante o solstício de inverno, no norte da Europa.

Durante o Jól, os nórdicos utilizavam o Julgran, o pinheiro, como decoração. Esse pinheiro era uma referência a um símbolo importante da visão de mundo dos nórdicos: a Yggdrasil, uma gigantesca árvore cósmica que sustentava o Universo e todos os nove mundos que existiam nele. Era uma árvore que simbolizava vida e fertilidade.

Acesse também: Mitologia nórdica – conjunto de crenças praticadas pelos nórdicos

Como surgiu a árvore de Natal moderna?

Acredita-se que a tradição de decorar árvores na época do Natal remonte ao final da Idade Média, ao começo da Idade Moderna e iniciou-se no norte da Europa. Diferentes locais da Europa reivindicam para si a origem da árvore de Natal e lugares como Talinn (Estônia), Riga (Letônia) e Bremen (Alemanha) são apontados como alguns dos prováveis criadores desse símbolo natalino.

Existe até mesmo uma hipótese de que a prática de decorar árvores tenha sido consolidada na região da Alemanha por influência de Martinho Lutero, o iniciador da Reforma Protestante, no século XVI. Alguns historiadores dizem que Lutero resolveu colocar uma árvore decorada no interior de sua casa após uma caminhada por um bosque durante a noite. A partir daí a prática acabou espalhando-se.

Era comum na Alemanha do século XVI que as pessoas usassem maçãs e nozes para decorar suas árvores de Natal. Posteriormente, as maçãs e nozes foram substituídas por bolas decorativas, que foram criadas por um soprador de vidros alemão no século XIX.

A popularização da árvore de Natal acabou fazendo com que esse item fosse espalhado pelo mundo. Acredita-se que a prática tornou-se muito comum por influência da Rainha Vitória, rainha inglesa do século XIX que adotou a decoração da árvore de Natal. Nesse mesmo século, a prática chegou aos Estados Unidos por meio de imigrantes alemães.

Data da montagem

Aqui no Brasil, utiliza-se o calendário litúrgico do catolicismo como referência para a montagem da árvore de Natal. Sendo assim, o momento certo para montar uma árvore de Natal é no primeiro domingo do Advento, um tempo litúrgico do calendário católico que anuncia o nascimento de Jesus Cristo.

Sendo assim, no ano de 2019, por exemplo, o primeiro domingo do Advento foi no dia 1º de dezembro. Para outros anos, a data do Advento será:

  • 2020: 29 de novembro;

  • 2021: 28 de novembro;

  • 2022: 27 de dezembro.

A desmontagem da árvore de Natal, por sua vez, acontece sempre no dia 6 de janeiro, conhecido como Dia de Reis, que se comemora a visita dos Reis Magos a Jesus, um recém-nascido.

Por Daniel Neves Silva

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