A região Centro-Oeste do Brasil é formada por três estados e pelo Distrito Federal. Sua economia, centrada nos serviços e na agropecuária, tem importância em escala nacional.
A região Centro-Oeste é uma das grandes regiões do Brasil. Ela é composta pelos estados de Goiás, do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. Abriga, portanto, a capital do Brasil, tendo se tornado o centro político do país na década de 1960. A região Centro-Oeste tem clima tropical predominante e relevo formado por planaltos. Sua cobertura vegetal é aquela que caracteriza o bioma Cerrado, principalmente, e também parte da Amazônia. O Pantanal fica nessa região do Brasil, sendo considerado a maior planície alagável do mundo.
Na região Centro-Oeste vivem mais de 16,2 milhões de pessoas, sendo ela a região menos populosa do Brasil. A economia dos estados do Centro-Oeste tem como base os serviços e a agropecuária, com destaque para a produção de soja que é desenvolvida nos estados de Goiás e do Mato Grosso.
Leia também: Região Sudeste — detalhes sobre outra importante região brasileira
Estados e capitais da região Centro-Oeste |
|
Estado |
Capital |
Distrito Federal* |
Brasília |
Goiás |
Goiânia |
Mato Grosso |
Cuiabá |
Mato Grosso do Sul |
Campo Grande |
*O Distrito Federal (DF) não é considerado um estado. Ele é uma unidade federativa (UF) criada com o objetivo de abrigar a capital do Brasil, a cidade de Brasília.
A região Centro-Oeste do Brasil está localizada na parte mais central do território brasileiro. Abriga, inclusive, o centro geodésico da América do Sul, que fica na cidade de Cuiabá (MT). A superfície do Centro-Oeste tem área de 1.606.354 km² e se limita com oito estados, pertencentes a todas as regiões do país.
Esse aspecto foi um dos principais critérios enumerados para escolher a localização da cidade de Brasília, capital nacional estabelecida no ano de 1961. Além disso, o Centro-Oeste estabelece fronteira internacional com a Bolívia e com o Paraguai, situados a sudoeste.
A seguir, conheça as principais características dessa região do Brasil.
A região Centro-Oeste detém um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 932,16 bilhões, o que equivale a 10,3% da economia brasileira. O Distrito Federal é a UF que lidera a economia regional do Centro-Oeste, respondendo por uma parcela de 30,7% do seu PIB.
A maior parte das atividades econômicas de Brasília e das cidades do seu entorno está alocada no setor terciário, com grande importância do serviço público, visto que a sede do governo brasileiro e das suas principais instituições fica no Distrito Federal.
O turismo e o comércio também fazem parte desse cálculo, estendendo-se para os demais estados. Entre os principais destinos turísticos da região Centro-Oeste, estão as cidades do Pantanal, a Chapada dos Guimarães e a Chapada dos Veadeiros.
Considerando os demais estados do Centro-Oeste, o setor primário, aliado com as muitas cadeias produtivas do setor secundário, desempenha papel fundamental na composição da sua economia. Os estados do Mato Grosso e de Goiás são os dois maiores produtores de soja do Brasil, de acordo com informações recentes da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). As lavouras seguem a lógica produtiva do agronegócio, e a produção é direcionada principalmente para o mercado externo. Além da soja, os estados produzem milho, cana-de-açúcar e algodão.
A pecuária compõe a economia da região Centro-Oeste. Ambos os estados anteriormente mencionados apresentam, também, posições de destaque no que diz respeito à criação de gado: Mato Grosso detém o maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 34 milhões de cabeças, enquanto Goiás ocupa a terceira colocação. No Mato Grosso do Sul, essa atividade econômica é tão importante quanto a agricultura comercial.
A agroindústria é o ramo do setor secundário que tem maior peso nesse segmento nos estados do Centro-Oeste. Trata-se daquelas empresas que têm ligação direta com a produção agropecuária, como alimentícia, sucroalcooleira, de bebidas, produtoras de ração, e frigoríficos. Da mesma forma, o setor está interligado com o extrativismo mineral, sendo a região produtora de minerais como ouro, cobre, chumbo, ferro e manganês.
Os planaltos e as chapadas são predominantes na composição do relevo da região Centro-Oeste. As depressões também estão presentes, concentrando-se nas bordas dos terrenos planálticos, como acontece em Goiás e no Mato Grosso. As planícies estão concentradas no oeste do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, por onde se estende o Pantanal. Esse amplo bioma é caracterizado pela presença de planícies alagáveis, as quais concentram água durante um intervalo que varia de seis a oito meses do ano.
A região Centro-Oeste do Brasil está inserida em quatro diferentes biomas, o que resulta na formação de uma cobertura vegetal bastante diversa. São elas:
O Centro-Oeste abriga a maior planície alagável do mundo, o Pantanal. Nela são formados imensos lagos temporários que são o resultado das chuvas que ocorrem no verão, encharcando o solo e dando vida a um ecossistema único no país. Além dessa formação, os rios da região se distribuem em quatro bacias hidrográficas:
O clima predominante do Centro-Oeste é o tropical típico. Esse clima tem como principal característica a alternância entre uma estação quente e chuvosa, comumente de setembro ou outubro a abril, e a outra estação mais amena e seca, quando os níveis de chuva ficam muito baixos e as temperaturas apresentam ligeira queda. Enquanto nos meses mais quentes a média chega a 27 ºC e pode atingir 30 ºC; no período mais frio, os termômetros marcam entre 18 ºC e 22 ºC. O volume anual de chuvas nesse clima varia entre 750 e 1500 mm.
Identifica-se, ainda, a presença do clima equatorial no norte do Mato Grosso, que é quente e úmido, assim como o clima subtropical em uma pequena parcela do Mato Grosso do Sul, em que as temperaturas médias são amenas e a distribuição de chuvas se dá de forma equivalente durante o ano.
O Centro-Oeste é a região menos populosa do Brasil. Segundo dados do IBGE do último Censo Demográfico, vivem no Centro-Oeste 16.289.538 pessoas, o que representa uma parcela de 8,02% da população brasileira. Essa é, também, uma região pouco povoada do país quando analisamos a sua densidade demográfica, inferior àquela observada para todo o território brasileiro: 10,14 hab./km². A maior parte dos habitantes do Centro-Oeste vive no estado de Goiás, que tem uma população atual de 7.056.495 habitantes.
Na tabela a seguir, confira a distribuição populacional da região Centro-Oeste:
População por UF da região Centro-Oeste |
|
UF |
População |
Distrito Federal |
2.817.381 |
Goiás |
7.056.495 |
Mato Grosso |
3.658.649 |
Mato Grosso do Sul |
2.757.013 |
A parcela da população do Centro-Oeste que vive nas cidades é 91,4%. Isso significa que 8,6% de seus habitantes residem na zona rural. Entre as maiores cidades dessa região estão Brasília, com 2.817.381 habitantes, Goiânia, capital de Goiás, com 1.437.366 habitantes, e Campo Grande, sede do governo sul-mato-grossense, com 898.100 habitantes.
A cultura da região Centro-Oeste é formada pela influência das tradições e das diferentes formas de manifestação cultural que foram herdadas das populações indígenas, africanas, europeias e de países vizinhos. Algumas de suas principais tradições estão atreladas aos feriados religiosos e ao catolicismo, religião que é predominante nos estados dessa região.
Entre as celebrações mais conhecidas do Centro-Oeste estão a Procissão do Fogaréu, na Cidade de Goiás, a Congada, que acontece em Goiás e também no Mato Grosso, e a Festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, celebrada desde a segunda metade do século XIX, além da Festa do Divino Pai Eterno, que ocorre em Goiás, na cidade de Trindade.
As danças e músicas que são tradicionais do Centro-Oeste incluem a catira, o xote, o siriri e o cururu. Existem, ainda, muitos gêneros musicais que são amplamente consumidos nessa região, como é o caso do sertanejo e de uma de suas vertentes, a moda de viola.
Pensando na história da música brasileira, o Centro-Oeste participou de um capítulo importante para o rock e o punk com as bandas de Brasília que surgiram a partir da década de 1980. A gastronomia do Centro-Oeste é diversa e composta por ingredientes tipicamente brasileiros, como o arroz com pequi, a pamonha, o caldo de piranha e o empadão goiano.
Acesse também: Região Nordeste — detalhes sobre outra importante região brasileira
Existem evidências arqueológicas que mostram que a ocupação do Centro-Oeste do Brasil aconteceu há milhares de anos, muito antes da chegada dos colonizadores europeus ao país. Apesar dessa região ser referida como uma área que não era povoada durante os primeiros anos do domínio português, sabe-se que as populações indígenas já estavam instaladas no Centro-Oeste.
O ingresso de novos povos começou somente a partir do século XVII, com as expedições denominadas bandeiras. Essa atividade foi importante para o início da criação de gado na região, assim como o cultivo de diferentes tipos de produtos agrícolas.
A expansão das áreas destinadas à pecuária ocasionou, ao mesmo tempo, a intensificação do povoamento da região Centro-Oeste. Ao longo da primeira metade do século XX, inúmeros projetos de ocupação populacional dos estados dessa área foram sendo implementados. Todavia, foi a mudança do centro político do Brasil — com a transferência da capital federal do Rio de Janeiro, no Sudeste, para a cidade planejada de Brasília, no Distrito Federal — que teve papel importante na reconfiguração do Centro-Oeste.
A nova capital brasileira foi oficialmente implementada em 1961. A justificativa para a sua localização foi a centralidade da área e a maior facilidade de contato com todas as demais regiões do país.
Com a Revolução Verde, da década de 1970, houve um movimento, impulsionado pelo poder público, de deslocamento da fronteira agrícola para o interior do país. Com isso, ampliou-se as áreas ocupadas pela agropecuária na região Centro-Oeste.
Apesar de ser, hoje, a área menos populosa do Brasil, tornou-se uma das mais importantes para a economia nacional, tendo em vista a importância da comercialização de soja e de minérios para o país. É, além do mais, seu centro político, concentrando as principais atividades e instituições do governo federal brasileiro.
Créditos de imagem
[2] Jucimar de Sousa / Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO (ANM). Anuário Mineral Brasileiro: principais substâncias metálicas. Brasília: ANM, 2025. Disponível em: https://www.gov.br/anm/pt-br/assuntos/economia-mineral/publicacoes/anuario-mineral/anuario-mineral-brasileiro/anuario-mineral-brasileiro-principais-substancias-metalicas-2024.
DORIGO, Rafaella. Quem são os maiores produtores de soja do Brasil? Globo Rural, 17 jun. 2024. Disponível em: https://globorural.globo.com/agricultura/soja/noticia/2024/06/quais-sao-os-maiores-produtores-de-soja-do-brasil.ghtml.
GONÇALVES, Júlia Christina Gírio. A história do Norte do Brasil. Politize, 27 nov. 2024. Disponível em: https://www.politize.com.br/muitos-brasis/historia-norte-do-brasil/
IBGE. Panorama do Censo 2022. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/.
IBGE Educa. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/.
ROSS, Jurandyr L. Sanches. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2019. 6 ed. 3 reimp. (Didática; 3).