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História

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D. Pedro II

D. Pedro II ficou gravado na história como o governante que mais tempo esteve à frente do Brasil. Ele foi imperador durante o Segundo Reinado e ocupou o trono em 1840, por meio do Golpe da Maioridade, sendo destronado em 1889, devido à proclamação da república. Morreu em Paris, onde se exilou depois que foi expulso do Brasil.

Leia mais: Guerra da Cisplatina – conflito em que o Brasil participou durante o reinado de Pedro I

Nascimento e juventude

Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, conhecido na história brasileira como d. Pedro II, nasceu no dia 2 de dezembro de 1825, no Paço do São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro, a capital do Brasil na época.

Pedro de Alcântara era filho do primeiro imperador do Brasil, d. Pedro I, e de sua primeira esposa, a austríaca d. Maria Leopoldina. Ele foi o filho mais novo desse casal, mas se tornou herdeiro porque seus irmãos mais velhos, Miguel e João Carlos, não sobreviveram à infância. Ele tinha também quatro irmãs, mas a lei de sucessão da monarquia dava a primazia aos filhos.

Pedro cresceu sem a companhia de seus pais, uma vez que sua mãe faleceu quando ele tinha apenas um ano de idade e seu pai abandonou-o para retornar para Portugal, depois que abdicou ao trono em 1831. A infância de Pedro de Alcântara foi então rodeada pelos seus tutores, que cuidaram de sua formação para que ele pudesse assumir o trono quando fosse maior de idade.

Durante a infância, Pedro de Alcântara teve Maria Catarina Equey como ama de leite e d. Mariana Carlota de Verna como sua aia. A segunda foi a principal responsável pela educação do futuro imperador do Brasil. D. Mariana Carlota continuou próxima de Pedro de Alcântara durante toda a sua vida, e ele a chamava carinhosamente de “Dadama”.

Golpe da Maioridade

Retrato de Pedro de Alcântara aos 12 anos de idade. Poucos anos depois, ele teve sua maioridade adiantada.[1]

A educação de d. Pedro sempre visou ao dia em que ele assumisse o trono do Brasil. A lei brasileira determinava que ele assumiria o trono quando completasse 18 anos, isto é, quando alcançasse a maioridade. Enquanto isso não acontecesse, o país seria governado por regentes, período conhecido como regencial.

Acontece que o período regencial foi bastante conturbado politicamente e uma série de rebeliões pipocaram no território brasileiro. O risco de fragmentação territorial fez com que os políticos se unissem pela antecipação da maioridade de d. Pedro. Ela só aconteceria em 1843, mas essa possibilidade era ventilada desde 1835.

Em 1840, os políticos liberais, insatisfeitos com a regência nas mãos dos conservadores, propuseram ao Senado a antecipação da maioridade do imperador. A proposta foi bem vista também pelos conservadores, pois o monarca era tido como o único capaz de garantir o poder centralizado e a unificação territorial do país.

Em 23 de julho de 1840, Pedro de Alcântara foi considerado maior de idade. A cerimônia de coroação foi realizada no Rio de Janeiro, no dia 18 de julho de 1841, e fez com que ele fosse aclamado e coroado d. Pedro II, imperador do Brasil. Esse evento levou o nome de Golpe da Maioridade porque antecipou a maioridade de d. Pedro para 14 anos. Caso queira aprofundar-se no  tema deste tópico, leia: Golpe da Maioridade.

Casamento

Logo após assumir, d. Pedro II passou pelo processo de consolidação de seu reinado, no qual ele teve de entender o funcionamento da política e acomodar os interesses. Uma das etapas desse processo foi a de encontrar uma esposa para o imperador. À medida que ele se aproximava dos 18 anos, a questão do casamento tornava-se uma urgência de Estado.

As buscas por uma esposa não foram fáceis pelo fato de o Brasil ser uma monarquia de menor importância, vista como exótica pelos europeus, e pela má fama de d. Pedro I no que se refere à questão da fidelidade. De toda forma, chegou-se ao nome de Teresa Maria Cristina, princesa das Duas Sicílias. D. Pedro II recebeu um retrato enviado pela Corte da princesa, gostou do que viu, e o casamento foi adiante.

Para ela, era uma oportunidade importante porque ela pertencia a uma família real empobrecida que oferecia um dote pequeno. A chance de casar-se com um imperador e de uma monarquia rica era imperdível. Para ele, era uma oportunidade de ligar-se a uma monarquia europeia que tinha descendência Bourbon e Habsburgo.

O casamento aconteceu por procuração em Napóles, em 30 de maio de 1843, e, no dia 3 de setembro do mesmo ano, ela chegou ao Brasil. D. Pedro II recepcionou sua esposa assim que a embarcação que a trouxe chegou ao Rio de Janeiro, mas relatos da época contam da sua decepção ao conhecê-la.

O retrato de Maria Teresa não fora leal à realidade, e, chegando ao Rio de Janeiro, d. Pedro II pôde perceber que ela era obesa, baixa e um pouco manca. Alguns historiadores apontam que a decepção do imperador era evidente, e as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling afirmam que ele teria chorando de decepção junto de sua aia e seu mordomo|1|. De toda forma, desse casamento nasceram os seguintes filhos: Afonso, Isabel, Leopoldina e Pedro Afonso.

Acesse também: Monarquia – forma de governo mais antiga ainda vigente no mundo

Segundo Reinado

O reinado de d. Pedro II foi o governo mais longo de uma pessoa na história do Brasil, uma vez que o monarca ocupou o trono de 1840 a 1889. Nesse período, d. Pedro II enfrentou grandes desafios, e uma das questões de grande importância se passou na primeira década dele como imperador: a proibição do tráfico negreiro.

Durante o reinado de d. Pedro II, o café se consolidou como principal produto da economia brasileira, desenvolvendo-se na região Sudeste do país. Do ponto de vista da política externa, o reinado de d. Pedro II teve de lidar com as complicadas relações do Brasil com as nações da Bacia do Prata.

As relações brasileiras com Argentina, Uruguai e Paraguai eram complexas, e, por diversas vezes, isso gerou atritos e conflitos entre o Brasil e as nações vizinhas. Um dos locais de maior tensão nas questões diplomáticas foi o Uruguai, e, por conta desse país, o Brasil envolveu-se numa guerra contra a Argentina e noutra contra o Paraguai, e ainda interveio militarmente no país para garantir o alinhamento uruguaio com os interesses brasileiros.

Um desses conflitos foi a Guerra do Paraguai, o maior embate da história da América do Sul, travada entre 1864 e 1870. Essa guerra foi causada pela divergência de interesses do Paraguai e do Brasil na política uruguaia, em questões fronteiriças e na navegação dos rios da Bacia do Prata. O resultado foi uma guerra que destruiu o Paraguai e endividou o Brasil.

A Guerra do Paraguai também permitiu o fortalecimento do Exército brasileiro. A profissionalização dos militares fez com que eles se colocassem como um dos grupos mais insatisfeitos com a monarquia no Brasil. Os militares foram um dos grupos que mais se mobilizaram pela derrubada da monarquia aqui.

Por fim, outra questão importante do reinado de d. Pedro II foi a abolição da escravidão. Os historiadores afirmam que, pessoalmente, d. Pedro II era a favor da causa abolicionista, mas, ainda assim, ele reinou durante quase meio século até que a escravidão fosse abolida, e durante todo esse período, foi leniente com a existência dessa instituição. Para saber mais sobre esse período da monarquia brasileira, leia: Segundo Reinado.

Últimos anos

Dom Pedro II, já em idade bastante avançada. Nos seus últimos anos, o imperador teve problemas de saúde e mostrou-se cansado de governar.

Os últimos anos da vida de d. Pedro II foram marcados por problemas de saúde e pela pouca disposição do imperador para governar. Das décadas de 1870 e 1880, por exemplo, d. Pedro II fez várias viagens que lhe renderam críticas no Brasil. Como a imprensa era livre durante seu reinado, as críticas eram veiculadas com frequência.

No final da década de 1880, sua filha, princesa Isabel, chegou a ficar como regente do Brasil em alguns momentos. A possibilidade de sucessão também não animava muito os súditos, uma vez que a princesa Isabel era vista com desconfiança e seu marido, o francês Conde D’Eu, também não era uma das personalidades mais apreciadas.

A conspiração contra a monarquia ganhou força, iniciando-se no dia 15 de novembro de 1889. Nesse momento, d. Pedro II e sua esposa estavam em Petrópolis, e o imperador não ficou nem um pouco nervoso com os acontecimentos. Ele achava que resolveria as coisas assim que chegasse ao Rio de Janeiro, mas logo ele recebeu a intimação para sair do Brasil.

No dia 17 de novembro de 1889, d. Pedro II, entristecido, embarcava para a Europa. Poucas semanas depois de chegarem ao continente, sua esposa Teresa Cristina faleceu. D. Pedro II passou os últimos anos de sua vida morando em Paris. Na capital francesa, ele faleceu no dia 5 de dezembro de 1891, vítima de uma pneumonia.

Nota

|1| SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 272-273.

Créditos da imagem

[1] Commons

Por Daniel Neves Silva

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