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Operação Valquíria

A Operação Valquíria ficou marcado na história como a última tentativa de se assassinar Adolf Hitler, o líder da Alemanha nazista. Isso aconteceu porque alguns oficiais do exército alemão e do Partido Nazista estavam insatisfeitos com a forma como Hitler governava a Alemanha. A tentativa acabou fracassando e desencadeou uma violenta reação dos nazistas contra seus opositores na Alemanha.

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Por quê matar Hitler?

A Operação Valquíria foi realizada em julho de 1944 e foi o resultado de anos de insatisfação de membros do exército alemão e do próprio partido com a forma como Hitler conduzia a Alemanha. A insatisfação não era recente e remontava a Crise dos Sudetos que quase levou a Europa a guerra em 1938.

Naquela ocasião, Hitler demonstrou sua intenção de invadir a Checoslováquia e anexar os Sudetos ao território alemão. Isso levou a uma crise diplomática com França e Reino Unido e o desentendimento surgido dessa questão só foi resolvido na Conferência de Munique, quando franceses e britânicos concordaram na invasão e anexação da Checoslováquia.

A Operação Valquíria foi organizada a partir de 1943 com o objetivo de matar Hitler, líder alemão desde 1933.[1]

Esses acontecimentos e a possibilidade de guerra deu origem a um grupo que ficou conhecido como Resistência Alemã. Esse começou a conspirar contra Hitler pelo fato de Hitler quase arrastar a Europa para uma nova guerra. Essa oposição existiu no interior da cúpula alemã durante toda a guerra, embora ela tenha perdido força entre 1939 e 1941.

Isso aconteceu porque nesse período, a Alemanha obteve inúmeras vitórias na Segunda Guerra Mundial, conseguindo conquistar locais como Polônia, Noruega, Dinamarca, França, Grécia, etc. A oposição a Hitler começou a ganhar força novamente a partir de 1941, por dois fatores: a luta contra os soviéticos e o Holocausto.

Na transição de 1941 para 1942, algumas coisas estavam claras para alguns membros do comando nazista. A política alemã contra os judeus era uma política genocida, a ação do exército alemão no leste europeu era indigna e a luta contra os soviéticos traria consequências extremamente negativas para o país.

Desde o início da invasão da União Soviética, a ação dos exércitos alemães contra os soviéticos foi muito mais violenta em relação a atuação no front ocidental. Isso gerou insatisfação, como no caso do general alemão chamado Henning von Tresckow, muito influenciado pela tradição militar prussiana, que considerava um absurdo uma ordem dada para que os oficiais soviéticos, chamados comissários, fossem sumariamente executados.

Alguns oficiais alemães acreditavam que, mesmo na guerra, algumas regras deveriam ser respeitadas e uma delas era o fato de que oficiais que se rendessem deveriam ter suas vidas poupadas. Mas no caso da União Soviética, há mais do que apenas insatisfação com a forma com que os inimigos eram tratados.

A invasão da União Soviética foi organizada para conquistar o país em até 12 semanas. Acontece que passados cinco meses de batalha, os alemães não tinham conquistado o país e demonstravam não ter forças para fazê-lo. Em dezembro de 1941, relatórios alemães já demonstravam a incapacidade financeira do país de conseguir viabilizar a derrota soviética.

Muitos oficiais temiam que Hitler, irredutível em negociar uma saída da guerra, levaria a Alemanha à ruína – eles estavam certos. Por fim, a questão do Holocausto era um incômodo porque muitos consideram absurdo e desumano as ações alemãs contra os judeus na Europa. Alguns oficiais eram antissemitas, mas, ainda assim, discordavam da forma como os nazistas estavam lidando com os judeus.

A mistura desses fatores: temor pela derrota e insatisfação com o tratamento dos alemães com os soviéticos e judeus levou muitos oficiais do exército e membros do partido para a oposição. A ideia de muitos deles era derrubar Hitler para reajustar os caminhos que estavam sendo trilhados pela Alemanha.

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Operação Valquíria

Foi dessa insatisfação que nasceu a Operação Valquíria. Ela reuniu oficiais e membros do exército e partido que estavam insatisfeitos desde antes da guerra com outros que começaram a se irritar com Hitler ao longo da guerra. Os grandes nomes dessa operação foram o citado Tresckow, além de Friedrich Olbricht e Claus Schenk Graf von Stauffenberg. Foram eles as principais peças do atentado contra Hitler.

A ideia dos membros da Operação Valquíria era de realizar um atentado que mataria Hitler. Em seguida, seria iniciado um golpe militar na Alemanha que instauraria um novo governo que abriria negociações com os Aliados (EUA, Reino Unido e União Soviética) para colocar um fim negociado à Segunda Guerra Mundial.

Em 1943, os membros da Operação Valquíria tentaram realizar os atentados contra Hitler, mas fracassaram. Uma série de imprevistos acabou adiando bastante o cronograma deles e o atentado só pode ser realizado em 1944. Naquela altura, eles sabiam que a guerra estava perdida, mas queriam deixar patente que havia resistido a Hitler, mesmo com a guerra perdida.

Durante os preparativos da Operação Valquíria, decidiu-se que o atentado contra Hitler aconteceu no quartel-general localizado na Prússia Oriental.[2]

Uma reviravolta aconteceu quando o coronel Claus von Stauffenberg aderiu a Operação Valquíria e decidiu que ele mesmo conduziria o atentado contra Hitler. Os envolvidos com a conspiração decidiram que a morte de Hitler aconteceria por meio de um atentado a bomba e tudo se ajeitou quando Stauffenberg foi promovido.

O coronel alemão foi designado para ser chefe do Estado-Maior de Friedrich Fromm, um oficial alemão. Fromm, sabia da conspiração mas não se envolveu com ela e nem a denunciou. O novo cargo de Stauffenberg lhe dava acesso direto a Hitler e lhe permitiria assassinar Hitler durante uma reunião.

A dificuldade para Stauffenberg além do óbvio – levar uma bomba para o quartel-general de Hitler não era tarefa fácil – ela também se estendia ao fator físico. Durante sua atuação no norte da África, Stauffenberg tinha perdido o olho esquerdo, a mão direita e dois dedos da mão esquerda. Armar a bomba com apenas três dedos de uma mão seria uma tarefa difícil.

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Como foi o atentado?

Os envolvidos com a Operação Valquíria decidiram que o atentado seria realizado no coração do comando militar dos alemães. Na Prússia Oriental existia um quartel-general chamado “Toca do Lobo” que servia de abrigo para Hitler e lá também eram realizadas inúmeras reuniões de Hitler com seus oficiais. Em uma delas, Stauffenberg estaria com uma bomba pronta para Hitler.

O quartel-general ficava em Rastenburg e ficou decidido que a bomba seria levado em uma maleta no dia 20 de julho de 1944. Stauffenberg teve tempo de armar apenas uma das bombas e por isso, somente ela foi levada para dentro da sala de reuniões. Na ocasião, Stauffenberg colocou a maleta na sala e retirou-se alegando que receberia uma ligação.

Tempos depois da saída de Stauffenberg, a bomba explodiu. A sala foi quase inteiramente destruída, vários foram feridos e quatro pessoas morreram. Hitler sobreviveu ao atentado com pequenas queimaduras, alguns machucados e com as roupas destruídas. Inicialmente, os envolvidos com a Operação Valquíria acharam que Hitler teria morrido e iniciaram o golpe.

Nesse prédio, localizado em Berlin é que Claus von Stauffenberg foi executado em 21 de julho de 1944.[3]

Horas depois é que ficou comprovado que Hitler estava vivo e o golpe em curso rapidamente fracassou. Fromm acabou agindo e, para impedir que qualquer informação associando-o com os conspiradores vazasse, passou a perseguir os membros da Operação Valquíria. Stauffenberg e Olbricht, por exemplo, foram executados rapidamente no dia 21 de julho. Tresckow, por sua vez, cometeu suicídio. Nas semanas seguintes milhares de pessoas foram presos e mortos como resposta dos nazistas contra aqueles que conspiravam contra Hitler.

Créditos das imagens:

[1] Everett Historical e Shutterstock

[2] Karolis Kavolelis e Shutterstock

[3] Edward Haylan e Shutterstock

Por Daniel Neves Silva

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