Saiba detalhes do Einsatzgruppen, os grupos de extermínio do Holocausto utilizados pelos nazistas durante a Segunda Guerra.
O que era o Einsatzgruppen?
O Einsatzgruppen era uma unidade especial criada em 1938, durante a anexação da Áustria (Anschluss), e seu objetivo era o de perseguir os opositores do regime nazista. Também conhecida como grupos de extermínio (o termo em alemão significa “força-tarefa”), essa unidade estava sob a liderança de Reinhard Heydrich. O Einsatzgruppen também atuou na perseguição de opositores na Tchecoslováquia. Esse grupamento foi transferido para a Polônia após a invasão nazista em setembro de 1939.
Na Polônia, o Einsatzgruppen foi mobilizado para realizar a perseguição e execução da intelligentsia polonesa, ou seja, a elite intelectual do país. O objetivo da Alemanha nazista ao executar a elite intelectual polonesa era o de facilitar a conquista e assimilação do país. A atuação do Einsatzgruppen na Polônia levou à morte cerca de 61 mil pessoas|1| e foi idêntica ao que a União Soviética fez na parte leste da Polônia com o uso da polícia secreta (NKVD).
Posteriormente, a atuação do Einsatzgruppen foi estendida para a União Soviética e, a partir de 1941, os grupos de extermínio foram empregados na perseguição de judeus a partir da influência de Reinhard Heydrich – um dos arquitetos do Holocausto.
Einsatzgruppen no Holocausto
O Einsatzgruppen participou do Holocausto em razão da influência de Reinhard Heydrich e Heinrich Himmler. Ambos convenceram Hitler a antecipar o plano chamado Solução Final e implantá-lo durante a guerra (o líder nazista queria implantá-lo somente depois da guerra). Esse plano projetado por Heydrich e Himmler arquitetou o extermínio dos judeus da Europa.
Heydrich convenceu Hitler de que a melhor maneira de exterminar os judeus era a partir do fuzilamento e, quando recebeu a autorização do líder nazista para implantar a Solução Final, mobilizou o Einsatzgruppen para a tarefa. A ordem de Hitler autorizou a morte de todos os judeus da Europa a partir de julho de 1941.
A atuação do Einsatzgruppen no Leste Europeu aconteceu a partir de três grupos:
Einsatzgruppen A: responsável pelos países bálticos (Estônia, Lituânia e Letônia);
Einsatzgruppen B: responsável pela Bielorrússia (Belarus);
Einsatzgruppen C: responsável pela Ucrânia.
A partir disso, o Einsatzgruppen, com o auxílio da Schutzstaffel (SS) (grupo paramilitar nazista), da Wehrmacht (exército alemão) e de colaboracionistas locais, promoveu uma verdadeira limpeza étnica, executando milhares de judeus. O Einsatzgruppen fazia o levantamento de todos os judeus existentes nos locais em que atuava, construía valas comuns e fuzilava-os, depositando-os nessas valas comuns.
A ação do Einsatzgruppen A promoveu a morte de 114.856 mil judeus na Lituânia, dos quais, pelo menos 70 mil moravam na cidade de Vilnius|2|. Além disso, foi registrada pelo Einsatzgruppen A a morte de 69.750 judeus na Letônia|3| e, na Estônia, onde o número de judeus era menor, o Einsatzgruppen matou cerca de 5 mil estonianos que haviam colaborado com a União Soviética, além de terem executado todos os 963 judeus encontrados na região|4|.
Outro grande massacre foi promovido pelo Einsatzgruppen C na cidade de Kiev no que ficou conhecido como Massacre de Babi Yar. Em Kiev, os nazistas agruparam os judeus em um ponto determinado da cidade ucraniana e realizou o fuzilamento de 33. 761 pessoas em cerca de 36 horas. Isso fez de Babi Yar um dos maiores massacres da Segunda Guerra Mundial.
Ao final de 1941, o Einsatzgruppen, com o auxílio da SS e do exército alemão, havia executado mais de 1 milhão de pessoas|5|. A atuação do Einsatzgruppen, no entanto, foi enfraquecendo em razão dos inúmeros distúrbios psicológicos que se manifestavam nos soldados da unidade causados pelo grande número de pessoas executadas. Por causa disso, os nazistas deram início a uma nova fase do extermínio de judeus a partir do uso das câmaras de gás, instaladas nos campos de extermínio.
|1| SNYDER, Timothy, Terras de sangue: a Europa entre Hitler e Stalin. Rio de Janeiro: Record, 2012, p. 166.
|1| Idem, p. 241.
|2| Idem, p. 242.
|3| Idem, p. 243.
|4| Idem, p. 270.
*Créditos da imagem: MoLarjung e Shutterstock
Por Daniel Neves
Graduado em História