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Civilização Micênica

A Civilização Micênica existiu na Grécia durante o período Pré-Homérico. Os micênicos, também conhecidos como aqueus, viveram seu auge entre 1600 a.C. e 1200 a.C. Foram responsáveis por assimilar os cretenses e formaram uma civilização que se organizava em cidades fortificadas.

Eram governados por um rei, possuíam uma aristocracia guerreira e entraram em decadência por volta de 1200 a.C. Os motivos dessa decadência ainda são debatidos pelos historiadores, mas acredita-se que tenha sido causada pela chegada dos dórios e por uma série de desastres naturais. Depois disso, as cidades micênicas foram esvaziadas e houve um recuo civilizacional.

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Origem dos micênicos

Os micênicos formaram uma civilização que viveu seu auge entre 1600-1200 a.C.

Os micênicos eram um povo que desenvolveu uma civilização na Grécia continental por volta de 2000 a.C. Suas origens são muito discutidas pelos historiadores, e não existe uma certeza a respeito dela. Uma das teorias diz que os micênicos eram originários da Grécia, e outra sugere que eles eram um povo que migrou e se estabeleceu na região.

Sabemos que os micênicos chamavam a si mesmos de aqueus e que partes importantes da sua cultura foram resultado direto do contato que tiveram com os cretenses. Por volta de 1400 a.C., os cretenses foram assimilados pelos micênicos, e as razões desse processo são desconhecidas. Esse contato e a consequente assimilação dos cretenses fizeram com que a cultura micênica assumisse muitos traços da cultura de Creta.

O auge dos micênicos ficou marcado pelas grandes cidades, que ganharam importância por meio de relações comerciais com outros povos. Entre as cidades de destaque estão Tirinto e Argos, mas a principal delas foi Micenas (daí vem o termo “micênico”). Acredita-se que cidades importantes na história grega, como Atenas, tenham surgido nessa fase.

Como mencionado, o auge dos micênicos deu-se de 1600 a.C. a 1200 a.C., e nesse período as cidades micênicas eram verdadeiras fortalezas. O sistema de fortificação dos micênicos chegou a construir muralhas de pedra com 13 metros de altura e oito metros de largura.

Essas fortificações tinham como objetivo proteger o centro administrativo dos micênicos — o palácio. Essas informações e outras evidências levantadas pelos historiadores permite-nos concluir que os micênicos tinham uma sociedade militarizada.

  • Sociedade, comércio e escrita

A civilização micênica tinha grandes cidades fortificadas, com muros bastante altos.

Uma sociedade militarizada significa que os guerreiros eram um dos grupos mais importantes, e isso é reforçado por registros artísticos. Uma porção de afrescos, pinturas em paredes, retrata cenas de guerreiros e batalhas, o que deixa claro que a influência desse grupo e da guerra era tanta que chegava a influenciar a arte micênica. Os guerreiros, com os sacerdotes e o rei, formavam a elite.

Os micênicos não formaram uma civilização com poder centralizado. Existiam vários reinos micênicos, cada um deles sob a influência de um rei instalado em uma cidade diferente. Além dos cretenses, os micênicos tiveram contato com civilizações egeias (que viviam nas ilhas que hoje formam a Grécia moderna) e fizeram comércio com egípcios e povos da Mesopotâmia.

Esses contatos comerciais são confirmados pela existência de mercadorias de diferentes regiões da Antiguidade em centros urbanos micênicos. O comércio, inclusive, foi o meio que inspirou os micênicos a desenvolverem uma forma de escrita conhecida como Linear B. Essa escrita era realizada apenas nos grandes palácios e registrava as transações econômicas.

Acredita-se que a escrita dos micênicos deu-se como uma adaptação da desenvolvida pelos cretenses. Os micênicos já falavam um idioma parecido com o grego e só adequaram o modelo cretense ao seu idioma. A Linear B foi decifrada em 1953, entretanto, algumas lacunas sobre ela ainda não foram solucionadas.

O sistema de escrita dos micênicos foi abandonado com a decadência dessa civilização. A escrita só retornou à Grécia quando os gregos estabeleceram uma nova forma baseada em um alfabeto, por volta do século IX a.C.

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Guerra de Troia

Os historiadores estudam, há décadas, a Guerra de Troia, uma das histórias mais conhecidas da cultura grega e que é encontrada no poema Ilíada, atribuído a Homero. Um grupo de historiadores acredita na existência dessa guerra e diz que ela foi lutada pelos micênicos.

A teoria levantada com base em fontes dos hititas, que habitavam a Ásia Menor (atual Turquia), fala de um povo chamado Ahhiyawa, que vivia na costa da região entre 1400 a.C. e 1200 a.C. A presença desse povo, supostamente, teria levado a uma guerra que pode ter sido a inspiração para a história que deu origem ao poema atribuído a Homero.

Acesse também: Período Homérico na Grécia Antiga – a constituição da civilização grega

Decadência

A maioria dos historiadores afirma que a decadência dos micênicos aconteceu por volta de 1200 a.C., mas alguns a estendem até 1100 a.C. Nesse período, foi registrada uma série de destruição de palácios, e isso gerou o colapso do sistema de governo micênico, baseado na figura do rei.

Essa destruição dos palácios levou ao esvaziamento das cidades, dando origem a um período de ruralização, no qual a sofisticação civilizacional dos micênicos deixou de existir. Diversos fatores são levantados para explicar essa decadência, e acredita-se que desastres naturais, como terremotos e erupções vulcânicas, tenham contribuído.

Outra explicação sugere que os micênicos foram invadidos por outros povos em um momento de fragilidade. Entre as populações que migraram para a Grécia, na época, estão os dórios, um povo indo-europeu que chegou à região por volta de 1200 a.C.

Por Daniel Neves Silva

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