O ciclo do café foi o ciclo econômico em que o café predominou na economia brasileira. Iniciou em meados do século XIX, estendendo-se até metade do século XX.
O ciclo do café foi um dos ciclos econômicos da história do Brasil, sendo marcado pelo predomínio do café na economia brasileira. Estendeu-se de meados do século XIX até meados do século XX. Muitos historiadores consideram que o ano de 1930 marcou oficialmente a decadência do café no Brasil.
O café foi produzido durante esse período principalmente no Vale do Paraíba e no Oeste Paulista, contribuindo para a urbanização, sobretudo do Oeste Paulista, e para a industrialização de São Paulo. Uma significativa malha ferroviária se desenvolveu para garantir o escoamento da produção cafeeira no Brasil.
Leia mais: Ciclo do ouro — quando a mineração foi a principal atividade econômica do Brasil, no século XVIII
O ciclo do café foi o ciclo de predomínio do café na economia brasileira.
Iniciou-se em meados do século XIX, estendendo-se até 1930.
As duas principais regiões produtoras de café foram o Vale do Paraíba e o Oeste Paulista.
O dinheiro trazido pelo café permitiu o desenvolvimento de uma malha ferroviária em São Paulo.
O lucro do café também contribuiu para o desenvolvimento industrial de São Paulo.
O ciclo do café é como conhecemos o período que se estendeu do século XIX até quase metade do século XX, quando o café foi o produto de maior importância na economia brasileira. O café brasileiro era produzido para a exportação, contribuindo diretamente para o enriquecimento do Sudeste do Brasil. A riqueza cafeeira também contribuiu diretamente para o desenvolvimento industrial do estado de São Paulo, além de ter permitido certo desenvolvimento nos transportes e intensificado o crescimento urbano.
O café foi introduzido no Brasil apenas na primeira metade do século XVIII e era um produto pensado apenas para o consumo interno. A partir do século XIX, sobretudo a partir da segunda metade desse século, foi que o café conquistou o mercado internacional. À medida que a demanda internacional aumentava, a produção interna brasileira crescia.
O café foi um produto de grande importância para a economia brasileira, uma vez que substituiu o ouro como principal mercadoria econômica do Brasil. Isso porque, no começo do século XIX, a economia brasileira sentia o impacto da decadência da mineração e do açúcar.
A ascensão do café contribuiu para recuperar a economia brasileira da crise que vivia desde que a mineração entrou em decadência. Os historiadores pontuam que o fortalecimento do cultivo de café no Brasil se deu em resposta ao mercado exterior, que passou a demandar grandes quantidades de café, sobretudo os Estados Unidos.
Isso porque o café caiu no gosto popular, tornando-se um produto largamente consumido. Com isso, ele deixou de ser cultivado unicamente para o consumo interno e passou a ser produzido para a exportação. Na década de 1830, já era um produto de grande importância para a economia do Brasil.
O café foi o principal produto brasileiro por um século e teve grande impacto na economia brasileira até a década de 1950. Durante esse período, algumas características puderam ser estabelecidas sobre esse ciclo:
produção no latifúndio;
uso do trabalho escravizado (principalmente no Vale do Paraíba);
incentivo à vinda do imigrante europeu (principalmente no Oeste Paulista);
incentivo à construção de estradas de ferro;
produção em larga escala;
flutuação dos preços;
esgotamento do solo no cultivo;
socialização dos prejuízos etc.
A prosperidade do café fez com que os produtores desse produto, chamados de cafeicultores, acumulassem gigantescas fortunas. Parte desse dinheiro acumulado com a produção do café foi utilizada no investimento das primeiras indústrias no Brasil. Como os cafeicultores mais ricos do Brasil estavam em São Paulo, foi nesse estado que se investiu para o desenvolvimento de um polo industrial. Isso fez com que São Paulo se estabelecesse como o estado mais industrializado do Brasil.
A primeira região a produzir café em grandes quantidades foi o Vale do Paraíba, entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. O café nessa região passou a ser produzido a partir da década de 1820 e foi a principal região cafeeira do Brasil até meados da década de 1870. A partir da década de 1850, o Oeste Paulista começou a ascender enquanto região cafeeira até substituir oficialmente o Vale do Paraíba.
Os historiadores apontam que o Vale do Paraíba fez uso extenso da mão de obra escravizada, e o cultivo do café nessa região não foi acompanhado de técnicas que garantissem a durabilidade do solo. À medida que o trabalho escravo foi se tornando escasso no Brasil, o preço dos escravizados aumentava, o que impactou nos custos da produção no Vale do Paraíba. Além disso, as técnicas de cultivo arcaica foram esgotando o solo e reduzindo a produtividade da região com o passar dos anos.
O fato de o café ter sido o principal produto da economia brasileira por um século demonstra a sua importância. O café contribuiu para a prosperidade do país, embora ela ficasse concentrada nas mãos de um diminuto grupo de cafeicultores. De toda forma, o café contribuiu para aumentar a relevância do Brasil no mercado internacional.
O ciclo do café ainda contribuiu para o desenvolvimento de uma malha ferroviária ligando o interior de São Paulo ao litoral e incentivou o surgimento de diversas cidades no Oeste Paulista. Essas cidades foram crescendo à medida que chegavam pessoas atraídas pela prosperidade cafeeira, além dos imigrantes trazidos ao Brasil como mão de obra barata.
Entre as consequências do ciclo do café, destacaram-se:
enriquecimento do Centro–Sul do Brasil, em especial, São Paulo;
início da industrialização do Brasil;
urbanização do interior paulista;
construção de ferrovias;
migração interna de escravos;
formação de uma nova elite econômica: os cafeicultores.
Pode-se dizer que a crise do ciclo do café se iniciou no começo do século XX e teve relação direta com a superprodução do café no Brasil. A prosperidade da exportação do café fez com que a produção no Brasil fosse desenfreada, criando problemas para os cafeicultores.
Isso porque os cafeicultores não conseguiam exportar a totalidade do café produzido no Brasil. O acúmulo de café nos estoques trazia prejuízo aos produtores, mas também a alta produção de café contribuía para reduzir o preço no mercado internacional. Por isso, os cafeicultores pressionavam frequentemente o governo brasileiro para adquirir o café que não era exportado a fim de reduzir seus prejuízos.
Outra manobra dos cafeicultores se deu com o Convênio de Taubaté, um acordo para que o governo comprasse e incendiasse o excedente de café para que os preços não caíssem drasticamente. A crise de 1929 acabou sendo o fator definitivo para marcar o declínio cafeeiro no Brasil, pois reduziu as exportações do café brasileiro. Com Vargas na presidência, a partir de 1930, a prioridade passou a ser a indústria.
Milhares de imigrantes italianos vieram ao Brasil para trabalhar na produção do café.
A vinda desses imigrantes também era parte de um projeto racista para embranquecer a população brasileira.
O Dia Nacional do Café é celebrado em 24 de maio.
Alberto Santos Dumont, pai da aviação, era filho de um cafeicultor muito rico.
Questão 01
Qual foi a região mais próspera no cultivo do café na história brasileira:
a) Vale do Paraíba
b) Oeste Paulista
c) Zona da Mata
d) Serra Catarinense
e) Serra da Mantiqueira
Resposta: Alternativa B
Questão 02
(Fameca) O século XIX foi a época da expansão cafeeira no Brasil, começando pelo Rio de Janeiro e avançando pela Zona da Mata mineira e pelo Vale do Paraíba. Perto de 1850, o café alcançou o oeste de São Paulo e dali espalhou-se, chegando posteriormente ao sul de Minas Gerais e ao norte do Paraná. Junto com o café, ganhou impulso a modernização da economia brasileira.
Cláudio Vicentino. Atlas histórico, 2011. Adaptado.
Uma das características do ciclo do café que contribuiu para a dinamização da economia brasileira foi
a) a participação do Estado como coprodutor do grão na primeira metade do século XIX.
b) a construção das estradas de ferro na segunda metade do século XIX.
c) a adaptação da produção cafeeira às especificidades do mercado interno no final do século XIX.
d) a revogação da Lei Eusébio de Queirós no final do século XIX.
e) o uso de pequenas propriedades para o plantio do grão no início do século XIX.
Resposta: Alternativa B
Crédito da imagem
[1]Commons
Fontes
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.