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Alexandre e o Reino da Macedônia

O Reino da Macedônia estabeleceu-se em uma região ao norte da Grécia por volta do século VII a.C. Os macedônios identificavam-se como detentores de uma herança cultural grega e defendiam ser herdeiros de Herácles. Apesar disso, os gregos não os consideravam culturalmente helênicos e os tachavam como bárbaros, selvagens.

A ascensão macedônia aconteceu a partir do reinado de Filipe II da Macedônia, que fortaleceu o exército de seu reino e conquistou todo o mundo grego em 338 a.C. Alexandre, seu filho, assumiu o trono em 336 a.C., quando Filipe II foi assassinado. As conquistas de Alexandre levaram a Macedônia a um período de glórias curtas.

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Quando surgiu o Reino da Macedônia?

O Reino da Macedônia foi estabelecido por volta do século VII a.C., em uma região periférica do território grego. O historiador grego Heródoto falava que o primeiro rei macedônio foi Pérdicas I, sendo ele um descendente direto de Têmeno, rei de Argos, pertencente à linhagem de Herácles, um dos heróis mais conhecidos da mitologia grega.

Ruínas de Pella, a capital do Reino da Macedônia.

Na menção feita por Heródoto, Pérdicas teria fugido de Argos e se estabelecido na terra dos ilírios. Todavia, muitos mitos gregos falavam que o primeiro rei dos macedônios foi Carano, o fundador da dinastia Argeada, a qual reinava sobre a Macedônia. O mito conta que Carano e os macedônios estabeleceram-se em uma região chamada Emátia, que logo passou a se chamar Macedônia em homenagem ao principal deus desse povo: Makedon, filho de Zeus.

Os macedônios eram gregos?

Sabemos que os macedônios tinham uma descendência direta dos gregos. Eles falavam macedônio antigo, um idioma que se assemelhava com o eólico, um dos dialetos do grego antigo. Os próprios macedônios também reivindicavam uma herança cultural dos helênicos e consideravam-se gregos.

Os gregos, por sua vez, não entendiam os macedônios como helênicos, necessariamente. O próprio Heródoto chegou a enfatizar que a reivindicação da herança grega era feita pelos macedônios. O entendimento atual dos historiadores confirma que os macedônios não eram considerados gregos pelas cidades-estado localizadas no sul da Grécia, como Atenas e Esparta.

Os macedônios eram tidos pelos gregos como bárbaros, a nomenclatura utilizada para se referir a povos estrangeiros que não compartilhavam da cultura grega. O povo grego enxergava inúmeras diferenças entre eles e os macedônios, a começar pelo idioma, pela organização política, além de os considerarem guerreiros de qualidade inferior.

A relação entre gregos e macedônios foi marcada por altos e baixos. Em determinado momento, os macedônios e gregos mantinham relações frias, havendo certo afastamento mútuo; em outras épocas, reis macedônios, como Alexandre I, foram considerados “amigos dos gregos”. Mas também houve períodos em que as relações foram hostis, como no caso das Guerras Médicas, quando os macedônios apoiaram os persas.

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Crescimento do Reino da Macedônia

O historiador Claude Mossé destaca que, até o século VII a.C., a região da Macedônia era ocupada por povos seminômades|1|. A centralização do poder teria acontecido, segundo a tradição, em um dos dois casos citados (o de Carano ou o de Pérdicas). A formação de uma dinastia deu maior organização à Macedônia e o reino prosperou, embora tivesse problemas políticos e econômicos.

Os macedônios estabeleceram contatos comerciais com a Grécia, vendendo principalmente madeira para que os atenienses pudessem construir sua frota de navios. Os macedônios também começaram a cunhar moedas a partir do século V a.C., um indício, segundo Claude Mossé, de que os reis desse reino estavam cada vez mais poderosos|2|.

A partir do reinado de Arquelau I, a Macedônia passou por uma certa elevação de status, com fortalecimento do exército e helenização do povo macedônio. As cidades macedônias também se desenvolveram e acredita-se que Arquelau I tenha sido o responsável por transferir a capital do reino de Aigai para Pella.

A Macedônia sofria constantemente com as agitações dos povos conquistados por eles, sobretudo os ilírios. A partir de 359 a.C., esse reino iniciou um período de grande prosperidade e estabilidade porque Filipe II assumiu o trono. Foi ele que percebeu que o Reino da Macedônia era fraco e sofria ameaças reais de ilírios e atenienses.

Filipe II então decidiu fortalecer o exército ao se utilizar de um novo tipo de falange (corpo de infantaria), que ficou conhecido como Sarissa. Além disso, o rei aumentou o tamanho das tropas macedônias, e novos soldados de infantaria e cavalaria foram formados. Isso permitiu que Filipe pudesse avançar sobre o território grego, derrotando-os em 338 a.C. após a Batalha de Queroneia.

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Alexandre, o Grande

Filipe II teve pouco tempo para usufruir da grande conquista que tinha feito na Grécia, porque em 336 a.C. foi assassinado. Seu filho, Alexandre, assumiu o trono, tornando-se Alexandre III da Macedônia e iniciando um reinado marcado por conquistas e glórias, tornando-se um dos grandes generais da história.

Alexandre, o Grande, foi rei dos persas de 336 a.C. a 323 a.C., quando morreu após um mal súbito.

Alexandre assumiu o trono macedônio ainda em 336 a.C., e os dois primeiros anos de seu reinado foram gastos na consolidação do seu poder, pois ele teve que lidar contra conspiradores que queriam tomar o seu trono, além de rebeliões de ilírios e tebanos. Depois disso, Alexandre deu início a sua campanha militar em 334 a.C.

A partir de então, Alexandre expandiu o seu reino pela Ásia, sendo os persas o seu grande alvo. O rei macedônio impôs três grandes derrotas aos persas nas batalhas de Grânico (334 a.C.), Isso (333 a.C.) e Gaugamela (331 a.C.). Nessas batalhas, Alexandre mostrou sua força, causando grandes perdas aos persas. A derrota definitiva persa aconteceu em Gaugamela.

Com isso, Alexandre conseguiu conquistar locais como a Ásia Menor, a região do Levante e Palestina, além de toda a extensão do território dominado pelos persas. Durante esse percurso, o rei macedônio também conquistou o Egito, fundando lá a cidade de Alexandria. Com o tempo, Alexandria tornou-se uma das cidades mais importantes da antiguidade no Mediterrâneo.

Depois de Gaugamela, Alexandre partiu em uma caçada por Dario, o último rei persa, que foi encontrado morto. Dario foi assassinado por Bessa, um sátrapa. Entre 329 a.C. e 328 a.C., Alexandre lutou contra Besso e conquistou as regiões dominadas por ele e que ainda resistiam contra o domínio macedônio.

A partir de 327 a.C., Alexandre iniciou a campanha da Índia, liderando suas tropas por regiões praticamente desconhecidas dos gregos. Lá Alexandre enfrentou batalhas duríssimas ao ponto de suas tropas pedirem para retornar para a Pérsia no ano seguinte. De volta à Pérsia em 324 a.C., Alexandre casou-se com uma mulher persa chamada Roxana e teve um filho, Alexandre IV.

Em 323 a.C., Alexandre teve um mal súbito que o deixou acamado e o levou à morte duas semanas depois. Até hoje as causas da morte de Alexandre são debatidas. Fala-se que ele pode ter morrido de malária, síndrome de Guillain Barré e, até mesmo, envenenamento. Em razão de todas as suas conquistas, ele ficou conhecido como Alexandre, o Grande.

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Declínio

Após a morte de Alexandre, o Grande, o Reino da Macedônia, que estava na sua extensão máxima, dividiu-se entre os principais generais de Alexandre. A Macedônia passou por uma sucessão de governantes até que Cassandro consolidou-se no poder macedônio em 317 a.C. Os territórios conquistados por Alexandre na Ásia e no norte da África dividiram-se entre Antígono, Seleuco e Ptolomeu I.

Extensão máxima do Reino da Macedônia em 323 a.C. Esses territórios foram conquistados por meio das campanhas de Alexandre.

Com isso, a Macedônia voltou a ser um pequeno reino localizado na periferia do mundo grego (também em decadência). No século II a.C., a região foi conquistada e anexada ao território dos romanos. A Macedônia tornou-se oficialmente uma província romana em 146 a.C.

Notas

|1| MOSSÉ, Claude. Alexandre, o Grande. São Paulo: Estação Liberdade, 2004, p. 18.

|2| Idem, p. 19.

Por Daniel Neves Silva

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