O tubarão é um animal do grupo dos peixes cartilaginosos conhecido, principalmente, por sua característica agressiva, entretanto, nem todas as espécies são assim.
Os tubarões são peixes do grupo dos condrictes (Chondrichthyes), ou seja, são animais incluídos em um grupo de peixes que apresenta o esqueleto predominantemente cartilaginoso. Esses animais são conhecidos, geralmente, por sua agressividade e por serem temidos pelos banhistas de todo mundo, entretanto, como veremos a seguir, nem todos os tubarões são tão perigosos assim.
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Os tubarões fazem parte de um grupo de peixes bastante amplo, com várias espécies que são diferenciadas por características do corpo e pelos seus hábitos alimentares. Alguns tubarões são bastante pequenos e outros, como o tubarão-baleia, podem atingir mais de 10 metros de comprimento.
Além disso, temos espécies que são grandes predadores, como é o caso do tubarão-branco, já outras espécies, como o tubarão-baleia, são filtradoras e alimentam-se de plâncton. Nos tubarões carnívoros, que é a grande maioria das espécies, é possível observar mandíbulas fortes e dentes afiados, os quais permitem rasgar e engolir a carne. Um fato interessante sobre os tubarões é que esses animais apresentam dentes dispostos em várias fileiras, as quais movem-se para a frente da boca quando os dentes velhos são perdidos.
Os tubarões apresentam corpo hidrodinâmico, o que ajuda em sua movimentação. Para movimentarem-se adequadamente, os tubarões fazem movimentos potentes em seu tronco e em sua barbatana caudal. Além da nadadeira caudal, os tubarões contam com barbatanas dorsais, peitorais e pélvicas. As barbatanas dorsais funcionam como estabilizadoras, já as peitorais e pélvicas ajudam o animal na difícil tarefa de realizar manobras.
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Assim como outros peixes cartilaginosos, o tubarão não possui bexiga natatória, uma estrutura relacionada com a flutuação. Para garantir a flutuabilidade, esses peixes contam com um fígado rico em óleo. Para ter ideia da ajuda fornecida pelo fígado gorduroso, é importante citar que o tecido do fígado de um tubarão tem uma densidade de 0,95 gm/m, ou seja, é mais leve que a água. Como o fígado chega a contribuir com até 25% da massa do corpo do tubarão, vemos como esse órgão ajuda na difícil tarefa de flutuação.
Apesar da ajuda do fígado, esse órgão não é capaz sozinho de manter o tubarão flutuando, pois, considerando o animal por inteiro, ele é ainda é considerado mais denso que a água. Para garantir, então, uma flutuabilidade mais eficiente, ele necessita nadar. Quando o tubarão para de nadar, ele simplesmente afunda.
Esses animais possuem em seu corpo estruturas capazes de detectar seu alimento através de uma percepção de sinais elétricos que são emitidos pelas presas. Essas descargas elétricas são emitidas por contrações musculares no corpo das presas e o tubarão utiliza sua percepção elétrica para localizá-las. Além dessa importante estrutura de captação de campos elétricos, os tubarões contam com visão e olfato aguçados. Assim sendo, eles conseguem atacar animais percebendo seus sinais elétricos e também localizar presas mortas através da percepção do cheiro.
No que diz respeito à reprodução, os tubarões são animais que apresentam fecundação interna. O macho possui um par de órgãos denominados de claspers, que são responsáveis por transferir o espermatozoide para o trato reprodutivo da fêmea. Existem tubarões que são ovíparos (põem ovos), ovovivíparas (retêm os ovos no oviduto) e algumas poucas são vivíparas (quando o tubarão é desenvolvido dentro do útero).
O tubarão-branco (Carcharodon carcharias) é um grande predador dos mares e é o temor de muitas pessoas. Esse medo pode ser atribuído, em partes, ao filme de Steven Spielberg no qual esse animal foi descrito como uma espécie sanguinária. Esse incrível tubarão alimenta-se de uma grande variedade de animais, com destaque aos peixes, moluscos, tartarugas, pinguins e focas. São muito capturados, principalmente, para a retirada de suas barabatanas, que são utilizadas para fazer sopas. Esse animal apresenta cerca de 6 metros de comprimento e vive até cerca de 70 anos.
São denominados de tubarão-martelo aqueles animais pertencentes ao gênero Sphyrna. Esses animais apresentam uma cabeça característica que os ajuda na natação, sendo esse grupo de tubarões mais ágeis para fazer curvas fechadas do que as espécies que apresentam cabeça com o formato mais tradicional.
Além disso, alguns pesquisadores destacam que sua cabeça os ajuda na captura de alimentos, favorece sua visão e proporciona um local maior para seu cérebro. O tamanho desses tubarões varia de acordo com a espécie. Os indivíduos da espécie Sphyrna zygaena, por exemplo, podem alcançar os 5 metros de comprimento.
O tubarão-baleia (Rhincodon typus) é uma espécie de tubarão caracterizada por ter um corpo robusto e uma cabeça larga e achatada. Seu corpo apresenta ainda um fundo negro, no qual são observadas várias manchas e listras claras. Esse tubarão destaca-se pelo seu tamanho, sendo que o maior indivíduo identificado apresentava 20 metros e 35 toneladas. Esse peixe alimenta-se por filtração e sucção de animais planctônicos (organismos com meios de locomoção limitados que vivem flutuando na água) e pequenos peixes.
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O tubarão-azul (Prionace glauca) é uma espécie amplamente distribuída pelo mundo e também muito capturada, sendo esse fator relacionado, provavelmente, com sua elevada taxa reprodutiva, quando comparada a outras espécies. Essa espécie atinge um tamanho máximo de 3,8 metros. Os tubarões-azuis são migratórios e têm como principais alimentos os peixes e os cefalópodes, como a lula. Esses animais são mais ativos à noite.
Apesar do medo de muitas pessoas, os ataques de tubarões são uma situação rara. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma pesquisa mostrou que morrem mais pessoas devido aos ataques de cães do que por ataques de tubarões. Isso não significa, no entanto, que não é necessário cuidado, principalmente, em praias em que a ocorrência desses animais já foi observada.
Dentre os cuidados que devemos tomar, podemos citar:
Não nadar ao entardecer ou à noite;
Nadar sempre em grupo;
Quando apresentar ferimentos, evitar entrar na água;
Evitar nadar em áreas em que haja muitos cardumes ou concentração de pescadores.