História

Ísis

Ísis foi uma importante deusa presente na religiosidade dos egípcios na Antiguidade. A popularidade do culto a ela era tamanha que chegou à Grécia e a Roma.

O culto a Ísis se tornou bastante popular no Egito a partir do primeiro milênio a.C.

Ísis foi uma importante deusa na religiosidade dos egípcios na Antiguidade, sendo considerada a deusa mãe de todos os faraós. A relação dela com os faraós se manifestava de diferentes formas: pelo jeito que era representada e até por outros nomes pelos quais era conhecida. Foi casada com Osíris, o primeiro faraó dos egípcios, e possui papel significativo no mito que narra a morte de seu esposo.

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Resumo sobre Ísis

  • Ísis era uma importante deusa na religiosidade egípcia, sendo considerada a mãe de todos os faraós.

  • Era tida como uma deusa bondosa, que se doava pelo bem dos outros, além de ser considerada a deusa protetora de comerciantes e marinheiros.

  • Os egípcios chamavam essa deusa de Eset, nome que é traduzido como “assento”, sendo uma referência a um trono.

  • Era casada com Osíris, com quem teve um filho chamado Hórus.

  • O culto a Ísis surgiu no delta do Nilo no terceiro milênio a.C. e só se popularizou no primeiro milênio a.C.

  • O culto a ela foi bastante popular até o século VI d.C., perdendo força pelo crescimento do cristianismo.

Quem era a deusa egípcia Ísis?

Ísis era uma das principais divindades da religiosidade egípcia na Antiguidade, sendo que o culto a essa deusa foi tão importante que se espalhou pelo Egito e chegou a locais como Grécia e Roma. Um dos primeiros destaques que podemos citar é sua forte relação com os faraós na religiosidade egípcia, pois ela era considerada a mãe de todos os faraós. Os egípcios acreditavam também que Ísis era protetora dos comerciantes e dos marinheiros.

A associação de Ísis com o trono egípcio era reforçada pela forma com que por vezes era representada. Em muitas representações, ela usava um adorno na cabeça que possuía um trono vazio, uma referência aos faraós, mas também ao trono vazio deixado por seu marido, Osíris, reconhecido como o primeiro faraó egípcio.

Juntos, Osíris e Ísis governaram o Egito com sabedoria, sendo o reinado deles marcado como um período de prosperidade e justiça. Foram eles que legaram importantes conhecimentos à humanidade, como, por exemplo, o conhecimento da agricultura. É atribuído a eles também o estabelecimento do casamento como prática na humanidade.

Ísis também era reconhecida como uma deusa generosa, que protegia e se doava para garantir o bem-estar das pessoas. Era conhecida pelos egípcios como Eset, palavra que significa “assento”, sendo essa outra referência a um trono. O nome Ísis se popularizou por influência dos gregos, que se referiam a essa deusa por esse nome.

Existiam outros nomes pelos quais os egípcios poderiam se referir a Ísis, como Mut-Netjer, que pode ser traduzido como “mãe dos deuses”. Ela também era considerada a responsável por trazer a inundação do Nilo, essencial para a manutenção da vida naquela região desértica. Ela fazia parte da Tríade de Abidos, formada por três deuses: Ísis, Osíris e Hórus.

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Ísis na mitologia egípcia

Como vimos, Ísis era uma deusa extremamente popular, e um dos mitos mais conhecidos da mitologia egípcia tem ela como uma das principais personagens. Esse mito fala sobre a morte do marido de Ísis, o deus Osíris, reconhecido como o deus dos mortos e uma figura de grande importância na vida após a morte.

Osíris foi o primeiro faraó egípcio, tido como um grande governante que trouxe um período de prosperidade para a humanidade. O poder e popularidade de Osíris causava a inveja em seu irmão, Set, e um episódio fez com que ele decidisse matar seu irmão. A esposa de Set, a deusa Néftis, ficou grávida de Osíris, gerando um filho chamado Anúbis.

Set ficou furioso com a traição e planejou uma armadilha que foi responsável por aprisionar e matar Osíris. O corpo dele foi lançado no rio Nilo e resgatado por Ísis após ter sido levado até as margens da Fenícia, onde foi resgatado por ela. Ísis levou o corpo de seu marido novamente para o Egito. Antes que Ísis ressuscitasse Osíris, Set esquartejou o corpo de seu irmão e o espalhou por diferentes locais do Egito.

Ísis partiu em busca dos pedaços do corpo de seu marido, encontrando todas as partes, menos uma. Ela realizou um ritual que ressuscitou o seu marido e, em seguida, engravidou de Osíris, dando à luz Hórus. Osíris, por sua vez, não poderia ficar mais no mundo dos vivos, pois faltava-lhe uma parte do corpo.

Ísis na religiosidade egípcia

Os historiadores acreditam que o culto a Ísis se estabeleceu em algum momento do Império Antigo, período da história egípcia que se estendeu de 2686 a.C. a 2181 a.C. Entretanto, a popularização do culto a essa deusa se deu apenas no primeiro milênio a.C.

A reverência a Ísis se espalhou por todo o Egito, e existiam templos e santuários para essa deusa em diferentes partes do Egito Antigo. Os historiadores acreditam que o culto a ela se iniciou no delta do Nilo, mas o local que centralizava o culto a Ísis era o santuário de Behbeit El-Hagar.

O culto a Ísis aceitava a existência de sacerdotes e sacerdotisas, que tinham importante papel na preservação dos templos a essa deusa. Além disso, alguns santuários a Ísis só poderiam ser frequentados por esses sacerdotes e sacerdotisas. Muitos detalhes do culto a Ísis foram perdidos, porque os rituais feitos em homenagem a essa deusa eram secretos.

A popularidade do culto de Ísis na Grécia se explica em grande parte pelas semelhanças com o culto de Deméter, deusa da agricultura. Cultuar as duas deusas era visto como forma de garantir uma boa vida após a morte, além de que os rituais eram voltados apenas para iniciados.

Ela também foi muito popular na religiosidade romana, e o culto a ela em muitas partes do mundo mediterrâneo só perdeu força por volta do século VI d.C., graças ao crescimento do cristianismo.

Por Daniel Neves Silva

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