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Concordância verbal

A concordância verbal é a relação de conformidade entre verbo e sujeito em relação ao número e à pessoa.

Imagem explicando a concordância verbal e mostrando exemplos. Os verbos precisam estar em conformidade com o número e com a pessoa do sujeito para garantir a concordância verbal. (Gabriel Franco | Escola Kids)

A concordância verbal é a relação de conformidade e harmonia que deve ocorrer entre o verbo e seu sujeito ou, em caso específico, o verbo e seu predicativo. Ambos devem concordar em pessoa (1ª, 2ª e 3ª pessoa) e número (singular e plural). Para aplicar a concordância corretamente, há regras gerais e regras específicas, as quais vão reger os padrões corretos de flexão.

Leia também: O que é a regência verbal?

Resumo sobre a concordância verbal

  • A concordância verbal é a relação harmônica entre o verbo e seu sujeito ou seu predicativo.
  • O verbo deve concordar em número e pessoa com seu sujeito.
  • Nas regras gerais, o verbo deve estar flexionado no número e na pessoa do sujeito.
  • Há regras especiais que vão gerir os casos específicos de concordância.

O que é concordância verbal?

A concordância verbal é a relação de conformidade de número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa) entre o verbo e o sujeito. Observe os exemplos abaixo com o verbo "pedalar".

Eu pedalei 25km hoje cedo.

Mariana e Pedro pedalarão conosco no domingo.

Julia pedalou pela primeira vez ontem.

Percebe-se que o verbo pedalar assume diferentes formas em cada frase para que possa estar em concordância com seus respectivos sujeitos. Portanto, os verbos estão conjugados em 1ª pessoa do singular (eu pedalei); 3ª pessoa do plural (eles pedalarão); e 3ª pessoa do singular (ela pedalou).

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Regras de concordância verbal

A seguir, confira as regras de concordância verbal:

  • UM SUJEITO: quando houver somente um sujeito na oração, o verbo deve concordar em número e pessoa com seu sujeito, independentemente de ele vir explícito ou não.

Michelle passou na seleção.

(Nós) Passamos na seleção.

  • MAIS DE UM SUJEITO: quando houver um sujeito composto, o verbo vai para o plural, mas, em relação à pessoa, apresenta variações:
    • Se um dos sujeitos figurar a 1ª pessoa, o verbo flexiona na 1ª pessoa do plural (nós):

Eu e Michelle passamos na seleção de vôlei.

    • Se todos os sujeitos forem na 3ª pessoa, o verbo também flexiona na 3ª pessoa do plural:

Maria e Ana concorreram juntas à vaga.

Casos específicos da concordância verbal

  • Sujeito - expressão partitiva: quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (como parte de, uma porção de, metade de, etc.) e um substantivo ou pronome plural, o verbo pode ir tanto para o singular como para o plural:

A maior parte deles não trabalhou hoje.

A maior parte deles não trabalharam hoje.

  • Sujeito - quantidade aproximada: quando o sujeito é uma indicação aproximada de certa quantidade, e formado por um número plural precedido das expressões “cerca de”, “mais de” e “menos de”, o verbo vai para o plural.

Cerca de 15 alunos faltaram à prova.

  • Sujeito - pronome relativo "que": quando o sujeito for o pronome relativo “que”, o verbo deve concordar em número e pessoa com o antecedente desse pronome:

Fui eu que lhe pedi a chave.

Foi ele que lhe pediu a chave.

Fomos nós que lhe pedimos a chave.

  • Sujeito - pronome relativo "quem": quando o sujeito for o pronome relativo "quem", o verbo, a princípio, deve flexionar na 3ª pessoa do singular:

É você quem chora toda a noite.

  • Sujeito - indeterminado: quando o sujeito é indeterminado, o verbo flexiona na 3ª pessoa do singular com a partícula “se” ou 3ª pessoa do plural sem partícula:

Pediu-se uma nova ficha de inscrição.

Pediram uma nova ficha de inscrição.

  • Sujeito do verbo "ser": o verbo "ser" apresenta situações especiais de concordância:
    • O verbo "ser" deve concordar com o predicativo quando o seu sujeito for um pronome interrogativo "que" ou "quem":

Que são seis semanas?

    • O verbo “ser” concorda com o predicativo quando o sujeito for um dos pronomes “isto”, “isso”, “aquilo”, “tudo” ou “o” e o predicativo estiver no plural.

Isso são assuntos proibidos para crianças.

    • O verbo "ser" concorda com o predicativo quando o sujeito é uma expressão de sentido coletivo.

O resto são problemas pequenos.

    • O verbo ser concorda com o predicativo quando estiver na forma impessoal.

São sete horas em ponto.

  • Sujeito composto unido pela conjunção “ou”: quando o sujeito composto está unido pela conjunção “ou”, há duas opções: ou o verbo concordará com o núcleo mais próximo, ou irá para o plural para abarcar os dois ou mais núcleos.

Paulo ou Antônio discursará na formatura.

Paulo ou Antônio discursarão na formatura.

  • Sujeito composto - verbo infinitivo: quando o sujeito é uma forma verbal no infinitivo, o verbo deve concordar no plural, caso os infinitivos sejam acompanhados de um artigo. Fora dessa situação, o verbo pode, preferencialmente, flexionar no singular.

O rir e o chorar fazem bem.

Rir e chorar fazem bem.

Rir e chorar faz bem.

  • Sujeito - pronome de tratamento: quando o sujeito for um pronome de tratamento, o verbo deve, obrigatoriamente, flexionar na 3ª pessoa.

Vossa Excelência agiu com firmeza.

  • Verbos impessoais: quando o verbo não tiver sujeito, por estar na forma impessoal, a flexão correta é a 3ª pessoa do singular.

Havia muitos alunos aguardando a abertura dos portões.

Faz 4 horas que ela está em reunião.

Como identificar concordância verbal em uma frase?

Para identificar a concordância verbal, o primeiro passo é identificar os verbos presentes nos enunciados e classificá-los em pessoais ou impessoais, pois os verbos impessoais só podem ter uma mesma flexão.

Na sequência, é fundamental identificar se o verbo pertence a algum dos casos especiais a fim de investigar corretamente a flexão verbal. Caso a oração apresente uma estrutura padrão, basta verificar a conformidade entre pessoa e número do sujeito e verbo.

Importância da concordância verbal

A concordância verbal é fundamental para o texto, pois ela, além de ser uma expressão do domínio das normas gramaticais, aspecto relevante para o uso da língua nas situações formais de comunicação, também contribui para a compreensão e coesão textual. Por meio da concordância, o leitor consegue estabelecer corretamente a relação entre os termos e saber quais são os sujeitos respectivos dos verbos utilizados; portanto, é essencial na compreensão e coesão textual.

Concordância verbal e concordância nominal

  • Concordância verbal: é a conformidade entre o verbo e seu sujeito ou, em casos especiais, seu predicativo. Sendo assim, centra-se no verbo e, com base nessa palavra, analisa as relações com os demais termos, verificando sua harmonia ou não.
  • Concordância nominal: é a conformidade entre o substantivo e outros termos nominais que o determinam ou o caracterizam, como os artigos, numerais, pronomes e adjetivos. Nesse caso, verifica-se a conformidade de gênero e número entre esses quando se relacionam dentro das sentenças.

Para saber mais sobre a concordância nominal, clique aqui.

Exercícios resolvidos sobre concordância verbal

Questão 1

Qual das frases abaixo apresenta concordância verbal CORRETA?

A) Julia e Pedro jogou no vôlei.

B) Mariana dissemos que adorou o passeio.

C) Eu e meu irmão preferimos ficar em casa.

D) Meus pais falou que não podemos viajar.

Resolução:

Alternativa C.

A alternativa C está correta, pois o sujeito composto por um sujeito em primeira pessoa (Eu) e outro em terceira pessoa (meu irmão) deve flexionar na primeira pessoa do plural (nós); portanto: “Nós preferimos ficar em casa”.

Questão 2

Qual das frases abaixo tem um verbo na forma impessoal?

A) Leia muitos livros!

B) Podemos assistir ao filme.

C) Entreguei-lhe a chave da casa.

D) São 7 horas da noite já.

Resolução:

Alternativa D.

A alternativa D apresenta verbo na forma impessoal, pois o sentido é indicação de horas. As alternativas A, B e C têm como sujeito, respectivamente, “tu”, “nós” e “eu”.

Fontes

Cunha, Celso; Cintra, Luís F. L. Nova gramática do português contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.

Cegalla, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Companhia Editora Nacional, s/d.

Por Talliandre Matos

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