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População negra no Brasil

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Como grande parte da população brasileira é negra ou mestiça, a cultura brasileira é muito influenciada por essa etnia¹ Como grande parte da população brasileira é negra ou mestiça, a cultura brasileira é muito influenciada por essa etnia¹

Se andarmos nas ruas e observarmos os traços da maior parte da população brasileira, veremos que grande parte dela é constituída por negros ou mulatos (mestiços de negros e brancos). Isso ocorre em virtude do modelo de produção implantado no país com a colonização, que utilizou a mão de obra escrava de milhares de negros africanos.

Acredita-se que, durante os 358 anos de escravidão, de 1530 a 1888, cerca de 5,5 milhões de negros saíram da África para serem escravizados no Brasil. Destes, 4,8 milhões chegaram vivos em nossas terras. Nesse período, a condição de vida dos negros era muito precária, pois viviam em senzalas, muitas vezes insalubres, trabalhavam durante a maior parte do dia (sem remuneração), a alimentação era precária, e a desobediência, muitas vezes, era reprimida com bastante violência.

Com a abolição da escravatura, apesar de terem conseguido a liberdade, a maioria da população negra não conquistou o mesmo padrão de vida dos brancos no país. Como não houve nenhuma assistência aos recém-libertos, que também não possuíam nenhum bem, muitas vezes, mesmo livres, os negros continuaram trabalhando para os seus antigos senhores em troca de pouco mais do que ganhavam anteriormente. Em outros casos, os afro-brasileiros deslocaram-se para os centros urbanos no país, ocupando áreas mais afastadas ou impróprias para a moradia, contribuindo, assim, para o surgimento das primeiras favelas. Eles passaram a viver de subempregos, o que promoveu a segregação étnica da população brasileira, pois o homem branco tinha acesso a mais oportunidades e um padrão de vida superior ao dos negros.

Atualmente, ainda que a situação dos negros tenha melhorado muito, as condições de vida dessa parcela da população não se equiparam à da população branca, que ainda apresenta índices sociais mais favoráveis do que as demais etnias existentes no país. De acordo com o IBGE, os negros e pardos representam a maioria da população brasileira – cerca de 54% da população total do país, que já superou a quantia de 204 milhões de pessoas.

Apesar disso, os negros correspondem a apenas 17,4% da população mais rica do país e atuam apenas em cerca de 18% dos cargos mais importantes. O rendimento salarial deles também é inferior, correspondendo a cerca de 80% do rendimento de um branco que exerce a mesma função. Vale ressaltar também que cerca de 80% das empregadas domésticas no Brasil são afro-descendentes. Os afro-descendentes representam, ainda, cerca de 63% dos mais pobres e 69% dos indigentes.

O acesso dessa parcela da população à maioria dos serviços públicos também é limitado. A taxa de analfabetismo, por exemplo, é duas vezes maior entre os negros. Enquanto a taxa de analfabetismo entre brancos é de 5,2%, entre a população negra, esse índice sobe para 11,5%. A média de anos de estudos também é menor entre os negros. Em 2013, a população branca tinha, em média, 8, 8 anos de estudo; já a população negra possuía cerca de 7,2 anos.

Outro problema que afeta os negros no país é a discriminação racial sofrida por vários deles. Essa discriminação ocorre em praticamente todos os setores da sociedade brasileira. Na internet, por exemplo, milhares de negros são vítimas de ações preconceituosas todos os dias, mesmo que sejam consideradas crime. Exemplos desses atos preconceituosos foram os comentários racistas nas fotos da jornalista Maria Júlia Coutinho (Maju) e da atriz Taís Araújo, que foram chamadas de “macacas” e hostilizadas em 2015, ao postarem fotos em suas redes sociais, em razão da cor da sua pele e dos seus traços afrodescendentes. Se realizarmos uma pesquisa, perceberemos que os casos de preconceitos raciais contra pessoas anônimas são ainda mais comuns.

Assim, embora a população brasileira seja constituída em sua maioria por negros e mestiços e a situação dessa parcela da população tenha apresentado melhorias desde a abolição da escravatura, ainda existe no país uma relativa segregação racial, pois a população negra ainda enfrenta preconceitos e condições sociais inferiores em relação ao restante da população brasileira. Em virtude dessa situação, cresce a quantidade de pessoas e ações que buscam a ruptura desse paradigma. É o caso das inúmeras ONGs, associações e campanhas que têm como objetivo combater o preconceito racial e amparar as vítimas desse tipo de crime. Uma política de governo, bastante criticada, que visa à diminuição dos contrastes sociais entre a população negra e a população branca é o sistema de cotas em universidades e concursos públicos para negros de baixa renda e oriundos de escola pública.

¹ Crédito da imagem: Shutterstock.com e CREATISTA


Por Thamires Olimpia
Graduada em Geografia

Por Thamires Olimpia Silva

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