O totalitarismo é um regime de governo extremamente autoritário em que o governante e seu partido exercem controle na vida pública e privada das pessoas.
O totalitarismo foi um regime de governo adotado, após o fim da Primeira Guerra Mundial, na Alemanha, União Soviética e Itália. Após o conflito mundial, muitas pessoas na Europa passaram a duvidar da democracia e a apoiar líderes e partidos que tinham propostas totalitárias.
Nos regimes totalitários, o ditador, apoiado por um partido político e pelas forças armadas, controla toda a vida social do país, impondo censura, violenta perseguição aos opositores e controlando a vida pública e privadas das pessoas.
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Os regimes totalitários surgiram após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Após a guerra, parte da população europeia passou a desacreditar na democracia e a defender que ela não era capaz de manter a paz e a qualidade de vida.
Nesse contexto, movimentos de extrema-direita e de extrema-esquerda passaram a ganhar força em diversos países. Nesse período ocorreram tentativas de golpe de Estado, com objetivo de derrubar os governos democráticos pós-guerra, praticados por movimentos de esquerda e de direita, como no caso da Alemanha.
Na União Soviética, o totalitarismo começou a ser implementando na década de 1920, quando o Secretário-Geral do Partido Comunista, Josef Stalin, criou diversos órgãos para controlar o governo e a sociedade soviética.
Na Itália, o fascismo chegou ao poder em 1922, depois que Benito Mussolini entrou em Roma acompanhado dos membros do seu partido, na Marcha sobre Roma.
Na Alemanha, o Partido Nazista chegou ao poder em 1933, quando Adolf Hitler foi eleito chanceler do país por meio do voto direto.
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Três exemplos de regimes totalitários foram:
Em 1917, em meio à Primeira Guerra Mundial, ocorreu uma revolução na Rússia que levou ao poder os membros do Partido Comunista. Eles tornaram a Rússia o primeiro país socialista do mundo, que logo se transformou em uma ditadura.
Após a morte do líder da revolução, Vladimir Lenin, Josef Stalin se tornou o líder máximo da Rússia, que havia se unido a outros países e se tornado a União Soviética. Durante o stalinismo, milhões de pessoas foram perseguidas, muitas delas mortas por serem consideradas opositoras do governo. Na Ucrânia, por exemplo, Stalin provocou o Holodomor, o genocídio de milhões de ucranianos pela fome. Para saber mais sobre o stalinismo, clique aqui.
Na Itália, após o fim da Primeira Guerra Mundial, Benito Mussolini, um editor de um jornal, passou a ganhar destaque na política. Ele criou o Partido Fascista e passou a eliminar os opositores, tornando a Itália um país totalitário. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Itália se uniu à Alemanha Nazista, fazendo parte do Eixo. Para saber mais sobre o fascismo italiano, clique aqui.
A Alemanha foi a grande derrotada na Primeira Guerra Mundial e foi humilhada por um tratado imposto a ela pelos vencedores, o Tratado de Versalhes. Após uma grave crise econômica que se iniciou em 1929, o Partido Nazista foi o grande vencedor das eleições e Hitler se tornou o governante do país.
No poder, Hitler passou a perseguir os considerados opositores do governo, entre eles judeus e membros de partidos de esquerda. Durante o governo de Hitler, a Alemanha iniciou uma política imperialista, levando o mundo a uma nova guerra. Durante o conflito, cerca de seis milhões de judeus foram assassinados pelos nazistas nas câmaras de gás dos campos de extermínio. Para saber mais sobre o nazismo, clique aqui.
Muitas pessoas possuem dificuldades para compreender as diferenças entre um regime autoritário e um regime totalitário. Resumidamente, o regime autoritário limita a vida pública, as liberdades individuais e os direitos políticos dos cidadãos.
No regime totalitário, além de controlar esses aspectos da vida, o Estado controla a vida privada das pessoas, controlando o social, o profissional, o religioso, entre diversos aspectos da vida cotidiana.
O Brasil nunca teve um regime totalitário, mas enfrentou alguns governos autoritários, como o Estado Novo, no qual Getúlio Vargas foi o ditador, e a Ditadura Civil-Militar, na qual membros das Forças Armadas governaram o Brasil por duas décadas. Durante esses períodos autoritários, houve censura no Brasil assim como forte propaganda de massas do governo e perseguições aos opositores.
Nesses períodos autoritários, as eleições diretas para presidente foram suspensas, o Congresso Nacional foi temporariamente fechado, e o Poder Executivo teve supremacia sobre os demais poderes.
A primeira filósofa a estudar o totalitarismo foi Hannah Arendt. Ela foi vítima do nazismo por ser judia e foi aprisionada durante a ocupação da França. Ela conseguiu fugir da prisão e chegar aos Estados Unidos, onde se afastou do perigo nazista.
No seu livro Origens do totalitarismo, Arendt defendeu que o totalitarismo e o antissemitismo eram frutos do medo e do ódio, dois sentimentos que levam a maior parte da sociedade a apoiar regimes totalitários.
Créditos das imagens
[1]Everett Collection / Shutterstock
Fontes
ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. Companhia das Letras, São Paulo, 2013.
PAOLIELLO, Guilherme. Raízes do totalitarismo. Editora Danúbio, São Vicente, 2021.