Os conflitos entre Israel e Palestina se deram pela disputa do território da Palestina, sobretudo a partir de 1948, mas também pela luta dos palestinos por sua autodeterminação.
Os conflitos entre Israel e Palestina são as disputas travadas entre israelenses e palestinos pelo controle da Palestina. Além disso, há o desejo de autodeterminação dos palestinos, isto é, da formação de um Estado Nacional para os árabes palestinos. Os conflitos entre árabes e israelenses ganharam força a partir da criação de Israel, em 1948.
A disputa surgiu quando o movimento sionista passou a agir pela fundação de um Estado judeu na Palestina. Desde a fundação de Israel diversos conflitos foram travados: Primeira Guerra Árabe-Israelense, Guerra de Suez, Guerra dos Seis Dias, Guerra de Yom Kippur e Intifadas. Atualmente, os pesquisadores apontam que os palestinos vivem sob regime de apartheid em Israel.
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Os conflitos entre Israel e Palestina são o conjunto de conflitos motivados pelo controle da Palestina.
Os palestinos também lutam pela formação de seu Estado Nacional.
A ideia de formar um Estado judeu na Palestina nasceu a partir do movimento sionista.
O Estado de Israel se formou a partir de uma resolução da ONU, em 1948.
Os conflitos travados, desde a fundação do Estado de Israel, foram: Primeira Guerra Árabe-Israelense, Guerra de Suez, Guerra dos Seis Dias, Guerra de Yom Kippur e duas Intifadas.
A comunidade internacional aponta que os palestinos estão submetidos a um regime de apartheid em Israel.
O conflito entre Israel e Palestina se arrasta oficialmente desde a década de 1940, quando o Estado de Israel foi criado a partir de uma resolução da ONU. Os problemas entre israelenses e palestinos, no entanto, se iniciaram antes disso, como veremos.
No final do século XIX, o antissemitismo estava em alta na Europa e a perseguição contra os judeus era evidente, principalmente em países do Europa Central e Europa Oriental. Uma resposta nacionalista dos judeus ao crescimento do preconceito contra eles no continente europeu foi defender a criação de um Estado Nacional para abrigar os judeus na Palestina.
Esse movimento se consolidou na década de 1890 a partir de um livro escrito por um jornalista judeu húngaro chamado Theodor Herzl. A partir da ideia dele, se formou o sionismo, movimento para criar um Estado judeu na Palestina. Para garantir seus objetivos os sionistas formaram uma Organização Sionista Mundial.
Essa organização atuou na compra de terras na Palestina e sua concessão para judeus. A migração de judeus para a Palestina, no entanto, trazia um problema, uma vez que aquela terra era ocupada havia séculos pelos árabes palestinos.
A presença de judeus foi crescendo gradativamente entre as décadas de 1910 e 1930 e disparou na década de 1940, como consequência da perseguição aos judeus promovida pelos nazistas. À medida que a presença judaica aumentava na Palestina, o relacionamento entre judeus e palestinos se tornava mais difícil, uma vez que os palestinos lutavam pelo seu próprio Estado Nacional.
O sionismo ganhou força na década de 1940 por conta do Holocausto, trazendo condições políticas para a formação de um Estado judeu na Palestina. A ONU interveio na situação, e por meio da Resolução 181, promoveu a divisão do território da Palestina, delimitando o território para os judeus e o território para os palestinos.
Os árabes palestinos rejeitaram a divisão, mas os judeus aceitaram e fundaram, em 14 de maio de 1948, o Estado de Israel. A partir da criação de Israel, os conflitos entre israelenses e palestinos ganharam força e se estendem desde então.
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O primeiro conflito travado após a fundação do Estado de Israel foi a Primeira Guerra Árabe-Israelense. Esse conflito se estendeu de 1948 a 1949, sendo travado por Israel e uma série de nações árabes que não concordavam com a existência de Israel. As forças árabes foram formadas por tropas do Egito, Síria, Líbano, Transjordânia (atual Jordânia), Iraque e de palestinos, obviamente.
As tropas israelenses eram formadas por cerca de 30 mil soldados com bom treinamento militar. Essa preparação permitiu que as forças israelenses se impusessem nesse conflito e conquistassem terras que fariam parte do território palestino (de acordo com a divisão proposta pela ONU). Uma das maiores consequências desse conflito foi o nakba.
O nakba, tragédia, em árabe, foi a expulsão de aproximadamente 700 mil palestinos de suas terras, forçando-os a se refugiar em outros países. Israel nunca permitiu o retorno desses palestinos e seus descendentes, e estima-se que atualmente eles sejam em mais de cinco milhões de pessoas.
A crise de Suez aconteceu em 1956, se iniciando quando Israel decidiu atacar o Egito para controlar o canal de Suez. O ataque israelense teve o apoio da França e do Reino Unido, mas as pressões de Estados Unidos, União Soviética e da ONU forçaram as tropas israelenses a se retirar do Egito. O conflito reforçou a tensão de Israel com seus vizinhos árabes.
Esse conflito se iniciou quando Israel atacou o Egito, a Síria e a Jordânia. Em seis dias, Israel conquistou diversos territórios, ampliando as regiões sob o seu controle. Os historiadores afirmam que esse conflito se iniciou como uma resposta de Israel à formação de guerrilhas palestinas que lutavam contra os israelenses, como meio de impedir o projeto de união árabe promovido pelo presidente egípcio, Gamal Abdel Nasser, e pelo desejo de expansão territorial de Israel.
Como saldo dessa guerra, Israel conquistou:
Jerusalém Oriental;
Faixa de Gaza (abandonada por Israel em 2005);
Cisjordânia;
Península do Sinai (posteriormente devolvida ao Egito);
Colinas de Golã.
Essa guerra se iniciou em 6 de outubro de 1973, durante o feriado de Yom Kippur, dia do perdão para os judeus. Esse foi conflito foi motivado pela insatisfação do governo egípcio e sírio pela construção de bases militares de Israel na Península do Sinai (que Israel tomou do Egito durante a Guerra dos Seis Dias). Após esse conflito, Israel manteve todos os territórios conquistados na guerra de 1967.
A ocupação do território palestino por Israel e a violência dos militares israelenses com a população palestina motivou duas revoltas populares de palestinos que receberam o nome de Intifadas. As Intifadas foram protestos espontâneos em que os palestinos, armados de paus e pedras, se revoltavam contra as tropas de Israel.
Os historiadores entendem que houve duas Intifadas:
Primeira Intifada (1987-1993);
Segunda Intifada (2000-2004).
Uma consequência da Primeira Intifada foi a criação do Hamas, organização terrorista que procura a destruição completa de Israel. O Hamas se estabeleceu como uma alternativa às propostas do Fatah, secular, de alcançar a paz pela via diplomática, e da Organização pela Libertação da Palestina, que defendia apenas a criação da Palestina, sem necessariamente desejar o fim de Israel.
Após a Primeira Intifada, a comunidade internacional pressionou Israel para que um acordo de paz fosse realizado com a Palestina. Como parte dos Acordos de Oslo, assinados em 1993, foi formada uma Autoridade Nacional Palestina para conduzir o processo de formação da Palestina. Os acordos previam também a desocupação de territórios para concluir a criação da Palestina. Entretanto, Israel descumpriu parte dos acordos estabelecidos em Oslo, inviabilizando a criação da Palestina.
Atualmente, a situação está mais complexa em relação a década de 1990. Os assentamentos israelenses na Cisjordânia aumentaram consideravelmente, forçando a migração de palestinos, levando a realização de pogroms. Esses assentamentos israelenses são considerados ilegais pela ONU e muitos pesquisadores consideram que Israel mantém os palestinos sob um regime de apartheid.
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Fontes
ARMSTRONG, Karen. Jerusalém: uma cidade, três religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
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OMER, Mohammed. Em estado de choque: sobrevivendo em Gaza sob ataque israelense. São Paulo: Autonomia Literária, 2017.
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GUIMARÃES, Maria João. O que é uma Intifada? Disponível em: https://www.publico.pt/2017/12/08/mundo/perguntaserespostas/o-que-e-uma-intifada-1795255.