A rotação de culturas corresponde a uma técnica agrícola que planeja o cultivo com alternância planejada de culturas em uma mesma área por um período determinado.
Rotação de culturas é uma prática agrícola que consiste em alternar culturas distintas em uma área destinada ao cultivo. A escolha das espécies é planejada, bem como a sua alternância. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), essa técnica diminui a vulnerabilidade criada pelo monocultivo, ou seja, o cultivo de uma única espécie, sendo, portanto, ambientalmente autossustentável.
O principal objetivo da rotação de culturas é promover a conservação e preservação do solo. Ao escolher diferentes espécies para serem alternadas, os sistemas radiculares particulares a cada uma acabam por amenizar os efeitos da compactação do solo, visto que cada uma exige um tipo diferente de nutriente, diminuindo, então, a exaustão do solo.
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As espécies selecionadas para a rotação de culturas devem apresentar propósito comercial e de recuperação do solo. Essa escolha, além de seguir esse critério, precisa também de:
Gerar fitomassa (massa dos seres vivos que habitam uma determinada superfície) suficiente para que amenize os processos erosivos e diminua também as oscilações de temperatura;
Promover a redução da perda de água por evapotranspiração;
Garantir condições favoráveis ao solo com o objetivo de reduzir a ação de pragas e doenças;
Possuir exigências nutricionais e aproveitamento nutritivo diferente entre uma espécie e outra.
De acordo com a Embrapa, a escolha das espécies também está relacionada com as características e condições ambientais da área de cultivo, seja clima, tipo de solo, entre outras.
A rotação de culturas representa para a agricultura uma alternativa sustentável de produção.
A rotação de culturas é uma alternativa a uma das práticas mais comuns na agricultura, especialmente no Brasil, a monocultura. O cultivo de uma única espécie em uma determinada área provoca a exaustão do solo e favorece o ciclo de pragas, fazendo com que áreas tornem-se inutilizáveis e possibilitando possíveis danos à plantação e consequentemente colocando em risco a produtividade.
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Assim, alternar espécies em uma determinada área torna-se uma prática que provoca menos impactos ambientais negativos, bem como favorece a produção. A rotação de culturas, segundo a Embrapa, é aliada do Sistema de Plantio Direto.
De acordo com a empresa, esse sistema consiste em fazer o plantio de uma determinada espécie diretamente sobre a palhada da espécie cultivada anteriormente. Essa prática, portanto, não realiza as etapas do preparo habitual como a aração (técnica de inversão das camadas do solo) e a gradagem (etapa realizada após a aração do solo que consiste em romper os torrões deixados pelo processo de aração, fazendo com que o solo fique plano).
Assim, a alternância de culturas juntamente com o Sistema de Plantio Direto diminui o impacto provocado pelo escoamento superficial da água, mantém a temperatura do solo e conserva a umidade do mesmo.
Rotacionar culturas em uma mesma área evita a compactação do solo e aumenta a produtividade.
A rotação de culturas além de proporcionar a produção diversificada, é uma importante estratégia para uma produção agrícola sustentável. São inúmeros os seus benefícios. O primeiro deles é a conservação do solo, permitindo que a área mantenha-se propícia ao cultivo por bastante tempo.
Evita-se a compactação e a exaustão nutricional dele. Ao se evitar a possível compactação do solo, há melhor infiltração da água pelos poros presentes no solo, favorecendo o aumento da atividade biológica.
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Essa técnica também atua de forma positiva no controle de pragas, doenças e ervas daninhas, evitando maiores danos à plantação e garantindo, então, uma melhor produtividade. Isso é possível porque as espécies possuem suscetibilidade e resistência diferentes à pragas. Assim há também menor custo com pesticidas. É válido ressaltar que essa técnica deve ser empregada como uma forma de prevenção e não de remediação.
A técnica de rotação de culturas apesar dos inúmeros benefícios apresenta algumas desvantagens como:
Sua realização exige um planejamento estratégico dificultoso, pensando não só na escolha das espécies, mas também nas condições ambientais da área e no propósito comercial.
Há, muitas vezes, maior necessidade de investimentos, especialmente em maquinário.
A mecanização exige uma boa gestão do trabalho.
Geralmente, há maior dificuldade de se conseguir créditos e investimentos quando a cultura escolhida é de menor expressão no mercado.
Diferente da rotação de culturas que alterna as espécies em uma área de forma planejada, a sucessão de culturas representa uma técnica em que duas ou mais espécies são cultivadas em sequência, também em uma mesma área em um determinado período. A sucessão de culturas não leva em conta a família botânica da espécie.
Exemplo: cultiva-se em sequência milho-trigo-milho
Essa prática pode ocasionar degradação física, química e biológica do solo, influenciando a produtividade e também favorecendo o ciclo de pragas e doenças.