Há 280 milhões de anos a superfície terrestre era formada por um único continente, a Pangeia. A sua fragmentação e separação originaram os continentes modernos.
Pangeia foi um supercontinente que se formou na superfície terrestre há 280 milhões de anos aproximadamente. Ele surgiu a partir do movimento de placas tectônicas, que uniu as terras emersas existentes até então, dando origem a uma única massa de terra. O oceano ao seu redor recebeu o nome de Pantalassa.
A fragmentação da Pangeia teve início há 230 milhões de anos, e foi dessa maneira que surgiram os continentes modernos. Esse processo que inclui a Pangeia e a sua posterior separação foi explicado pela teoria da deriva continental, datada de 1912.
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Pangeia é o supercontinente que caracterizava a configuração das terras emersas do planeta Terra durante as eras geológicas Paleozoica e Mesozoica, mais precisamente entre 280 e 220 milhões de anos antes do presente. A superfície terrestre era, portanto, formada unicamente pelo oceano global e pela Pangeia. Todos os continentes que hoje conhecemos estavam aglutinados nessa massa única de terra. Aliás, Pangeia é uma denominação oriunda do grego que significa “todas as terras” (pan = todas; gea = terra).
A Pangeia era formada por todas as terras emersas do planeta Terra, que representam cerca de 30% de toda a área da superfície terrestre. Para que a visualização de como esse continente único era constituído, utilizemos como referência as terras continentais que conhecemos hoje. Agora, consideremos cada um dos hemisférios, Norte e Sul:
Por causa da junção das terras emersas, o clima do planeta Terra e, mais especificamente, da Pangeia era caracterizado pela aridez no seu interior. A distância da região central do continente com a sua zona costeira resultou na baixa umidade do ar e na produção de um clima bastante seco e ameno.
Até mesmo a região equatorial, próxima da Linha do Equador, experimentava baixa umidade, apesar das temperaturas mais elevadas que aconteciam justamente por causa da sua posição geográfica. Inclusive, extensos desertos eram encontrados nessa parte da Pangeia por causa das condições climáticas. É importante ressaltar que a própria formação da Pangeia alterou o clima do planeta Terra, sobretudo por causa da redistribuição de umidade.
Florestas de gimnospermas começaram a se espalhar sobre a superfície da Pangeia, especialmente nas áreas temperadas do planeta Terra. As formas de vida marinhas foram parcialmente extintas quando da formação do supercontinente, ao mesmo tempo em que espécies terrestres, em especial os répteis, apresentaram desenvolvimento expressivo quando o supercontinente parecia estável.
Os dinossauros viveram na Pangeia, mas os períodos que foram marcados pelo apogeu dos grandes répteis coincidiu com o início da desagregação desse continente.
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A Pangeia surgiu por meio do mesmo mecanismo que ocasionou a sua separação: a movimentação das placas tectônicas sobre o magma terrestre. Esse não foi o único supercontinente a ser formado sobre a superfície terrestre, e o movimento contínuo dos imensos blocos rochosos que constituem a crosta resultou na união das terras emersas no final do período Permiano da era Paleozoica, há aproximadamente 280 milhões de anos.
A separação da Pangeia começou durante o período Triássico da era Mesozoica, há 230 milhões de anos. Diferentemente da sua formação, quando os blocos continentais se aproximaram até formarem uma única massa, a fragmentação e separação da Pangeia foi ocasionada pelo gradual afastamento das placas tectônicas. Inicialmente, esse movimento originou dois grandes continentes:
O afastamento dos continentes não cessou, e gradativamente a superfície terrestre assumiu a sua configuração atual. Os continentes que conhecemos hoje chegaram em suas posições entre o final da era Mesozoica e o início da era Cenozoica, há 220 milhões de anos. Todo esse processo ficou conhecido como deriva continental, sugerido por Alfred Wegener no ano de 1912 e comprovada meio século mais tarde, durante a década de 1960.
Como sendo um único continente, a Pangeia era banhada por um único oceano. Esse oceano ficou conhecido como Pantalassa, e representava 70% da superfície terrestre. Diferente da atual configuração dos oceanos, havia somente uma subdivisão no oceano Pantalassa, que era o Mar de Tétis. Esse mar banhava a costa oriental da Pangeia, em uma área onde estavam as massas que originaram, mais tarde, a Eurásia.
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Questão 1
Como ficou conhecida a teoria que explicava a origem dos continentes e a existência pretérita da pangeia como um supercontinente?
a) Tectônica de placas
b) Deriva continental
c) Tectonismo e geomorfismo
d) Ciclo das rochas
e) Vulcanismo
Resposta: Alternativa B. Foi a teoria da deriva continental a primeira a propor a existência de um supercontinente anterior aos atuais continentes do planeta Terra. Somente a partir da sua fragmentação é que a superfície terrestre adquiriu as suas características atuais.
Questão 2
A Pangeia foi um supercontinente que caracterizou a superfície terrestre há mais de 250 milhões de anos. Ele era banhado por um único continente, que recebeu o nome de:
a) Oceano global
b) Oceano Pacífico
c) Mar de Tétis
d) Pantalassa
e) Oceano Atlântico
Resposta: Alternativa D. Pantalassa foi o nome atribuído ao oceano que banhava a Pangeia. Por conta do formato desse supercontinente, o oceano Pantalassa tinha uma única subdivisão de mar, que recebeu o nome de Mar de Tétis.
Fontes
ROSS, Jurandyr L. Sanches. Os fundamentos da Geografia da Natureza. In: ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2019. 6 ed., 3 reimp. (Didática: 3). P. 13-67.
TEIXEIRA, Wilson; FAIRCHILD, Thomas Rich; TOLEDO, M. Cristina Mota de; TAIOLI, Fabio. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia da Editora Nacional, 2009. 2ª edição. 623P.
YOUTH AND EDUCATION IN SCIENCE (YES). Paleozoic. United States Geological Survey (USGS), [s.d.]. Disponível em: https://www.usgs.gov/youth-and-education-in-science/paleozoic.