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Desertos

Desertos são biomas caracterizados pela aridez do clima e pelo regime irregular de chuva. O maior deserto do mundo é a Antártida, continente gelado do Hemisfério Sul.

Paisagem de um deserto. Os desertos são um tipo de bioma de clima árido e vegetação escassa presentes em diversas regiões do planeta.

Os desertos um tipo de bioma caracterizado pelo clima árido e pela vegetação esparsa, quase inexistente. São ambientes extremos que dificultam a sobrevivência de uma ampla biodiversidade, motivo pelo qual apresenta uma fauna menos numerosa, mas composta por animais que têm adaptações às condições desse tipo de habitat. Raposas, cobras, escorpiões e camelos formam a fauna de desertos quentes. A vegetação, quando há, é formada por plantas rasteiras, como gramíneas e arbustivas. O clima desse bioma é marcado pela baixíssima umidade do ar e pelo regime irregular de chuvas, além de amplitude térmica acentuada em desertos quentes.

A localização e os fatores atuantes na sua formação determinam o tipo de deserto, que pode ser de ventos contra-alísios, subtropicais, costeiros, de monção ou polares. No último caso, destacamos a Antártida, continente do Hemisfério Sul que é considerado o maior deserto do mundo. Para além dos fatores naturais, os desertos também podem ser formados pela superexploração dos solos causada pela ação antrópica. Acontece, nesse caso, um processo chamado desertificação.

Leia também: Quais são os biomas brasileiros?

Resumo sobre desertos

  • Deserto é um tipo de bioma que tem como aspecto principal o clima árido e a escassez de vegetação.
  • A fauna dos desertos é adaptada a condições adversas de temperatura e umidade. Nos desertos quentes, é formada por animais como raposas, escorpiões, cobras e morcegos.
  • A vegetação dos desertos é esparsa e formada por plantas rasteiras, como gramas e arbustos.
  • Os desertos têm clima árido, marcado pela baixíssima umidade do ar e pluviosidade de até 250 mm. Podem ser frios ou quentes.
  • O relevo dos desertos é bastante heterogêneo, podendo ser formado por montanhas, planaltos ou depressões.
  • Os rios e corpos hídricos que se formam nos desertos tendem a ser intermitentes, isto é, passageiros. Existem exceções, como rios que nascem em ambientes úmidos e oásis.
  • Os desertos podem ser classificados de acordo com o ambiente em que se originaram em:
    • desertos de ventos contra-alísios;
    • desertos subtropicais ou de latitudes médias;
    • desertos costeiros;
    • desertos de monção;
    • deserto polar.
  • A Antártida, continente no Hemisfério Sul, é o maior deserto do mundo.
  • A formação dos desertos pode acontecer por diversos fatores, como a influência de ventos quentes e secos, correntes marítimas frias ou mesmo a exploração intensiva do solo.

O que é deserto?

Deserto é um tipo de bioma que tem como principal característica a irregularidade de chuvas e a baixíssima umidade do ar. São áreas que apresentam condições extremas de sobrevivência e, por isso, apresentam biodiversidade limitada.

Os desertos são encontrados em todos os continentes do planeta Terra e possuem fisionomia muito diversificada, que varia conforme os fatores naturais e antrópicos atuantes. Aliás, a maioria dos desertos tem ocorrência natural, mas também existem aqueles que se desenvolveram como consequência da ação dos seres humanos no meio ambiente.

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Principais características dos desertos

  • Fauna

Os desertos são ambientes que apresentam condições adversas de temperatura e umidade, fato que os torna inóspitos para uma parte da biodiversidade terrestre. Entretanto, existem diversas espécies de animais e de plantas que conseguem sobreviver em ambientes desérticos graças a adaptações que possuem em seu organismo e aos seus hábitos noturnos, que são especialmente importantes nos desertos quentes.

Raposa-do-deserto, um animal que vive no deserto.
A raposa-do-deserto é um dos animais que constituem a fauna desse bioma.

Na tabela a seguir reunimos alguns animais que compõem a fauna de desertos de baixa e de média latitude:

raposa-do-deserto

camelos

carneiros

rato-canguru

dromedários

marmotas

escorpiões

coiotes

morcegos

cobras

corujas

rãs

É válido ressaltar, ainda, que a fauna dos desertos quentes é muito distinta daquela encontrada nos desertos polares, encontrados em alta latitude, como a Antártica e o Ártico. No caso do segundo, a diversidade de animais de vida aquática é muito maior do que a de animais terrestres. Na sua fauna são encontrados baleias, pinguins, focas, peixes-boi, corujas e espécies que são exclusivas do Hemisfério Norte, como o urso-polar e o boi-almiscarado.

  • Vegetação

Os desertos têm vegetação esparsa e adaptada às condições extremas de temperatura e umidade.

A vegetação dos desertos é esparsa e formada por plantas rasteiras, como espécies de gramíneas e de arbustos, e suculentas, como os cactos. As espécies vegetais que são encontradas nos desertos quentes, principalmente, têm adaptações fisiológicas que as permitem suportar o calor intenso, a escassez de umidade e as alterações bruscas de temperatura que acontecem no intervalo de 24 horas. Em alguns desertos, como os desertos frios de média latitude, observa-se a presença de árvores como palmeiras e pinheiros.

  • Clima

O principal aspecto utilizado para a classificação de uma área como desértica é o seu clima. Tanto nos desertos quentes quanto nos desertos frios e polares, o clima é marcado pela baixíssima umidade relativa do ar e pelo volume ínfimo de precipitação anual, que é de até 250 mm. Além de escassas, as chuvas que acontecem nos desertos são irregulares: todo o volume que é esperado para um ano inteiro pode cair em poucos dias, causando inundações. Nos desertos frios e polares, a neve é a principal forma de precipitação. A ocorrência de ventos intensos é outro aspecto em comum no clima dos desertos.

Em desertos quentes, as temperaturas diurnas são muito elevadas, atingindo entre 40 ºC e 50 ºC. Entretanto, durante a noite, a ausência de construções e de vegetação faz com que o calor se dissipe rapidamente, e a temperatura chegue muito próximo de 0º C. Assim, esses desertos têm acentuada amplitude térmica diária.

  • Relevo

Os desertos exibem paisagens muito diversas. Algumas delas são compostas exclusivamente por dunas, enquanto outras são formadas por extensas planícies, com pouca ou nenhuma variação altimétrica. Os planaltos e as montanhas também fazem parte do relevo de desertos, a maioria sendo formações esculpidas pela ação prolongada dos ventos sobre rochas arenosas.

  • Hidrografia

O regime pluviométrico irregular dos desertos dificulta o desenvolvimento de rios e outros corpos hídricos perenes, isto é, duradouros. Aqueles cursos d’água perenes que atravessam regiões desérticas, a exemplo do famoso rio Nilo, têm suas nascentes localizadas em áreas de maior umidade, onde a recarga é constante. Observa-se em muitos desertos quentes a formação de rios intermitentes, que surgem durante o período chuvoso e secam logo depois. Lagos também são originados da mesma maneira.

Uma formação hidrológica muito curiosa observada em muitos desertos são os oásis. Trata-se de um corpo hídrico perene isolado em meio à paisagem desértica, comumente cercado por vegetação diversificada. Eles se formam onde há aquíferos, que são reservatórios subterrâneos de água e têm importância para a economia e o abastecimento hídrico em povoados ou cidades que estão instalados em áreas desérticas.

Os oásis são fontes de água que se formam a partir de aquíferos localizados no subsolo dos desertos.

Quais são os tipos de desertos?

Os desertos são classificados de acordo com a sua localização e seu processo de origem em:

  • Desertos de ventos contra-alísios: formados na região tropical do planeta Terra, nas áreas que estão sob a ação dos ventos contra-alísios. São desertos muito quentes e áridos, tendo como principal exemplo o Deserto do Saara (África).
  • Desertos subtropicais ou de latitudes médias: formados em áreas temperadas de média latitude, marcados pela acentuada amplitude térmica diária. O Deserto de Sonora, nos Estados Unidos, é um deserto subtropical.
  • Desertos costeiros: formados no litoral pela influência de correntes marítimas frias, que são mais densas e apresentam menor teor de evaporação. Por isso, transferem pouca umidade para ambientes costeiros. O Deserto do Atacama (América do Sul) é um deserto costeiro.
  • Desertos de monção: formados em países influenciados pelos ventos quentes e úmidos que sopram do oceano em direção ao continente (monções). Esses ventos perdem a umidade gradualmente, e chegam no interior praticamente secos. O Deserto de Rajastão (Sul da Ásia) é um exemplo.
  • Deserto polar: formados nas regiões mais frias do planeta Terra, que estão localizadas nas altas latitudes, além dos círculos polares. Apresenta muitas estruturas congeladas e ausência de vegetação. O continente Antártica é o principal exemplo de um deserto polar.
Antártida, continente gelado do Hemisfério Sul, um exemplo de deserto polar.

Mapa dos desertos

O mapa a seguir mostra a localização dos principais desertos quentes e subtropicais do mundo.

As áreas em amarelo correspondem às regiões desérticas.

Maiores desertos do mundo

Maiores desertos do mundo

Deserto

Localização

Área

Antártica

Antártica

14.200.000 km2

Tundra do Ártico

Porção norte da América do Norte, da Europa e da Ásia

13.900.000 km2

Deserto do Saara

Norte da África

9.000.000 km2

Grande Deserto Australiano

Austrália

2.700.000 km2

Deserto Arábico

Península Arábica, no Oriente Médio

2.330.000 km2

Formação dos desertos

Existe mais de um fator natural que condiciona a formação dos desertos. Vejamos, abaixo, quais são eles:

  • Predomínio de ventos secos: a incidência de ventos secos, sem umidade, em uma determinada área contribui para a formação de desertos. Os ventos contra-alísios são o principal exemplo. Eles são ventos quentes e secos que partem do equador em direção aos trópicos, originando, nesse caminho, desertos como o Deserto do Saara.
  • Presença de barreiras orogenéticas: a presença de grandes montanhas ou cadeias montanhosas impede a circulação de ar. Em muitos locais, como na Ásia Central, essas formações geomorfológicas barram a passagem de umidade para o interior, criando, assim, áreas de clima árido, ou desértico.
  • Influência de correntes marítimas frias: as correntes marítimas frias são correntes mais densas, que se deslocam em uma velocidade menor do que as correntes quentes. Elas não fornecem umidade para as áreas costeiras por onde passa, pelo contrário. Por isso, sua presença origina desertos como o Deserto do Atacama, no Chile.
  • Ação antrópica: o uso intensivo do solo pelos seres humanos ocasiona a formação de desertos. O manejo inadequado e a superexploração do solo causa a remoção de nutrientes e prejudica a sua estrutura, fazendo com que ele se torne impróprio. Com isso, nenhum tipo de vegetação consegue se desenvolver sobre esse solo. Esse processo é chamado de desertificação, e tem acontecido em áreas como o Sahel, faixa ao sul do Deserto do Saara, na África, e em parte do Semiárido brasileiro.
A desertificação é um problema ambiental observado no Sahel, região do continente africano situada ao sul do Deserto do Saara.

Exercícios sobre desertos

Questão 1

(UECE) Pode-se chamar de deserto qualquer região estéril que sustente poucas formas de vida. Os maiores desertos do mundo são amplas regiões de clima árido marcadas pela escassez e irregularidade das chuvas, além da baixa umidade relativa do ar e da vegetação esparsa ou ausente.

O maior deserto do mundo é denominado:

a) Antártida ou Antártica.

b) Deserto do Saara.

c) Deserto de Kalahari.

d) Deserto do Vale da Morte.

Resposta: Alternativa A. O continente Antártida é considerado o maior deserto do mundo, sendo um deserto polar caracterizado pela aridez, pela predominância de solos congelados e pelas temperaturas abaixo de 0º C.

Questão 2

Entre as alternativas a seguir, assinale aquela que não indica um fator de origem dos desertos:

a) correntes marítimas quentes.

b) ventos quentes e secos.

c) esgotamento dos solos.

d) presença de montanhas e cordilheiras.

Resposta: Alternativa A. As correntes marítimas quentes fornecem umidade por onde passam e, por isso, não ajudam a formar desertos. Em contrapartida, as correntes frias são capazes de influenciar na retirada de umidade das áreas pelas quais se deslocam, resultando na produção de climas áridos e, por conseguinte, ambientes desérticos.

Fontes

BRANCO, Pércio de Moraes. Desertos. Serviço Geológico do Brasil (SGB), 18 ago. 2014. Disponível em: https://www.sgb.gov.br/desertos.

CHRISTOPHERSON, Robert; BIRKELAND, Ginger H. Geossistemas. Porto Alegre: Bookman, 2018, 9 ed.

NATIONAL GEOGRAPHIC. Encyclopedic entry: Deserts. Disponível em: https://www.nationalgeographic.org/encyclopedia/desert/. Acesso em 20 out. 2021.

REDAÇÃO. Como são formados os diferentes tipos de deserto ao redor do mundo. Globo Ecologia, 17 nov. 2011. Disponível em: http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2012/11/como-sao-formados-os-diferentes-tipos-de-deserto-ao-redor-do-mundo.html.

TEIXEIRA, Wilson.; FAIRCHILD, Thomas Rich.; TOLEDO, Maria Cristina Motta de; TAIOLI, Fabio. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo, SP: Companhia Editora Nacional, 2009, 2ª ed.

Por Paloma Guitarrara

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