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Deriva continental

A teoria da deriva continental explica que o planeta Terra era formado por um único continente, a Pangeia, que se fragmentou e deu origem aos seis continentes hoje conhecidos.

Ilustração mostrando o que é explicado pela teoria da deriva continental. A teoria da deriva continental explica que os continentes que conhecemos já estiveram unidos no passado geológico, formando a Pangeia.

Deriva Continental é uma teoria que explica como os continentes que caracterizam a superfície terrestre chegaram até as suas posições atuais. Desenvolvida pelo geofísico e meteorologista alemão Alfred Wegener no início do século XX, essa teoria diz que as terras emersas do planeta Terra formavam um único supercontinente no passado, chamado Pangeia. Com o passar do tempo geológico, esse supercontinente se fragmentou e as massas menores de terra foram se afastando até resultar na atual disposição dos continentes.

À época da sistematização dessa teoria, o mecanismo que causava esse processo ainda não era conhecido. Foi somente a partir da década de 1960, com o aperfeiçoamento das ferramentas de pesquisa de campo, que houve a constatação da divisão da litosfera em placas tectônicas e o entendimento de que elas se moviam sobre o magma, material que constitui o manto terrestre.

Leia também: Quais são as eras geológicas do planeta Terra?

Resumo sobre a deriva continental

  • Deriva continental é uma teoria que foi sistematizada por Alfred Wegener em 1912.

  • Com base na configuração da superfície terrestre, essa teoria diz que todos os continentes antes se agrupavam em uma única massa de terra emersa: a Pangeia.

  • A Pangeia era banhada pelo oceano Pantalassa.

  • O supercontinente Pangeia se fragmentou e as massas de terra foram se separando gradativamente, originando Laurásia (Hemisfério Norte) e Gondwana (Hemisfério Sul).

  • Por um mecanismo desconhecido por Alfred Wegener, a fragmentação dos supercontinentes continuou e houve o seu afastamento.

  • Com o tempo, os seis continentes se formaram e ocuparam as suas posições atuais.

  • O possível encaixe notado por Wegener entre o litoral da América do Sul e da África, os fósseis semelhantes e rochas e minerais em comum entre diferentes continentes são evidências da deriva continental.

  • A modernização das ferramentas de pesquisa e a continuidade dos estudos da estrutura do planeta Terra levaram à descoberta das placas tectônicas.

  • A partir de 1960, foi possível explicar o mecanismo de deriva dos continentes (fragmentação e afastamento) por meio das placas tectônicas, que se movem sobre o magma terrestre.

O que é a deriva continental?

A deriva continental é uma teoria que explica como os seis continentes chegaram até a posição em que eles se encontram hoje em dia. Não somente isso, mas a deriva continental também analisa o formato desses continentes e identifica todas as correlações existentes (geológica, geomorfológica e até mesmo biológica) entre essas enormes massas de terra emersa que caracterizam o ordenamento da superfície do planeta Terra.

Origem da teoria da deriva continental

Alfred Wegener foi o responsável por sistematizar os estudos sobre a disposição dos continentes na teoria da deriva continental.

A teoria da deriva continental foi desenvolvida por Alfred Wegener (1880-1930), geofísico e meteorologista alemão que se dedicou ao estudo dos continentes e dos polos terrestres.

Muito embora Wegener tenha sido o responsável por sistematizar o pensamento acerca do processo de evolução dos continentes, existiram outros teóricos e pesquisadores no meio acadêmico que estudavam as mesmas questões.

Então, podemos dizer que, antes de Wegener, outros pesquisadores já pensavam sobre a disposição dos continentes. Um desses pesquisadores foi Abraham Ortelius (1527-1598), geógrafo e cartógrafo nascido na Bélgica que identificou a semelhança entre o desenho dos continentes e notou que essas formas se encaixavam de alguma maneira. Foi a partir de uma percepção semelhante que Alfred Wegener sistematizou a teoria da deriva continental.

Causas da deriva continental

A teoria da deriva continental foi baseada em evidências empíricas coletadas por Alfred Wegener durante suas viagens de campo, viagens essas que proporcionaram a ele a identificação de uma série de elementos que sugeriam que os continentes, antes de estarem distribuídos como estão atualmente, já formavam uma única massa emersa sobre a Terra.

Na época, entretanto, Wegener não foi capaz de comprovar o mecanismo ou a força que fez com que esse bloco único de terra se rompesse e se separasse. As causas da deriva continental foram mais bem explicadas apenas a partir da década de 1960, com o aprofundamento dos estudos acerca da crosta terrestre e do interior do nosso planeta. Esse processo foi auxiliado pelo desenvolvimento de novos equipamentos, que tornaram capaz a observação do assoalho oceânico.

Mediante o uso de novas ferramentas de pesquisa, constatou-se que, em determinados pontos do planeta Terra, o assoalho dos oceanos estava se expandindo. A partir disso, os cientistas desenvolveram a teoria da tectônica de placas e conseguiram identificar o que causava o movimento dos continentes: as correntes de convecção que se formam no manto terrestre, material pastoso que está presente abaixo da crosta terrestre. Essa seria, portanto, a causa da deriva dos continentes.

Características da deriva continental

Teoria da deriva continental.
Segundo a teoria da deriva continental, a Pangeia começou a se fragmentar há 225 milhões de anos e deu origem aos continentes modernos.

A teoria da deriva continental foi esquematizada por Alfred Wegener no ano de 1912, portanto ainda no início do século XX. Tomando como referência a forma dos continentes, Wegener concluiu que todas as terras emersas da litosfera terrestre compunham um único continente no passado geológico. Esse continente ficou conhecido como Pangeia e teria se formado há 225 milhões de anos, na Era Paleozoica. A Pangeia era banhada por um único oceano, que foi chamado de Pantalassa.

Por meio de um mecanismo desconhecido por Wegener, a Pangeia começou a se fragmentar e finalmente se dividiu em dois continentes, já na Era Mesozoica: Laurásia e Gondwana, respectivamente ao norte e ao sul. A continuidade da fragmentação e separação das terras emersas, ao longo de milhões de anos, resultou na abertura dos oceanos e na formação de um maior número de continentes, totalizando seis blocos emersos de terra.

Sabe-se que a superfície do planeta Terra adquiriu a sua atual configuração, especialmente no que tange à distribuição dos continentes, no início da Era Cenozoica, há 65,5 milhões de anos. Apesar disso, a litosfera está em constante processo de reordenamento por conta do movimento das placas tectônicas sobre o magma, ainda que esse movimento seja imperceptível aos seres humanos. Assim, a deriva dos continentes é um fenômeno em andamento.

Evidências da deriva continental

A teoria da deriva continental foi desenvolvida com base em evidências de diversas naturezas levantadas e identificadas por Alfred Wegener em seus estudos e durante as viagens de campo que realizou para a coleta de informações. As evidências em que Wegener se baseou para compor a deriva continental foram:

  • A forma do continente África e do sub-continente América do Sul, que são complementares, isto é, que parecem se encaixar. Essa foi uma das primeiras evidências que levaram a crer que, em algum momento no passado geológico, essas áreas eram, na verdade, uma única massa de terra.

  • Fósseis semelhantes em países pertencentes a continentes distintos. Os remanescentes fossilizados da mesma espécie foram observados em áreas separadas por centenas de quilômetros de distância pelos oceanos, indicando que se tratava de áreas contíguas por onde esses animais transitavam e onde as plantas cresciam.

  • Formações geomorfológicas e registros de rochas e minerais que ocorrem em locais distantes ao mesmo tempo, indicando contiguidade no passado geológico.

Deriva continental e as placas tectônicas

A litosfera terrestre se divide em placas tectônicas, imensos blocos de terra em que se formam o assoalho oceânico e os continentes.

A teoria da deriva continental foi um passo muito importante para o desenvolvimento de novos estudos acerca da litosfera e do interior do planeta Terra, como a teoria da tectônica de placas. Foi a combinação entre o aprofundamento das pesquisas sobre o tema e o advento de novas ferramentas de captação de dados, mais modernas e com maior capacidade técnica, que levou à constatação da existência das placas tectônicas.

Placas tectônicas são imensos blocos de rocha que constituem a litosfera terrestre e onde são formados os continentes, as plataformas continentais e o assoalho oceânico. Essas placas ficam apoiadas sobre o magma, rocha em estado pastoso em que se formam correntes de convecção do magma. Tais correntes de convecção são as responsáveis por deslocar as placas tectônicas, o que provoca o rearranjo dos continentes na superfície terrestre no decorrer do tempo geológico. Para saber mais sobre as placas tectônicas, clique aqui.

Exercícios resolvidos sobre deriva continental

Questão 1

(Udesc) A Teoria da Deriva dos Continentes foi enunciada pelo cientista alemão Alfred Lothar Wegener, em 1912. Segundo esse autor a Terra teria sido formada inicialmente por um único e enorme supercontinente que foi se fragmentando e se deslocando continuamente desde o período Mesozoico, como se fosse uma espécie de nata flutuando sobre um magma semilíquido e passeando em diferentes direções.

Assinale a alternativa que contém o nome com o qual foi batizado este supercontinente inicial.

A) Gaia

B) Placas Tectônicas

C) Folhelhos de Wegener

D) Riftis

E) Pangeia

Resolução:

Alternativa E.

O supercontinente que caracterizava a superfície terrestre inicialmente foi batizado de Pangeia, segundo a teoria da Deriva Continental.

Questão 2

(Unesp) O processo que gerou a atual configuração dos continentes na superfície do planeta Terra resultou da fragmentação e do afastamento das terras emersas que, no princípio, constituíam um único bloco chamado Pangeia. Duas teorias tentam explicar esse processo. São elas:

A) a das placas tectônicas e a da descontinuidade de Mohorovicic.

B) a da deriva continental e a da descontinuidade de Gutemberg.

C) a das placas tangenciais e a das placas continentais.

D) a das placas tectônicas e a da deriva continental.

E) as das descontinuidades de Mohorovicic e de Gutemberg.

Resolução:

Alternativa D.

O processo de fragmentação da Pangeia e de afastamento dos continentes é explicado pela teoria das placas tectônicas e pela deriva continental, sendo essa última desenvolvida antes da constatação da ocorrência do tectonismo.

Fontes

IBGE. A Terra: Formação dos continentes. In: IBGE. Atlas Escolar (Internet). Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/a-terra/formacao-dos-continentes.

LABORATÓRIO DE PALEOMAGNETISMO. Deriva Continental. IAG/USP, [s.d.]. Disponível em: https://paleomagnetismo.iag.usp.br/?q=content/deriva-continental-0.

TEIXEIRA, Wilson.; FAIRCHILD, Thomas Rich.; TOLEDO, Maria Cristina Motta de; TAIOLI, Fabio. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo, SP: Companhia Editora Nacional, 2009, 2ª ed.

TEIXEIRA, Wilson. A Deriva Continental e o legado de Wegener. Tópico 4 – Tectônica global (Licenciatura em Ciências). USP/UNIVESP Disponível em: https://midia.atp.usp.br/impressos/lic/modulo02/geologia_PLC0011/geologia_top04.pdf.

Por Paloma Guitarrara

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