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Consequências da escravidão no Brasil

São muitas as consequências da escravidão no Brasil para a nossa sociedade, como a violência, o preconceito, o racismo e a pouca valorização do trabalho manual.

Pintura mostrando um mercado de escravos no Rio de Janeiro, produzida por volta de 1820. Pintura mostrando um mercado de escravos no Rio de Janeiro, produzida por volta de 1820.

As consequências da escravidão para o Brasil atual são muitas. A escravidão foi proibida através de uma lei, assinada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888. Mas a lei não muda, por exemplo, a forma de as pessoas pensarem. Por esse motivo, o racismo, por exemplo, ainda existe no Brasil. Embora isso seja considerado crime, muitas pessoas cometem atos racistas, muitas vezes porque foram ensinadas a serem racistas.

Além do racismo, diversas outras consequências da escravidão ainda existem no nosso país, como a violência presente na nossa sociedade e a aversão por parte da população por trabalhos manuais e que exigem esforço físico.

Leia também: A vida dos escravizados após a Lei Áurea

Resumo sobre as consequências da escravidão no Brasil

  • Muitas foram as consequências da escravidão no Brasil, parte das quais perduram na sociedade brasileira ainda hoje.
  • Após a abolição não houve por parte do Estado brasileiro qualquer iniciativa para inserir os libertos à sociedade e economia nacional.
  • A violência é uma das principais características da escravidão. Hoje o Brasil é um dos países mais violentos do mundo.
  • O racismo e o preconceito são outras consequências da escravidão no Brasil.
  • A escravidão gerou grande riqueza para famílias que eram proprietárias de escravos.
  • Após a abolição da escravidão muitos libertos foram para as ruas sem qualquer recurso econômico para conseguir sobreviver.

Quais as consequências da escravidão no Brasil?

  • Violência: a primeira consequência da escravidão no Brasil é a violência que marca a sociedade do nosso país. Atualmente são assassinadas todos os anos aproximadamente 50 mil pessoas no nosso país. Durante a escravidão a violência física foi a principal forma de punição ao escravo, sendo o Brasil um país de torturados e torturadores. Na atualidade a população negra ainda é a que mais sofre com a violência. Segundo a Rede de Observatórios de Segurança, em 2020 foram mortas pela polícia, em seis estados brasileiros analisados, 2653 pessoas, das quais 82,7% eram negras ou pardas.
Tela mostra um escravizado apanhando de chicote e preso a um tronco.
A violência foi uma das principais características da época da escravidão. Ainda hoje nosso país é um dos mais violentos do mundo.
  • Preconceito e o racismo: estes também são consequências, em grande parte, do período escravocrata brasileiro. Para legitimar a escravidão, diversas teorias e discursos racistas foram utilizados, muitos deles permanecendo vivos na sociedade brasileira. Uma pesquisa realizada pela consultoria Trilhas de Impacto concluiu que 86% das mulheres negras entrevistadas sofreram casos de racismo em empresas nas quais já trabalharam. Todas as mulheres entrevistadas na pesquisa tinham nível superior de ensino. A pesquisa mostra que as mulheres negras sofrem racismo, não importando seu nível educacional.
  • Aversão a trabalhos manuais: durante a escravidão os escravos realizavam quase todos os trabalhos manuais que exigiam grande esforço, como carregar cargas pelas estradas do país, realizar o trabalho doméstico, carregar a bagagem de seus senhores e muitas outras. Realizar qualquer trabalho manual, que exigia esforço físico, era malvisto por parte da elite brasileira. Ainda hoje existe preconceito com trabalhadores que exercem atividades que exigem esforço físico.

O que aconteceu com os escravos após o fim da escravidão?

Quando a escravidão foi proibida no Brasil, em 13 de maio de 1888, foram libertadas da escravidão aproximadamente 700 mil pessoas. Esses indivíduos e a população negra não foram inseridos na sociedade brasileira após a liberdade, continuando a maior parte dessa população sem acesso à educação, saúde e bons empregos.

Muitos libertos, com a abolição da escravidão, foram embora das fazendas onde trabalhavam apenas com a roupa do corpo, passando a viver de empregos com baixo salário e vivendo em locais com péssimas condições. Muitos passaram a viver de esmolas ou voltaram a trabalhar para seus senhores.

Apenas um ano após a abolição um grupo de libertos de Paty do Alferes, no Rio de Janeiro, enviou uma carta para Rui Barbosa, um importante político do período, afirmando que seus filhos viviam “imersos em profundas trevas”, e reivindicaram educação para suas crianças. Esse fato ilustra bem o que ocorreu no fim da escravidão.

Por outro lado, o trabalho escravo construiu fortuna para muitas famílias que eram donas de escravos, parte dessas famílias ainda possuem esse patrimônio, que foi passado de geração para geração. Este é um dos principais motivos de o Brasil ser um dos países mais desiguais do mundo.

Leia também: Como funcionava o tráfico de negros escravizados para o Brasil

Quanto tempo durou a escravidão no Brasil?

A escravidão no Brasil começou após a chegada de Pedro Álvares Cabral e de seus marinheiros. Os primeiros escravos do Brasil foram os indígenas, principalmente os que viviam no litoral. Por volta de 1530 os primeiros escravos provenientes da África chegaram em terras brasileiras, isso durou até 1888, quando a escravidão foi abolida.

Durante a escravidão milhões de africanos foram trazidos à força para o nosso país, sofrendo os horrores da escravidão. Esses africanos trouxeram com eles suas culturas, que influenciaram muito a cultura brasileira. Nossa língua, culinária, músicas, festas e diversas outras tradições e manifestações culturais são fortemente influenciadas pela cultura africana.

Fontes

MAMIGONIAN, Beatriz. Africanos livres: A abolição do tráfico de escravos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Ser escravo no Brasil: séculos XVI ao XIX. São Paulo: Editora Vozes, 2016.

SCHWARCZ, Lilia Moritz e GOMES, Flávio (orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Por Jair Messias Ferreira Junior

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