História

Origem dos termos Direita e Esquerda

Conheça a origem dos termos Direita e Esquerda na política e o que caracteriza cada um desses posicionamentos políticos.

Mulher com expressão preocupada ao lado de duas setas, uma virada para a direita e a outra para a esquerda.

Atualmente, pode-se observar com facilidade nos meios de comunicação de massa, como jornais, rádio e TV, ou mesmo em redes sociais, discussões acaloradas e viscerais a respeito de posicionamento político, o que envolve a opção entre “direita” ou “esquerda”.

Você pode até não saber qual é a origem desses termos e o que exatamente eles indicam, mas certamente tem uma vaga noção. Pois bem, para que isso fique bem explicado, é necessário nos reportarmos à França do ano de 1789, na ocasião em que estava sendo deflagrada a famosa Revolução Francesa.

Como surgiu os termos “direita” e “esquerda”?

O filósofo inglês Roger Scruton, em sua obra “Os Pensadores da Nova Esquerda”, assinala o seguinte:

O uso moderno do termo 'esquerda' deriva da Assembleia dos Estados Gerais de 1789, quando, na França, a nobreza sentou-se à direita do rei, e o Terceiro Estado, à sua esquerda. Poderia ter sido o contrário. Na verdade, era o contrário para todo o mundo, menos para o rei. Contudo, os termos 'esquerda' e 'direita' permanecem conosco e são agora aplicados a facções e opiniões em toda ordem política.” [1]

A Assembleia dos Estados Gerais foi instituída com o objetivo de decidir os rumos da França após o turbilhão de revoltas que sacudiu o país em 1789. Os lados à esquerda e à direita do rei passaram, com o tempo, a simbolizar posturas políticas associadas às figuras que ocuparam tais lados, isto é, radicais e revolucionários à esquerda, e conservadores e moderados à direita. Desses posicionamentos, como bem diz Scruton, até hoje ainda permanecem os ecos nas discussões entre as facções políticas simpatizantes de uma ou de outra corrente.

Ideologias associadas à “direita” e “esquerda”

É necessário também entender quais foram os desdobramentos da perspectiva revolucionária de ideologias como o comunismo (idealizado por Karl Marx), o anarquismo (que tem como um dos principais expoentes o russo Mikhail Bakunin) e o sindicalismo, que estão associadas à esquerda; bem como de ideologias de cunho autoritário, como os nacionalismos da virada do século XIX para o século XX, que alguns autores tradicionalmente associam à direita. Entre os ideólogos desses nacionalismos, estão figuras como Charles Maurras e Donoso Cortez.

Há ainda o problema do nazismo e do fascismo, que, mais do que tudo, foram movimentos políticos coletivistas e totalitários, mas são identificados pelos intelectuais de esquerda como movimentos de direita e por intelectuais de direita como movimentos de esquerda. Essa troca de acusações permeou muitas discussões ao longo do século XX. Esses debates iam desde a perspectiva econômica até a postura moral dos líderes que representaram cada uma dessas denominações.

Principaos teóricos de “direita” e “esquerda”

O fato é que, para fugir das simplificações sobre essas concepções políticas, o melhor caminho é estudar o pensamento dos teóricos de cada lado, bem como analisar os fatos históricos ocorridos em regimes onde prevaleceram a perspectiva da direita e a perspectiva da esquerda.

Entre os principais teóricos de direita, estão Edmund Burke, Samuel Johnson, Russell Kirk, Adam Smith, Irving Babbit, Ortega y Gasset, Ludwig von Mises e Raymond Aron. Entre os pensadores de esquerda, encontram-se Karl Marx, Friedrich Engels, Mikhail Bakunin, Vladimir Lênin, Leon Trotsky, Errico Malatesta e Antonio Gramsci.


 

Por Cláudio Fernandes

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