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História de Goiânia

A cidade de Goiânia foi fundada em 24 de outubro de 1933, e sua fundação foi conduzida, pelo interventor Pedro Ludovico Teixeira, com o objetivo de ser a nova capital de Goiás.

Vista de cima da cidade de Goiânia. A cidade de Goiânia foi fundada, em 1933, para ser a nova capital de Goiás.[1]

A história da cidade de Goiânia começou em 24 de outubro de 1933, quando foi fundada, e a sua construção se deu com o objetivo de desenvolver uma nova capital para o estado de Goiás. A nova cidade foi construída para substituir a então capital Vila Boa, economicamente decante; para integrar Goiás com o Centro–Sul do país; e para enfraquecer as oligarquias que comandavam o estado.

A construção de Goiás foi iniciada por meio da decisão do interventor Pedro Ludovico Teixeira e foi um dos símbolos da Marcha para o Oeste. O projeto arquitetônico da cidade foi produzido por Attílio Corrêa e Armando de Godoi. A inauguração oficial da cidade aconteceu somente na década de 1940, e a nova capital de Goiás registrou um acelerado crescimento populacional.

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Resumo sobre história de Goiânia

  • A cidade de Goiânia, capital de Goiás, foi fundada em 24 de outubro de 1933.

  • Goiânia foi construída por decisão do interventor do estado Pedro Ludovico Teixeira.

  • Foi designada para ser a nova capital de Goiás, substituindo a antiga capital, Vila Boa (Cidade de Goiás).

  • A transferência da capital se deu porque Vila Boa era uma cidade economicamente decadente e havia o interesse de enfraquecer as oligarquias concentradas ali.

  • Sua construção foi considerada um dos acontecimentos mais importantes da Marcha para o Oeste.

Antecedentes da história de Goiânia

No começo do século XX, a capital do estado de Goiás era a cidade de Vila Boa (atualmente Cidade de Goiás), que sofria com sua decadência desde que o ciclo minerador perdeu força no estado. O enfraquecimento da capital fez com que a cidade passasse a sofrer com a concorrência econômica de outras cidades do estado que se desenvolviam por meio da agropecuária.

A estagnação econômica tornou-se um grande problema para Goiás, e isso motivou diversos governantes a proporem a transferência da capital para outro local, embora a ideia nunca tenha passado de uma especulação. Entre as sugestões de novos locais receber a capital de Goiás, estavam: Meia Ponte (atual cidade de Pirenópolis) e uma região próximo de Niquelândia.

A mudança da capital da cidade de Goiás só ganhou força com a Revolução de 1930 e a ascensão de Pedro Ludovico Teixeira, nomeado por Getúlio Vargas como interventor de Goiás. O novo governante de Goiás procurou conectar o estado com a região Centro–Sul, e, para isso, era inevitável que a transferência de capital ocorresse.

Como foi a fundação de Goiânia?

A cerimônia de inauguração de Goiânia aconteceu, em 1942, no Teatro Goiânia, símbolo da arquitetura goianiense.

Além da questão econômica, a transferência da capital para outro local do estado tinha um grande objetivo político. Esse objetivo era enfraquecer as famílias que formavam a oligarquia goiana, sobretudo a família Caiado. Tirar o centro de poder de Vila Boa e transferir essa estrutura para outro local poderia atingir a oligarquia no poder político em Goiás.

Sendo assim, o interventor procurou construir uma nova cidade para abrigar o fluxo populacional do estado, servindo-a como polo de desenvolvimento econômico de Goiás; e, ainda, enfraquecer seus opositores políticos. Para dar sequência a esse projeto, Pedro Ludovico estabeleceu uma equipe para encontrar o melhor local para a construção.

A possibilidade da transferência da capital de Vila Boa para outra cidade dividiu os vilaboenses entre aqueles que apoiavam a medida, aqueles que não a apoiavam e aqueles que poderiam concordar com a mudança desde que a cidade de Vila Boa mantivesse sua estrutura e não fosse abandonada pelo governo do estado.

A comissão formada a mando do interventor indicou as terras de algumas fazendas localizadas próximo do município de Campinas (hoje um bairro da cidade de Goiânia) como o local ideal para que a nova cidade fosse edificada. As fazendas eram Crimeia, Vaca Brava e Botafogo, margeadas pelo córrego Botafogo.

O decreto estadual nº 3359 para a escolha das terras foi emitido em 18 de maio de 1933. No dia 24 de outubro de 1933, a pedra fundamental da cidade de Goiânia foi lançada, e essa data é considerada a oficial de fundação da cidade. A partir daí, iniciaram-se os trabalhos para a construção da nova capital de Goiás.

Antes do lançamento da pedra fundamental de Goiânia, o interventor havia encarregado o arquiteto Attílio Corrêa Lima como responsável pela elaboração do projeto de fundação da nova cidade. O plano diretor da cidade foi assinado por Attílio Corrêa e por Armando de Godoy, e o projeto incluía a construção de três avenidas paralelas (Araguaia, Goiás e Tocantins), que levariam ao Palácio das Esmeraldas, em uma praça centralizada. Posteriormente, foi construída uma quarta avenida, chamada Paranaíba, que conectaria o Parque Botafogo ao antigo Aeroporto de Goiânia.

Em 2 de agosto de 1935, com o trabalho de construção já bastante avançado, o interventor anunciou, por meio do decreto estadual nº 327, a criação do município de Goiânia. À medida que a construção avançava, o interventor transferia toda a estrutura da administração pública de Vila Boa para Goiânia.

A inauguração oficial de Goiânia só aconteceu em 5 de julho de 1942, em cumprimento do decreto-lei nº 5.269, de 30 de janeiro de 1942. A inauguração teve um evento solene realizado no Teatro Goiânia, concretizando o projeto encabeçado por Pedro Ludovico Teixeira.

A construção e fundação de Goiânia foi parte do esforço da ditadura varguista Estado Novo no que ficou conhecido como Marcha para o Oeste, o programa de integração das regiões interioranas do país. O discurso da época também propagandeou a cidade de Goiânia como um símbolo de modernização de Goiás, dando início a uma nova fase política e econômica para o estado.

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Escolha do nome de Goiânia

A escolha do nome de Goiânia se deu por meio de um concurso realizado por um jornal chamado O Social. O concurso, lançado em 1933, convocava os leitores a escolherem o nome da nova capital com base em duas opções:

  • Petrônia, em homenagem ao interventor Pedro Ludovico Teixeira;

  • Goiânia, nome sugerido pelo professor Alfredo de Faria Castro.

Na ocasião, o nome vencedor do concurso foi Petrônia, obtendo mais de 100 votos. Apesar disso, o interventor optou pela escolha de Goiânia mesmo, oficializando o nome no já citado decreto estadual nº 327. O professor Alfredo de Castro justificou que o nome foi extraído do termo tupi goyanna, que significa “terra de muitas águas”, isso porque a cidade foi construída em uma região com muitos mananciais e córregos.

A expansão de Goiânia

A cidade de Goiânia foi projetada para abrigar uma população de 50 mil habitantes, e, apesar de um crescimento moderado, já tinha cerca de 53 mil habitantes na década de 1950. A construção de Brasília e as obras viárias que interligavam o interior do Brasil ao litoral permitiram que Goiânia experimentasse um crescimento populacional acelerado a partir da década de 1960.

Novos bairros surgiram a partir da década de 1960, e a cidade ganhou importantes universidades, além de ver sua população aumentar significativamente. Nessa década, a cidade já tinha mais de 150 mil habitantes, demandando melhorias na infraestrutura. Assim, surgiram novas escolhas, os meios de transporte precisaram ser melhorados, a demanda energética aumentou e até um novo aeroporto foi construído.

O crescimento urbano fez com que fosse estabelecida a Região Metropolitana de Goiânia, chegando à população de 700 mil habitantes na década de 1980. O crescimento urbano de Goiânia seguiu-se pelas décadas seguintes, com os loteamentos se multiplicando pela cidade. Segundo dados do Censo de 2022, Goiânia alcançou a população de 1.437.237 de habitantes, fazendo da capital de Goiás a 10ª cidade com o maior número de habitantes.

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Curiosidades sobre a história de Goiânia

  • Em 1987, a cidade de Goiânia foi palco do maior acidente radiológico da história, quando uma cápsula de césio-137 foi aberta, espalhando radioatividade por pontos específicos da capital.

  • Goiânia foi considerada uma das cidades mais desiguais do mundo, segundo um relatório da ONU.

  • A casa onde residiu Pedro Ludovico Teixeira é um patrimônio estadual de Goiás, servindo como museu atualmente.

  • Goiânia possui um dos maiores acervos de arquitetura Art Déco do mundo.

Créditos da imagem

[1]Erich Sacco e Shutterstock

Fontes

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE GOIÁS. Última postagem da campanha Nossa História conta curiosidades do processo sobre a escolha do nome de Goiânia. Disponível em: https://portal.al.go.leg.br/noticias/121589/ultima-postagem-da-campanha-nossa-historia-conta-curiosidades-do-processo-sobre-a-escolha-do-nome-de-goiania

CASA CIVIL DE GOIÁS. História da cidade de Goiânia. Disponível em: https://www.casacivil.go.gov.br/sobre-goias/criacao-dos-municipios.html?view=article&id=644:goiania&catid=157

IBGE. Goiânia. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/goiania/panorama

MENDONÇA, Jales Guedes Coelho. Mudancismo condicionado: construir sem destruir. In.: OLIVEIRA, Eliézer Cardoso de e COSTA, Thalles Murilo Vaz. História. Goiânia: Edições Goiás + 300, 2022, pp. 231-240.

PIRES, Jacira Rosa e CORDEIRO, Narcisa de Abreu. Cidade de Goiás e Goiânia: capitais do Estado de Goiás. In.: BARBO, Lenora de Castro e CURADO, João Guilherme da Trindade. Memória e Patrimônio. Goiânia: Edições Goiás + 300, 2022, pp. 141-160.

PREFEITURA DE GOIÂNIA. História de Goiânia. Disponível em: https://www.goiania.go.gov.br/sobre-goiania/historia-de-goiania/#:~:text=Em%2024%20de%20outubro%20de,anos%20da%20revolu%C3%A7%C3%A3o%20de%201930.

SILVA, José Fábio da. Dois golpes, duas consequências: Goiás, do Estado Novo ao Golpe de 1964. In.: OLIVEIRA, Eliézer Cardoso de e COSTA, Thalles Murilo Vaz. História. Goiânia: Edições Goiás + 300, 2022, pp. 241-256.

Por Daniel Neves Silva

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