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Revolução de 1930

Clique no link e tenha acesso a informações que narram os principais acontecimentos da Revolução de 1930, responsável pelo fim da Primeira República.

Getúlio Vargas foi empossado como presidente brasileiro após a vitória da Aliança Liberal na Revolução de 1930 Getúlio Vargas foi empossado como presidente brasileiro após a vitória da Aliança Liberal na Revolução de 1930

A Revolução de 1930 foi uma revolta civil e militar que se iniciou em 3 de outubro de 1930 e resultou na deposição de Washington Luís da presidência do Brasil. Além disso, a Revolução de 1930, como foi nomeada na época, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes, o que colocou fim ao período conhecido como Primeira República. Após a Revolução de 1930, Getúlio Vargas foi empossado como presidente provisório do Brasil.

Antecedentes

A crise política que causou o fim da Primeira República brasileira estava diretamente relacionada com a campanha eleitoral de 1930. O Brasil no período da Primeira República tinha o arranjo político controlado pelas oligarquias regionais, que determinavam as escolhas políticas e a sucessão presidencial.

No final da década de 1920, o presidente brasileiro era Washington Luís, político que representava os interesses políticos do estado de São Paulo. Segundo o acordo político existente entre as oligarquias paulista e mineira, o próximo presidente seria um candidato que representasse os interesses de Minas Gerais.

A sucessão presidencial naquele período acontecia basicamente a partir da confirmação da escolha do sucessor pelo presidente empossado, uma vez que as eleições eram forjadas para refletir a vontade do presidente e os interesses das oligarquias hegemônicas. A estabilidade política que havia marcado o governo de Washington Luís teve fim quando ele resolveu quebrar esse pacto.

Conforme mencionado, Washington Luís deveria ter escolhido um representante mineiro para sua sucessão. O sucessor mais indicado naquele momento era o presidente do estado de Minas Gerais Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, porém, em 1928, durante uma cerimônia política, Washington Luís apresentou Júlio Prestes como seu provável sucessor.

A partir desse momento, Antônio Carlos passou a liderar as conspirações contra Washington Luís e a oligarquia paulista. Essa conspiração foi intensificada quando o nome de Júlio Prestes foi confirmado como sucessor pelo presidente em 1929. Antônio Carlos articulou-se politicamente com as oligarquias do Rio Grande do Sul e da Paraíba, além de se aliar com os tenentistas. Juntos, lançaram a Aliança Liberal, que colocou Getúlio Vargas e João Pessoa como candidatos aos cargos de presidente e vice, respectivamente.

Eleições de 1930


O presidente Washington Luís enfureceu a oligarquia mineira depois que quebrou o pacto que havia entre SP e MG*

A disputa eleitoral entre as duas candidaturas para a presidência foi bastante acirrada. Desde as eleições disputadas entre Hermes da Fonseca e Rui Barbosa, em 1910, o Brasil não presenciava uma disputa assim. A Aliança Liberal, apesar de ser composta por três oligarquias poderosas, apresentava um “novo projeto político” para a população, diferente do velho projeto oligárquico.

A Aliança Liberal defendia o desenvolvimento econômico do Brasil a partir da diversificação da economia, sobretudo a partir do desenvolvimento industrial. Para isso, criticavam, principalmente, a dependência excessiva do café e a política de controle do seu preço no mercado internacional. Além disso, defendiam a implantação do voto secreto como forma de combater as fraudes eleitorais praticadas pelas oligarquias.

Outras causas importantes defendidas pela Aliança Liberal eram a defesa de um debate que discutisse a questão dos direitos sociais e trabalhistas no Brasil. Esse ponto era extremamente importante, uma vez que os movimentos trabalhistas fortaleceram-se no período 1910-1930 e, além disso, funcionava como crítica a Washington Luís, que reprimia ferrenhamente os movimentos sociais. A Aliança Liberal também defendia a anistia para os tenentistas.

Após meses de campanha eleitoral, o que caracterizou as eleições de 1930 foram as velhas práticas da política do período de fraude eleitoral. Júlio Prestes venceu as eleições com aproximadamente 1,1 milhão de votos, e Getúlio Vargas recebeu aproximadamente 750 mil votos. As fraudes eleitorais foram realizadas pelos dois lados, mas, no final, prevaleceu o poder dos cafeicultores paulistas.

Revolução de 1930

Após ser derrotado nas eleições, Getúlio Vargas retornou ao seu cargo de presidente de estado do Rio Grande do Sul e iniciou a reaproximação com a oligarquia paulista. No entanto, muitos membros da Aliança Liberal não aceitaram a derrota e, secretamente, passaram a conspirar para encontrar uma forma de alcançar o poder.

As conspirações foram realizadas, principalmente, por líderes políticos jovens que ambicionavam crescer na política longe da influência das velhas figuras que controlavam a política do Brasil. Esse grupo passou a apoiar uma alternativa de tomada do poder pelas armas e recebeu forte apoio dos tenentistas que haviam aderido à Aliança Liberal. Sobre os tenentistas, as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling afirmam:

O grupo de oficiais subalternos, remanescentes das intervenções militares dos anos 1920, estava ferido nos seus brios, buscava o poder que não conseguira desde a Proclamação da República e não se sentia disposto a deixar esse poder escapar sem luta. Os tenentes possuíam experiência militar, eram idealistas, politicamente inquietos, gozavam da admiração da tropa e de simpatia entre setores médios da população e a massa de trabalhadores urbanos. Além disso, havia, no grupo, um punhado de jovens oficiais capacitado a aliar a influência dentro e fora dos quartéis com a condução militar da rebelião pretendida pelos três estados dissidentes – Juarez Távora, Siqueira Campos, Eduardo Gomes, João Alberto, Miguel Costa, Agildo Barata, Juracy Magalhães|1|.

Os boatos de que uma conspiração estava sendo realizada no Brasil espalharam-se por todas as partes. Além disso, as forças dissidentes passaram a adquirir armamentos clandestinamente. No entanto, faltava um fator que mobilizasse os grupos de oposição e os desse ânimo para o confronto. Esse estopim ocorreu no dia 26 de julho de 1930.

Nesse dia, o vice da chapa de Getúlio Vargas, João Pessoa, presidente do estado da Paraíba, foi assassinado por João Dantas, um advogado paraibano, em uma confeitaria na cidade de Recife. As motivações para o crime foram uma disputa política travada entre João Pessoa e a família de João Dantas. Houve também motivações pessoais, pois João Pessoa havia divulgado cartas íntimas de João Dantas com sua namorada, Anaíde Beiriz.

O assassinato de João Pessoa foi utilizado pelos opositores do governo, que acusaram de pronto Washington Luís. A partir daí, a articulação revolucionária ampliou-se e, no dia 3 de outubro de 1930, teve início a revolta da Aliança Liberal contra o governo de Washington Luís. Tropas foram mobilizadas em diferentes partes do Brasil: Sul, Sudeste e Nordeste.

Rapidamente, as tropas leais à Aliança Liberal conseguiram derrotar as tropas do governo no Nordeste, no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. O avanço das tropas da Aliança Liberal fez com que o presidente brasileiro, Washington Luís, fosse preso e destituído de sua função no dia 24 de outubro de 1930. Poucos dias depois, no dia 3 de novembro, Getúlio Vargas foi empossado como presidente brasileiro.

|1| SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 356.

*Créditos da imagem: MarkauMark e Shutterstock

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Por Daniel Neves Silva

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