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Faraó

O faraó era o governante do Egito na Antiguidade. Os faraós egípcios eram vistos como a encarnação do deus Hórus na Terra e considerados deuses vivos.

Busto da estátua do faraó Amenhotep III, em Londres, na Inglaterra. Os faraós egípcios usavam a arte para demonstrar seu poder. Na imagem, representação do faraó Amenhotep III.[1]

O faraó era o governante no Egito Antigo, figura de conexão entre o plano terreno e o divino e entre os próprios territórios do Egito. Seu governo era teocrático e o seu poder era político, religioso, jurídico, administrativo e militar. Ao longo de sua história, o Egito teve 31 dinastias de faraós. Dentre os faraós e rainhas mais recordados, destacam-se:  Menés, Amenófis IV, Tutâncamon, Ramsés II, Hatshepsut Tutmés III e a rainha Cleópatra.

Leia também: Afinal, qual é a história das dez pragas do Egito?

Resumo sobre faraó

  • Faraó era o nome que se dava ao governante no Egito Antigo.
  • O Egito teve 31 dinastias de faraós ao longo de sua história.
  • O primeiro faraó do Egito Antigo foi Menés, que unificou as nomos do Alto e do Baixo Egito por volta do ano 3000 a.C.
  • O faraó era visto um “deus vivo”, seu poder estava pautado na religiosidade e era reforçado por meio da crença na imortalidade da alma.
  • O faraó utilizava a arquitetura e a arte para mostrar a grandiosidade do seu poder.
  • Ele controlava o uso da água, da terra, a produção agrícola e determinava as construções de obras públicas, como templos, palácios, esculturas e canais de irrigação.
  • Os faraós Menés, Amenófis IV, Tutâncamon, Ramsés II, Hatshepsut, Tutmés III e a rainha Cleópatra são alguns dos mais conhecidos da história do Egito Antigo.

Quem eram os faraós?

Faraó era a autoridade que governava o Egito Antigo, seu poder era político, religioso, jurídico, administrativo e militar. Ele era visto como a encarnação do deus Hórus na Terra, sendo considerado um “deus vivo”, e a sua palavra tinha força de lei. Dono de todo o território egípcio, ele governava a população com o auxílio da nobreza e de funcionários públicos como conselheiros, sacerdotes e escribas.

O faraó tinha o governo teocrático, ou seja, governo cujo poder emana de uma divindade. Seus símbolos eram o cetro, que representava o poder, e a dupla coroa, que mostrava a união entre o Alto e o Baixo Egito.

História dos faraós

O Egito teve 31 dinastias de faraós ao longo de sua história, em três períodos históricos: Antigo Império (3200 a.C. a 2300 a.C), Médio Império (2055 a.C. a 1650 a.C.) e Novo Império (1500 a 1085 A.c.). Suas nomos foram unificadas por volta do ano 3000 a.C, sob o governo de Menés, que é considerado por vários historiadores como o primeiro faraó. É importante citar que alguns documentos históricos atribuem o nome de Narmer (tradução grega) para Menés.

O faraó era uma figura de conexão entre o plano terreno e o divino, e entre os próprios territórios do Egito. Dentre os faraós e rainhas faraós mais recordados da história, destacam-se:  o faraó Amenófis IV e sua esposa Nefertiti; o faraó menino Tutâncamon; o faraó Ramsés II; a rainha Hatshepsut, exaltada como filha do deus Amon; o faraó Tutmés III, conhecido como o “Napoleão do Egito Antigo”; e a rainha Cleópatra.

Veja também: Anúbis — divindade egípcia dos mortos e da mumificação

Qual o poder dos faraós?

O poder dos faraós estava pautado na religiosidade, uma vez que eram vistos como deuses vivos. No Egito Antigo, a religiosidade estava presente em vários aspectos do cotidiano. Com a crença politeísta em deuses que poderiam assumir aspectos antropomórficos, zoomórficos e antropozoomórficos, os egípcios também percebiam o faraó como filho de Rá e como a encarnação do deus Hórus, deuses relacionados ao Sol.

Os faraós utilizavam a arquitetura e a arte para mostrar a grandiosidade e força do seu poder. Nesse aspecto, foram construídos diversos monumentos fúnebres, como mastabas e pirâmides, bem como templos religiosos, esculturas e pinturas.

Dentre as construções realizadas, as mais famosas são as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, sendo que a primeira é considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Além das pirâmides, a esfinge de Gizé, construída durante o governo do faraó Quéfren (2575-2465 a.C.), também é um monumento conhecido mundialmente.

As pirâmides e a esfinge de Gizé são símbolos do poder dos faraós egípcios.

A escrita também foi utilizada como forma de registro da história dos faraós, decoração dos monumentos e demonstração de poder, sendo as mais conhecidas as escritas hieroglífica, hierática e a demótica.

Qual era a função dos faraós?

O faraó exercia a sua função de chefe de Estado e líder religioso, em uma monarquia teocrática. Considerado um deus vivo, concentrava os poderes político, econômico, social, administrativo, jurídico e militar em suas mãos. 

Também controlava o uso da água, da terra, a produção agrícola e determinava as construções de obras públicas, como templos, palácios, esculturas e canais de irrigação. Além disso, recebia os impostos pagos pela população, fato que possibilitava o aumento da sua riqueza e poder.

Como era a vida dos faraós?

O faraó tinha uma vida luxuosa, podendo ter dois ou mais palácios repletos de móveis de cetro recobertos de uma fina camada de ouro, recebia cerimônias em sua homenagem, sua alimentação era farta, vestia-se com roupas de linho, ornamentava-se com joias de ouro e pedras preciosas, fazia uso de óleos e poderia ter várias esposas, entretanto somente a primeira receberia o título de rainha.

O seu poder era reforçado por meio da religiosidade e da crença na imortalidade da alma. Visando à preservação do corpo, o processo de mumificação do faraó era bem mais elaborado do que das demais camadas sociais, acompanhado das construções funerárias, tais como as pirâmides.

A figura do faraó também era exaltada nos papiros egípcios.

Como forma de imortalizar os seus feitos e homenagear as divindades, os faraós ordenavam as construções de grandes templos. A escrita hieroglífica e a arte eram utilizadas para representar aspectos políticos, sociais, culturais e econômicos de suas vidas, além de homenageá-los. Quando o faraó saía em público, usava uma liteira para que pudesse ser identificado pela população.

Quais os faraós mais famosos da história?

→ Amenófis IV e sua esposa Nefertiti

Um dos governantes egípcios mais recordados da história é o faraó da 18ª dinastia, Amenófis IV (1388-1335 a.C.), que tentou instituir o monoteísmo no Egito Antigo, por meio da imposição do deus Aton (disco solar) como o único deus, alterando o seu nome para Akhenaton (aquele que adora Aton).

Mandou construir templos em várias cidades egípcias e em Karnak, homenageando a sua esposa Nefertiti com quatro estátuas colossais. Além disso, Amenófis foi o pai de Tutancâmon, o faraó menino, que conseguiu ficar ainda mais famoso do que o seu pai na historiografia atual.

→ Tutancâmon

Máscara funerária do faraó Tutancâmon em exibição no Museu do Cairo, no Egito.

A fama de Tutancâmon, não se deve aos seus grandes feitos na Antiguidade, pois morreu com apenas 18 anos de idade, tendo pouco tempo de governo. Em sua tumba, no Vale dos Reis, o pesquisador inglês Howard Carter e sua equipe encontraram vários tesouros, tais como vasos, carruagens, esquifes, esculturas, o sarcófago e o trono do faraó esculpido em madeira e recoberto de ouro. A descoberta tornou conhecido o nome do faraó.

→ Ramsés II

O faraó Ramsés II, que reinou entre 1279 a.C. e 1213 a.C., teve o seu governo marcado pela construção de grandes monumentos, tais como o templo Abu Simbel. Em 1968, durante a construção da barragem de Assuã no Egito, o templo de Abu Simbel, que possui aproximadamente 20 metros de altura, teve suas rochas cortadas em grandes blocos e foi transferido para outro local acima do nível da água da represa. A sua transferência teve o apoio da Unesco e cooperação internacional.

→ Rainha Hatshepsut

A rainha Hatshepsut, exaltada como filha do deus Amon, que reinou de 1511 a.C. a 1480 a.C, ficou conhecida e lembrada por meio da construção do templo mortuário de Deir el-Bahari, Tebas Ocidental, próximo às regiões do Vale dos Reis e Vale das Rainhas.

O grande templo mortuário da rainha Hatshepsut, em Deir el-Bahari, no Egito.[2]

→ Tutmés III

O faraó Tutmés III, filho de Tutmés II e sobrinho-enteado da rainha Hatshepsut, governou o Egito entre 1479 a.C. e 1425 a. C., é conhecido como “o Napoleão do Egito Antigo”, devido às numerosas vitórias militares durante o seu reinado.

→ Rainha Cleópatra

Dentre os governantes mais proeminentes do Egito Antigo, destacou-se uma mulher: a rainha Cleópatra. Filha de Ptolomeu XII, Cleópatra governou o entre os anos de 51 a.C. e 30 a.C., e ficou conhecida por sua sabedoria, habilidade política e beleza. Além disso, sua trajetória também foi marcada pelo envolvimento com os governantes romanos Júlio César, do primeiro triunvirato romano, e Marco Antônio, do segundo triunvirato, bem como pelo seu fim trágico por meio de suicídio.

  • Videoaula sobre Cleópatra

Curiosidades sobre os faraós

  • As imagens da rainha Hatshepsut encontradas no complexo de templos e tumba em Deir el-Bahari, Luxor, no Egito, mostram que a rainha sofreu tentativas de apagamento da memória na Antiguidade.
  • Em 1898, foi encontrada, pelo pesquisador britânico James Quibell, a Paleta de Narmer, objeto de 63 cm. O seu relevo provavelmente representa a unificação do Alto e do Baixo Egito pelo seu primeiro faraó, Ménes.
  • Em 1968, durante a construção da barragem de Assuã no Egito, o templo de Abu Simbel, construído durante o governo do faraó Ramsés II, foi transferido para outro local acima do nível da água da represa. A sua transferência teve o apoio da Unesco e cooperação internacional.
  • A múmia do faraó Tutmés III, considerado o “Napoleão do Egito”, foi encontrada com múmias de faraós em um esconderijo em Deir el-Bahari, no final do século XIX.
  • Décadas após a abertura da tumba do faraó Tutancâmon, em 1922, o fungo Aspergillus niger, que descansava juntamente com os restos mortais do faraó, foi encontrado nos atestados de óbito da equipe arqueológica que compôs a descoberta.
  • A expressão “obra faraônica”, referente às obras realizadas pelos faraós, está presente na nossa cultura de modo pejorativo para designar arquiteturas grandiosas e dispendiosas às custas dos cofres públicos e vinculadas à ideia de demonstração de poder dos governantes, mas que apresentam pouca utilidade prática.
  • As roupas plissadas utilizadas pelos faraós e pelas rainhas influencia o mundo da moda até a atualidade.
  • Cleópatra fazia tratamentos para a pele com uso de argila, banhos de leite e maquiagem.

Saiba mais: Os romanos também cultuavam vários deuses?

Exercícios resolvidos sobre faraó

1. (Uepa 2015) O politeísmo presente na cosmologia religiosa do Antigo Egito resultou da combinação de divindades cultuadas nos vários nomos (comunidades camponesas) submetidos à autoridade do faraó desde o Antigo Império. A organização e a hierarquia do panteão de divindades egípcias foram abaladas ao longo da sucessão de faraós em função da(s):

a) disputas políticas entre o faraó e a classe sacerdotal, elite controladora dos templos e da administração burocrática do Império.   

b) divergências religiosas entre os nomos, fator permanente de instabilidade política e religiosa do Império.   

c) constantes invasões de povos estrangeiros no Egito como hicsos e assírios, que impuseram suas crenças religiosas às populações nativas. 

d) disparidade entre a religião dos nobres, antropomórfica, e as crenças zoomórficas dos camponeses.   

e) penetração do monoteísmo hebreu no Egito, quando do estabelecimento de sua condição de servos do Estado no século XIII a.C.   

Resposta: [A]

Comentário: No Egito Antigo, a população era politeísta e o faraó era considerado a encarnação do deus Hórus. Ao longo da história, ocorreram diversos conflitos entre faraós e sacerdotes, por disputas políticas e religiosas. 

2. (Uftm 2012) Em janeiro de 2011, os jornais noticiaram que os protestos contra o governo do Egito poderiam ter um efeito colateral muito sério: a destruição ou dano de várias relíquias, obras e sítios arqueológicos da antiga civilização egípcia. De acordo com as agências de notícias, houve várias tentativas de saquear o Museu do Cairo. Numa delas, indivíduos quebraram pouco mais de uma dezena de estátuas e decapitaram duas múmias, recentemente identificadas como avós do faraó Tutancâmon. Alguns saqueadores pareciam procurar apenas por ouro.

Sobre o material arqueológico proveniente do Antigo Egito, é correto afirmar que

a) sua destruição afetaria a economia do Egito, mas não traria consequências sérias para a ciência e para a história, que já estudaram esse material.   

b) grande parte dele foi destruído pelos próprios egípcios ainda na Antiguidade, como estratégia para proteger os segredos de sua cultura dos invasores.   

c) foi uma das causas dos protestos contra o governo, que pagou grandes somas para reaver objetos em poder de países europeus.   

d) permitiu compreender a importância dos rituais fúnebres, como atestam os sarcófagos do Vale dos Reis.   

e) tem grande valor artístico e confirmou o que já se sabia dos antigos egípcios por meio de documentos escritos.   

Resposta: [D]

Comentário: As descobertas arqueológicas na região do Vale dos Reis foram fundamentais para a melhor compreensão do passado político, cultural e social do Egito Antigo.

Créditos das imagens

[1] Francisco Xavier Diaz/ Shutterstock

[2] Wikimedia Commons

Fontes

ARAÚJO, Emanuel. Pobres faraós divinos. Textos de História, Revista do Programa de Pós-graduação em História da UnB., v. 4, n. 2, p. 05-29, 1996.

ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História. 4 ed. São Paulo: Ática, 1996.

BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História, Sociedade & Cidadania. 3ª Ed. São Paulo: FTD, 2015,

CABRAL, Jéssica. Tutmés III: “o Napoleão do Egito Antigo”, In: Destaque Cultural, Egito Antigo. Museus Egípcios e Rosacruz Tutankhamon. Disponível em: https://museuegipcioerosacruz.org.br/tutmes-iii-o-napoleao-do-egito-antigo/

DOS SANTOS PIRES, Rafael. Deus, Pai, Intermediário: a função de Amon no discurso de Hatshepsut. Mare Nostrum, v. 11, n. 2, p. 1-29, 2020.

FRAGA, Olívia. Como era a vida de um faraó? Superinteressante, 22 mar. 2013. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-era-a-vida-de-um-farao#goog_rewarded

PANAZZO, Silvia; VAZ, Maria Luisa. Jornadas-Hist.– História 6º ano. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

PROENÇA, Graça. História da arte. São Paulo: Ática, 2012.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José; DORIGO, GIANPAOLO. História. Volume único. São Paulo: Scipione, 2014.

WAGNER, Gustavo Peretti; DA SILVA, Lucas Antonio. Contando Contágios. Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia, v. 8, n. 1, p. 120-127, 2020.

Por Vanessa Clemente Cardoso

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