Cleópatra foi a última rainha do Egito. Seu envolvimento amoroso com Júlio César e com Marco Antônio influenciou o destino de seu reino e de Roma.
Cleópatra foi a última rainha do Egito. Seu reinado, iniciado em 51 a.C., foi marcado por intrincadas disputas familiares e alianças estratégicas para manter a estabilidade no Egito. Ao estabelecer relações com líderes romanos, como Júlio César e posteriormente Marco Antônio, Cleópatra influenciou significativamente a história de Roma e do Egito. Sua aliança com Marco Antônio levou a conflitos contra Otaviano em Áccio, resultando na derrota e no trágico fim do casal. O legado de Cleópatra transcendeu sua morte, abrangendo sua influência cultural, política e quebra de normas de gênero, sendo uma das últimas faraós egípcias.
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Cleópatra VII Philopator, conhecida simplesmente como Cleópatra, é uma das figuras mais icônicas da história mundial. Nascida em 69 a.C., em Alexandria, Egito, Cleópatra era membro da dinastia ptolemaica, que governava o Egito após a morte de Alexandre, o Grande. Ela era a filha do faraó Ptolemeu XII Auletes e, mais tarde, se tornou uma das últimas rainhas do Egito.
A formação intelectual de Cleópatra foi excepcional para a época. Ela recebeu uma educação refinada, tornando-se fluente em vários idiomas, incluindo grego, egípcio, aramaico e latim. Sua inteligência e habilidades linguísticas foram aspectos essenciais de sua personalidade, contribuindo para sua notável capacidade diplomática e política.
Durante sua infância, Cleópatra testemunhou a instabilidade política e as disputas internas em sua família, marcadas por intrigas e conflitos pelo poder. A dinastia ptolemaica tinha como tradição o casamento entre irmãos para manter a linhagem real. No entanto, essa prática gerou disputas frequentes pelo trono, resultando em uma atmosfera de intriga e rivalidade. Quando seu pai, Ptolemeu XII Auletes, faleceu, Cleópatra, ainda uma criança, foi corregente com seu irmão mais novo, Ptolemeu XIII, o que desencadeou uma série de conflitos.
Os conselheiros e tutores de Cleópatra, como Pothinus e Achillas, exerceram influência considerável sobre o governo, minando a autoridade da jovem rainha. O Egito estava em meio a lutas pelo poder, e Cleópatra encontrou-se envolvida em uma série de intrigas palacianas desde cedo. A disputa entre Cleópatra e Ptolemeu XIII pela supremacia exacerbou ainda mais as tensões internas, levando a conflitos abertos.
Cleópatra casou-se com seu irmão Ptolemeu XIII, mas a relação tornou-se tensa devido às disputas de poder. O conflito atingiu seu ápice quando Cleópatra foi forçada a deixar Alexandria, quando buscou apoio militar de Júlio César, general romano, em sua luta pelo trono. Júlio César interveio no Egito, dando início ao cerco de Alexandria em 48 a.C. Durante esse período, ocorreram confrontos armados, e Ptolemeu XIII morreu em circunstâncias não totalmente claras.
Após a morte de Ptolemeu XIII, Cleópatra consolidou seu poder no Egito e deu à luz um filho com Júlio César, Cesarião. O relacionamento entre Cleópatra e Júlio César teve consequências significativas tanto para o Egito quanto para Roma, criando tensões adicionais na já instável cena política da época.
Após a morte de Júlio César em 44 a.C., Cleópatra voltou ao Egito e formou uma aliança política e amorosa com Marco Antônio, um dos generais romanos que buscavam controlar o vazio de poder deixado pela morte de César. Cleópatra e Marco Antônio tiveram três filhos juntos, mas a aliança provocou a ira de Roma, levando à famosa Batalha de Áccio em 31 a.C., onde foram derrotados por Otaviano, futuro imperador Augusto.
O desfecho trágico da vida de Cleópatra ocorreu em 30 a.C., após a derrota na Batalha de Áccio. Com Marco Antônio morto, Cleópatra buscava evitar ser levada a Roma como prisioneira. A lenda mais conhecida afirma que ela se suicidou com a picada de uma cobra, uma áspide, escolhendo a morte em vez da captura. Esse evento marcou o fim da dinastia ptolemaica e o início da anexação definitiva do Egito ao Império Romano.
O reinado de Cleópatra começou em 51 a.C., quando seu pai morreu e ela se tornou corregente com seu irmão mais novo, Ptolemeu XIII. No entanto, o poder real estava nas mãos de seus conselheiros e tutores, em particular Pothinus e Achillas, que tinham pouca consideração por Cleópatra. Em 48 a.C., Cleópatra buscou o apoio de Júlio César, o líder de Roma, em sua luta pelo trono egípcio. Ela conheceu César em Alexandria e rapidamente se envolveu em um relacionamento amoroso com o líder romano.
Seu reinado terminou com sua morte em 30 a.C, em um contexto da luta dos romanos, liderados por Otaviano, contra Marco Antônio e Cleópatra.
A relação de Cleópatra com Júlio César teve implicações políticas significativas. César ajudou Cleópatra a recuperar o trono do Egito e, juntos, tiveram um filho chamado Ptolemeu XV Philopator Philometor Caesar, também conhecido como Cesarião.
Cleópatra esteve em Roma durante o relacionamento com Júlio César. Após o encontro deles no Egito em 48 a.C., Cleópatra e seu filho com Júlio César foram para Roma em 46 a.C. e passaram um tempo com ele. Cleópatra buscou estabelecer relações políticas e obter apoio de César para manter seu domínio sobre o Egito.
Durante sua estadia em Roma, Cleópatra enfrentou considerável controvérsia e hostilidade, já que sua presença na capital romana foi vista como uma intrusão nas dinâmicas políticas internas. Seu relacionamento com Júlio César causou desconforto entre os romanos, especialmente considerando que César já era casado com Calpúrnia.
Cleópatra retornou ao Egito após o assassinato de Júlio César em 44 a.C. Ela se tornou corregente com seu filho Cesarião.
A relação entre Cleópatra e Marco Antônio teve implicações significativas para a história do mundo antigo. Marco Antônio foi um dos três generais que disputaram o poder romano após a morte de Júlio César, juntamente com Otaviano (futuro imperador Augusto) e Lépido.
Cleópatra e Marco Antônio estabeleceram uma aliança política e amorosa, e juntos tiveram três filhos, sendo eles Alexandre Hélio, Cleópatra Selene II e Ptolemeu Filadelfo. Juntos, Cleópatra e Marco Antônio planejaram a expansão de seus territórios e formaram uma aliança militar que visava desafiar o poder de Otaviano em Roma.
Isso levou à série de conflitos conhecidos como as Guerras Civis do Segundo Triunvirato, que culminaram na Batalha de Áccio em 31 a.C. A aliança de Cleópatra e Marco Antônio foi derrotada por Otaviano, e ambos acabaram se suicidando em 30 a.C. Cleópatra, segundo a lenda, morreu ao se permitir ser picada por uma cobra venenosa egípcia, a áspide, enquanto Marco Antônio apunhalou-se com sua espada.
O legado de Cleópatra é rico e perdura até os dias de hoje. Ela é amplamente lembrada por seu papel na história do Egito, sua inteligência política e sua relação com figuras proeminentes da Roma Antiga. Dentre os elementos de seu legado, pode-se destacar:
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A importância de Cleópatra na história é inegável. Ela desafiou as normas de gênero de sua época, exerceu um papel político influente e desempenhou um papel central nos eventos que moldaram o mundo antigo. Os principais elementos de sua importância são:
Além de sua importância histórica, Cleópatra é uma figura que tem gerado inúmeras curiosidades e mitos ao longo dos anos. Dentre elas, destacam-se:
Créditos de imagem
[1] Eslam17 / Wikimedia Commons (reprodução)
[2] Ángel M. Felicísimo / Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
FLAMARION, Ciro. O Egito Antigo. São Paulo: Brasiliense, 1990.
LIVERANI, Mario. O Antigo Oriente. São Paulo: EDUSP, 2014.