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Formação da União Soviética

Conheça a história de formação da União Soviética e quais países a integraram inicialmente.

A União Soviética formou-se após a fase do comunismo de guerra, que se finalizou em 1921 A União Soviética formou-se após a fase do comunismo de guerra, que se finalizou em 1921

Sabemos que a Revolução Russa ocorreu em 1917 e houve dois momentos especiais ao longo desse ano: um em fevereiro, quando o Império Russo foi destruído pelos revolucionários, e outro em outubro, quando a revolução passou a ser encabeçada pelos sovietes (conselhos de operários, camponeses e militares), comandados pelos líderes bolcheviques Lenin e Trotsky. Essa centralização do comando revolucionário pelos bolcheviques gerou um período de guerra civil, na qual se embateram o Exército Vermelho, bolchevista, e o Exército Branco, contrário ao centralismo bolchevista. Esse período de conflitos, que durou até meados de 1921, ficou conhecido como “comunismo de guerra”. Após a vitória bolchevique sobre os adversários, foi formada, na década de 1920, a chamada União das Repúblicas Socialistas Soviéticas ou, simplesmente, URSS.

  • A Revolução Global

Na fase do comunismo de guerra, Lenin acreditava que poderia haver um colapso das potências imperialistas, provocado pela Primeira Guerra Mundial, fato que tornaria possível a revolução comunista não apenas no Leste Europeu, mas também na Europa Ocidental e, posteriormente, no restante do mundo. Havia, então, uma perspectiva de “Revolução Global”. Uma das tentativas de revolução comunista na Europa mais patentes foi a ocorrida na Alemanha, em 1919, liderada pelo “Movimento Espartaquista”. Essa tentativa se revelou um fracasso e fez com que os projetos de “contágio revolucionário” comunista sofressem um refreamento.

  • Centralização do Poder

Ao mesmo tempo que a perspectiva da Revolução Global teve que ser “adiada”, os comunistas russos perceberam que era necessário manter o poder centralizado. Tal centralização implicava questões como controle da produção de alimentos pelo Estado, administração geral do país pelo Partido Comunista, coletivização da propriedade privada, censura à imprensa e cerceamento das liberdades individuais – o que resultou também no decreto do trabalho obrigatório –, entre outras medidas. Essas estratégias forneceram as bases para o modelo totalitário de Estado que ficaria explícito sob a liderança de Stalin posteriormente.

Em 1921, Lenin elaborou a chamada NEP (Nova Política Econômica) e criou a GOSPLAN (Comissão Estatal de Planejamento Econômico) como formas de firmar o controle do Estado sobre as condições básicas da vida econômica e política da população russa. Em pouco tempo, esse controle foi estendido a países vizinhos para garantir um cerco comunista frente às potências europeias. Seis países integraram-se à Rússia e ao poder dos sovietes: Transcaucásia, Ucrânia, Rússia Branca, Uzbequistão, Turcomenistão e Tadiquistão. Esses seis países, mais a Rússia, formaram a URSS, oficializada em 1922.

Com a morte de Lenin, em 1924, houve uma ferrenha disputa entre os líderes que mais se destacavam. O “vitorioso” da disputa foi Stalin, que transformou a União Soviética em um verdadeiro império totalitário e opressor, cumprindo o que passou a ser denominado como “revolução pelo alto”, como destaca o historiador italiano Silvo Pons:

[…] O auge do autoritarismo do terrorismo de Estado foi alcançado em 1932-1933, quando Stalin decidiu usar a carestia e a fome, provocadas pela coletivização, para quebrar a resistência camponesa. A morte em massa tornou a se disseminar na sociedade rural numa escala que fez obscurecer até as consequências da carestia de 1921, aniquilando milhões de pessoas. Na Ucrânia, a situação alcançou proporções e característica de genocídio. De tudo isso iria emergir um Estado ainda mais poderoso e opressivo. [1]

Quando se assentou no poder, Stalin transformou o próprio Estado em “agente revolucionário”, tornando o aparato burocrático uma estrutura personalista, isto é, voltada para o culto à sua imagem, tal como foi feito por nacionalistas totalitários da mesma época, como Hitler e Mussolini. Além disso, os milhões de mortos por fome na Ucrânia, citados por Silvio Pons, constituem aquilo que ficou conhecido como “Holodomor” (que, em ucraniano, significa exatamente inanição, morte por falta de alimentação). Além disso, a União Soviética, na época de Stalin, tornou-se um verdadeiro império, com grande penetração no mundo todo, por meio do controle exercido sobre os partidos comunistas do restante do globo.

NOTAS

[1] PONS, Silvio. A Revolução Global: história do comunismo internacional. Trad. Luiz Sérgio Henriques. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014. p. 153.


Por Me. Cláudio Fernandes

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