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Paráfrase

Leia este artigo e fique por dentro do que é paráfrase, um recurso de linguagem utilizado quando queremos criar um texto a partir de outro.

Paráfrase significa recriar um texto a partir de outro, mas mantendo inalterado o conteúdo e o sentido do texto original

A palavra paráfrase tem origem grega (para-phrasis) e, de modo geral, significa “repetição de uma sentença”. Parafrasear um texto, portanto, significa recriá-lo com outras palavras, porém, mantendo inalterado seu conteúdo/pensamento original.

A paráfrase é um recurso bastante utilizado em diversos contextos, sendo muito recorrente nos textos literários, científicos, religiosos e diálogos do cotidiano (quando queremos repassar uma informação ou contar a alguém algo que ouvimos de outras pessoas).

Paráfrase reprodutiva

Paráfrase reprodutiva é aquela que traduz de modo quase literal as palavras de outro texto. Esse recurso pode ser utilizado para explicar, expandir ou sintetizar as ideias de um texto parcial ou integralmente.

Paráfrase criativa

Paráfrase criativa é aquela que mantém o sentido do texto original, mas se distancia da sua forma, estrutura, função e estilo de linguagem ou até mesmo do tipo de texto ou gênero discursivo. É o caso, por exemplo, de uma paráfrase de um poema feita a partir de um desenho, de um conto, de um artigo de opinião etc.

Intertextualidade e paráfrase

A intertextualidade diz respeito à relação que se estabelece entre textos. Na verdade, não existe um texto que seja totalmente original, já que todos eles são o resultado da absorção e transformação de diversos outros textos.

A intertextualidade sempre está presente na paráfrase, já que, ao parafrasearmos, estamos sobrepondo um texto a outro, ou seja, estamos tomando um texto, que também pode ser chamado de texto de referência, base e/ou hipertexto, o qual representa o modelo ou ponto de partida de criação de outros textos.

A seguir, leia um exemplo de paráfrase e também de intertextualidade a partir de um trecho do poema “Canção do Exílio”, do poeta romântico Gonçalves Dias, e um trecho do poema “Europa, França e Bahia”, do poeta modernista Carlos Drummond de Andrade:

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras

Onde canta o sabiá,

As aves que aqui gorjeiam

Não gorjeiam como lá.

(...)

(Gonçalves Dias, Primeiros cantos, 1846.)

Europa, França e Bahia

(...)

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos

Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.

Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?

Eu tão esquecido de minha terra...

Ai terra que tem palmeiras

Onde canta o sabiá!

(Carlos Drummond de Andrade, 1930.)

Veja também a respeito de outro recurso, a paródia.

 

Por Ma. Luciana Kuchenbecker Araújo

Por Luciana Kuchenbecker Araújo

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