História

Estandarte de Ur

Saiba mais sobre as civilizações da Mesopotâmia e sua riqueza artística por meio da análise do Estandarte de Ur.

Além de grandes monumentos, como seu Zigurate, a cidade de Ur também dispõe de outros tesouros artísticos

Certamente, nas aulas de História Antiga, você já deve ter se deparado mais de uma vez com o tema do aparecimento das civilizações da Mesopotâmia, isto é, os povos sumérios, acádios, caldeus, babilônios e assírios. Pois bem, essas civilizações, que se desenvolveram na região dos atuais países de Iraque e Síria, entre os rios Tigre e Eufrates, legaram uma riqueza cultural e artística vastíssima. Um exemplo são as grandes construções arquitetônicas chamadas Zigurates (templos erigidos para cultuar deuses e cuidados por sacerdotes).

Além dos monumentos arquitetônicos, outras formas de arte, como a arte em relevo, a escultura e a pintura, floresceram entre esses povos. Um dos exemplos de pintura mais interessantes é do chamado “Estandarte de Ur”.

O “Estandarte de Ur” consiste em uma caixa (ou urna) em forma de trapézio (trapezoidal) com várias imagens pintadas em suas laterais que contêm cenas que descrevem variadas situações, como a guerra e a aclamação ao rei. Essa caixa foi encontrada no ano de 1928 pelo arqueólogo britânico Sir C. Leonard Wooley, quando escavava o Cemitério Real de Ur, isto é, o cemitério em que era enterrada a realeza suméria na cidade de Ur, na Mesopotâmia (atual Iraque).

A caixa e suas pinturas datam de aproximadamente 2.600 a.C. O material usado para pintar as cenas foi, basicamente, conhas, calcário vermelho e lápis-lazúli (um tipo especial de pedra de cor azulada), tal como descreve o historiador da arte Stephen Farthing no trecho a seguir:

Em pé, empregados servem o rei e os nobres, e na faixa de baixo um grupo de homens leva os espólios de guerra – um touro, uma cabra, peixes e outros produtos de pilhagem – para o banquete. As conchas usadas para retratar as pessoas têm enfeites delicados em preto, ao passo que lascas de lápis-lazúli servem como pano de fundo. Pedacinhos de calcário vermelho foram adicionados para fins decorativos. [1]


Acima, a caixa denominada “Estandarte de Ur”

O nome “Estandarte de Ur” foi dado por Wooley após ter encontrado a caixa, dentro de um túmulo, sobre a ossada de um indivíduo que parecia levá-la nas costas. Wooley partiu da perspectiva de que, nas antigas batalhas da Mesopotâmia, os exércitos tinham alguém designado a carregar sobre as costas uma caixa com o estandarte (um brasão amarrado a um suporte de madeira) do rei. Porém, depois de um tempo, outra hipótese foi levantada: suspeita-se de que essa caixa, na verdade, servia para acomodar algum instrumento musical.

Os dois lados do “Estandarte de Ur” possuem títulos específicos. Um deles é chamado de “Quadro Bélico” e descreve as cenas de batalhas, e o outro é o “Quadro da Paz”, que pode ser visto na imagem do centro do texto.

NOTAS

[1] FARTHING, Stephen. Tudo Sobre Arte. Rio de Janeiro, Sextante. 2010. p. 22.


Por Me. Cláudio Fernandes

Por Cláudio Fernandes

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