Nuvens
Descubra um pouco mais sobre as nuvens, agrupamentos de partículas de água ou de gelo que se encontram suspensos na atmosfera. As nuvens são descritas segundo sua dimensão, forma, estrutura e textura. O conteúdo do texto a seguir abordará os principais tipos de nuvens, suas características e formação.
Nuvens, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, são aglomerados visíveis de partículas de água nos estados líquido e/ou de gelo. Esses aglomerados, que ficam suspensos na atmosfera, podem conter também partículas de poeiras, fumaças e vapores industriais.
As características das nuvens dependem da dimensão, da quantidade e da forma como as partículas de água distribuem-se. Além disso, dependem da intensidade da luz que a nuvem recebe e da posição do observador em relação à fonte luminosa. De acordo com a aparência, existem três tipos de nuvens: cirrus, stratus e cumulus. Segundo o Atlas Internacional de Nuvens, de acordo com os estratos, essas nuvens dividem-se em altas, médias e baixas.
Composição das nuvens
As nuvens são compostas de partículas de água ou de gelo ou de ambos os estados ao mesmo tempo. Normalmente, as nuvens altas são constituídas, essencialmente, por gelo, as médias são constituídas por gelo e água e as baixas são constituídas, exclusivamente, por água.
Como se formam as nuvens?
As nuvens são formadas por meio do resfriamento do ar, que atinge ponto de orvalho. O sol irradia calor para o planeta Terra, fazendo com que a água de rios, lagos e mares evapore. O vapor, por ser mais leve, eleva-se à atmosfera (camada gasosa que envolve a Terra). À medida que o vapor sobe, resfria-se ao encontrar o ar em temperatura mais baixa, atingindo o nível de condensação (passagem do estado de vapor para o líquido). Dessa forma, inicia-se o processo de formação da nuvem.
Assim, a nuvem é formada por meio da transformação do vapor em gotículas de água ou em cristais de gelo. Quando essa condensação acontece muito próxima à superfície terrestre, forma-se o que chamamos de neblina.
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Classificação das nuvens
As nuvens só foram classificadas no início do século XIX. O primeiro sistema de classificação foi proposto por Lamarck, um naturalista francês, em 1802. Contudo sua classificação não foi aceita pela comunidade científica. Em 1803, uma nova classificação foi proposta por Luke Howard, um cientista inglês considerado pai da meteorologia moderna. Esta, por fim, foi aceita pela comunidade.
As nuvens podem ser classificadas de acordo com quatro critérios: aspecto, aparência, altitude e constituição.
→ Aspecto
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Estratiformes: possuem desenvolvimento horizontal, podendo cobrir extensas áreas. Apresentam precipitação leve e contínua.
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Cumuliformes: possuem desenvolvimento vertical, podendo cobrir, de forma isolada, médias e pequenas extensões de área. Apresentam precipitação fraca ou moderada, com pancadas de chuva localizadas.
→ Aparência
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Cirrus: nuvens altas, brancas e finas. Possuem aparência fibrosa.
Cirrus são as nuvens altas mais comuns. Sua aparência é fina e alongada.
- Stratus: nuvens que formam as camadas que cobrem boa parte do céu.
Stratus constituem uma camada uniforme de nuvens que recobre todo o céu.
- Cumulus: nuvens que formam massas individuais globulares. São, geralmente, densas e com contornos bem-definidos. Desenvolvem-se verticalmente em forma de domos ou torres.
Cumulus são as nuvens mais comuns. Apresentam-se, geralmente, isoladas e possuem cor branca ou cinza-clara.
→ Altitude
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Nuvens altas: apresentam bases acima de 6000 metros.
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Nuvens médias: apresentam bases entre 2000 metros e 6000 metros.
- Nuvens baixas: apresentam bases de até 2000 metros.
→ Constituição
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Sólidas: constituídas por cristais de gelo.
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Mistas: constituídas por gotículas de água e cristais de gelo.
- Líquidas: constituídas por gotículas de água.
Tipos de nuvens
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Cirrus: representam as nuvens altas mais comuns. Têm aparência fina e alongada, o que contribui para identificar a direção do vento. São formadas por cristais de gelo e possuem cor branca.
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Cirrocumulus: representam as nuvens de menor visibilidade entre as nuvens altas. Surgem individualmente em longas fileiras, ocupando uma grande extensão do céu.
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Cirrostratus: representam as nuvens finas que recobrem todo o céu, diminuindo sua visibilidade. Podem originar halos solares. Quando há aproximação de tempestade, essas nuvens aparecem com frequência, sendo, portanto, indicadoras da previsão do tempo.
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Altocumulus: representam nuvens médias compostas por gotículas de água e não ultrapassam um quilômetro de espessura. Possuem formato que lembra pequenos tufos de algodão e podem ser brancas ou cinzas.
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Altostratus: representam nuvens semelhantes às cirrostratus, porém mais espessas. Cobrem todo o céu, dificultando a visibilidade do Sol. São compostas por gotículas superesfriadas e não formam halos solares.
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Stratus: representam uma camada uniforme de nuvens que cobre todo o céu, impedindo que a luz solar passe. Têm o aspecto de um nevoeiro que não toca o chão. Normalmente não originam precipitação.
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Stratocumulus: representam nuvens baixas que se agrupam em filas, possibilitando, assim, que se veja a cor do céu nos espaços entre elas. São grandes em dimensão e, raramente, provocam precipitação.
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Nimbostratus: representam nuvens baixas e são, geralmente, escuras. Estão associadas a períodos de chuvas contínuas e impedem que o Sol seja visto.
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Cumulonimbus: representam nuvens de tempestade associadas a fenômenos atmosféricos, como trovoadas, granizos e aguaceiros. Apresentam-se isoladas e são formadas por água superesfriada, cristais de gelo, flocos de neve e granizo.
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Cumulus: representam as nuvens mais comuns, apresentando várias formas. São conhecidas, popularmente, como “nuvens de algodão”. São isoladas e sua cor varia de branca à cinza.
Segundo a classificação atual, esses dez tipos de nuvens são divididos entre os estágios relacionados à altitude. Observe a tabela a seguir:
Nuvens altas |
- Cirrus - Cirrocumulus - Cirrostratus |
Nuvens médias |
- Altostratus - Altocumulus |
Nuvens baixas |
- Stratus - Stratocumulus - Nimbostratus |
Nuvens com desenvolvimento vertical |
- Cumulonimbus - Cumulus |
Segundo o critério de altitude, as nuvens dividem-se em estágios.
Por que algumas nuvens de chuva são escuras e as demais são brancas?
A base de algumas nuvens de chuva é escura porque essas nuvens são, geralmente, bastante espessas. À medida que elas alcançam determinada altitude, os raios solares não conseguem atingir as partículas de água presentes na base da nuvem. Assim, como não recebem luminosidade, acabam adquirindo aspecto mais escuro. Com o oceano também é assim, à medida que se aumenta a profundidade, diminui-se a luminosidade, tornando-o mais escuro.
Já as demais nuvens apresentam cor branca porque são menos espessas. Assim, as partículas de água dispersam todas as cores do espectro luminoso, resultando na cor branca.
Segundo o meteorologista Marcelo Seluchi, é mais comum que as nuvens negras estejam carregadas de chuva, visto que elas carregam mais partículas de água e têm, por isso, mais condições de gerar tempestades. Apesar disso, é válido ressaltar que nem sempre uma nuvem negra sugere tempestade.
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