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Terremotos

Os terremotos são tremores de terra resultantes da liberação repentina de energia nas áreas de encontro de placas tectônicas. Sua magnitude é medida através da Escala Richter.

Escombros em uma região do Nepal após sofrer terremoto. [imagem_principal] Os terremotos são tremores de terra que acontecem repentinamente e, a depender da intensidade, podem ter alto poder de destruição.

Os terremotos são movimentos repentinos na superfície terrestres causados pela liberação de energia do interior do planeta. Eles são chamados também de abalos sísmicos ou de tremores de terra e originam-se na zona de encontro entre duas ou mais placas tectônicas. Nessas áreas da litosfera, acontece um grande acúmulo de tensão que, quando liberada, propaga ondas sísmicas, que são as responsáveis pelos terremotos. Esse fenômeno tem origem natural, na maior parte das vezes, mas pode ser causado, também, pela ação humana, como no caso de explosões controladas.

A magnitude dos terremotos é medida através da Escala Richter, graduada até 10. O maior terremoto do mundo aconteceu em 1960, na cidade de Valdívia, no Chile, e marcou 9.5 nessa escala, tendo causado um grande rastro de destruição. No Brasil os terremotos são menos frequentes e menos intensos devido à localização do país no centro da placa tectônica Sul-Americana, mas os tremores acontecem. O mais forte foi de 6.6 na Escala Richter e ocorreu entre os estados do Acre e do Amazonas no ano de 2024.

Leia também: Maremotos — detalhes sobre os terremotos que ocorrem no solo oceânico

Resumo sobre terremotos

  • Terremotos são movimentos que ocorrem repentinamente na superfície terrestre.

  • São chamados também de tremores de terra ou de abalos sísmicos.

  • Eles têm como causa a liberação de energia em áreas de encontro de placas tectônicas.

  • Podem ser classificados de acordo com a profundidade do seu hipocentro em: superficiais, intermediários e profundos.

  • Segundo a origem, os terremotos são classificados em tectônicos, vulcânicos, de colapso ou antrópicos.

  • A magnitude dos terremotos é medida pela Escala Richter, graduada até 10. Através dela, é possível avaliar as consequências dos tremores de terra.

  • Os terremotos ocasionam a queda de árvores e de postes, danos à infraestrutura urbana, o aparecimento de rachaduras em residências, o desabamento de edifícios e até mortes.

  • O maior terremoto do mundo aconteceu na cidade de Valdívia, no Chile, em 1960. Os tremores atingiram 9.5 na Escala Richter.

  • O Brasil também tem terremotos, mas eles são menos frequentes. O mais intenso aconteceu em 2024, na fronteira do Acre com o Amazonas, e teve magnitude 6.6 na Escala Richter.

O que são terremotos?

Terremotos são movimentos que acontecem de forma repentina na superfície terrestre em função da liberação de energia do interior do planeta Terra. Os terremotos podem ser chamados também de tremores de terra ou de abalos sísmicos e são recorrentes em áreas em que há o encontro de duas ou mais placas tectônicas. A crosta terrestre registra terremotos a todo momento, mas nem todos eles são sentidos pelos seres humanos. Os terremotos de maior intensidade, entretanto, têm um grande potencial de destruição.

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O que causa um terremoto?

O que causa um terremoto é a liberação de energia do interior do planeta Terra para a litosfera. Esse é um processo que acontece de repente, não sendo possível de prever quando acontecerá. No entanto, existem áreas da crosta terrestre que são mais propensas à ocorrência de tremores de terra por causa da sua configuração. Antes, vamos relembrar rapidamente alguns pontos sobre a estrutura do planeta Terra que nos auxiliarão a compreender a origem dos terremotos.

Os continentes e os oceanos que formam a superfície do nosso planeta estão apoiadas sobre imensos blocos de rocha, que são as placas tectônicas. São dezenas de placas tectônicas que constituem a litosfera, formando um verdadeiro quebra-cabeça marcado por inúmeros pontos de encontro entre esses blocos. Todos eles se deslocam por cima de um material pastoso formado por rochas fundidas, que é o magma terrestre. O movimento constante das placas tectônicas cria um atrito nas áreas em que elas se encontram, que são os limites.

Os terremotos são produzidos em áreas de encontro de placas tectônicas, como nas regiões em que são formadas as falhas geológicas.

O atrito que é gerado no limite entre as placas tectônicas causa uma tensão que é armazenada na forma de energia. Quando, por algum motivo, essa energia é liberada, ela causa a propagação de ondas sísmicas através da crosta terrestre que são responsáveis pelos tremores de terra.

Esse tipo de atrito que descrevemos é comum em áreas onde as placas tectônicas vão de encontro uma com a outra (movimento convergente) ou onde elas deslizam lateralmente pela outra (movimento transformante). No primeiro caso, são áreas de formação de montanhas e vulcões. No segundo, são áreas de falhas geológicas, tendo como exemplo a Falha de San Andreas, no oeste dos Estados Unidos. Aliás, essa falha fica na região que concentra 90% dos terremotos do mundo: o Círculo de Fogo do Pacífico.

O Círculo de Fogo do Pacífico é região mais tectonicamente ativa do mundo. Isso quer dizer que, além dos terremotos, a atividade vulcânica também é muito presente nos seus territórios. A elevada ocorrência de abalos sísmicos deve-se à presença de dezenas de limites entre placas tectônicas, o que indica alta instabilidade geológica. Essa região compreende países como Chile, Japão, Indonésia, Rússia, Estados Unidos e Equador, que são banhados pelo Oceano Pacífico. Todos eles registraram, e ainda registram, terremotos de alta magnitude.

O Círculo de Fogo do Pacífico concentra a maioria dos terremotos que acontecem no planeta Terra. [1]

Quais os tipos de terremotos?

Os terremotos podem ser classificados de diferentes maneiras, como a partir da profundidade do seu hipocentro, que é o ponto dentro da crosta terrestre onde a tensão que provocou o terremoto foi originada. Seguindo esse critérios, podemos falar em três tipos de terremoto:

  • Terremotos superficiais: gerados em uma profundidade de até 70 quilômetros.

  • Terremotos intermediários: gerados entre 70 e 350 quilômetros de profundidade.

  • Terremotos profundos: gerados entre 350 e 700 quilômetros de profundidade, havendo casos raros de ocorrências em áreas ainda mais profundas.

De acordo com o local de origem, temos os seguintes tipos de terremotos:

  • Terremotos tectônicos: gerados com o choque de duas ou mais placas tectônicas.

  • Terremotos vulcânicos: gerados pela movimentação do magma do interior da Terra em direção à superfície (atividade vulcânica).

  • Terremotos de colapso ou de implosão: gerados como resultado de movimentos de terra, como deslizamentos, ou pela queda de blocos rochosos em superfície ou no subsolo.

  • Terremotos artificiais: gerados pela ação humana, como na ocasião de explosões controladas, demolições, em processos realizados em minas subterrâneas e outros.

Acesse também: Tectonismo — detalhes sobre esse fenômeno que está relacionado à movimentação das placas tectônicas

Escala Richter

Escala Richter é a escala que mede a magnitude dos abalos sísmicos. Criada por Charles Richter e por Beno Gutenberg no ano de 1935, essa escala é graduada de < 1 a 10 e afere a magnitude dos terremotos de acordo com as ondas sísmicas que os produzem. A partir dela, é possível conhecer os danos potenciais que os tremores ocasionam.

A Escala Richter mede a intensidade dos terremotos e auxilia a avaliar os impactos dos tremores.
A Escala Richter mede a intensidade dos terremotos e auxilia a avaliar os impactos dos tremores.

Tremores que têm magnitude baixa, menor do que 2, são considerados micro-terremotos, e quase não são percebidos na superfície terrestre. Em contrapartida, aqueles terremotos que pontuam acima de 8 na Escala Richter têm um poder de destruição muito alto.

Principais consequências dos terremotos

Os terremotos causam o desabamento de postes e podem destruir pontes e estradas.

As consequências de um terremoto variam de acordo com a sua intensidade. Além disso, a densidade habitacional, a presença de infraestrutura urbana, os elementos naturais e diversos outros aspectos da área atingida devem ser considerados para a análise de riscos e danos causados pelos terremotos. Veja, a seguir, algumas das consequências dos terremotos:

  • produção de ondas gigantes, chamadas tsunâmis;

  • tremores secundários que acontecem depois do sismo principal;

  • aparecimento de rachaduras em ruas, em estradas e em edifícios;

  • queda de árvores e de postes de eletricidade;

  • danos à infraestrutura urbana, incluindo pontes e viadutos;

  • deslizamento de terra e desabamento de rochas;

  • surgimento de falhas geológicas ou ampliação daquelas já existentes;

  • interrupção nos serviços de abastecimento hídrico e distribuição de energia elétrica;

  • perdas materiais causadas pela queda da infraestrutura e de árvores ou pela interrupção abrupta de serviços, como a eletricidade;

  • isolamento de pessoas ou de localidades pelos danos às redes de comunicação ou devido à destruição de estradas, de rodovias e de pontes;

  • desmoronamento de prédios e de residências;

  • pessoas desabrigadas, feridas ou mortas pelos desabamentos.

Maiores terremotos do mundo

Listamos na tabela abaixo os 10 maiores terremotos do mundo de acordo com a sua magnitude na Escala Richter. Todos eles tiveram consequências devastadoras para os locais em que aconteceram, incluindo a morte de milhares de pessoas e a destruição de extensas áreas habitadas. No caso do terremoto do Japão de 2011, houve, também, um acidente nuclear na Usina de Fukushima e tsunâmis que foram ocasionados pelos abalos sísmicos.

Maiores terremotos do mundo

Local de ocorrência

Ano

Magnitude na Escala Richter

Valdívia (Chile)

1960

9.5

Alasca (Estados Unidos)

1967

9.2

Ilha de Sumatra (Indonésia)

2004

9.1

Tohoku (Japão)

2011

9.1

Kamchatka (Rússia)

1952

9.0

Bío-Bío (Chile)

2010

8.8

Equador

1906

8.8

Ilhas dos Ratos (Alasca)

1965

8.7

Sumatra (Indonésia)

2005

8.6

Assam (Tibete)

1950

8.6

Terremotos no Brasil

Você já deve ter ouvido falar que o Brasil está no centro de uma placa tectônica e que, por isso, não registra terremotos. É verdade que o território brasileiro está na parte central da Placa Sul-Americana, o que garante estabilidade tectônica ao país. Isso não significa, entretanto, que não haja terremotos no Brasil. Os sismos acontecem no país, mas eles têm menor intensidade e são registrados com menor frequência do que aqueles observados em outras partes do mundo, como nos países sul-americanos que estão situados no Círculo de Fogo do Pacífico.

Todos os anos acontecem terremotos no Brasil. O Serviço Geológico do Brasil (SGB) estima cerca de 20 tremores com magnitude superior a 3.0 na Escala Richter. Entretanto, até hoje, o terremoto mais intenso registrado no país ocorreu no dia 22 de janeiro de 2024 entre os estados do Acre e do Amazonas, na região Norte, com magnitude 6.6. Como se originou há mais de 600 quilômetros de profundidade, e aconteceu em uma área isolada, não houve danos.

Na mesma área, em 2022, registrou-se um sismo de 6.5 na Escala Richter. Essa é a região que tem a maior incidência de tremores de terra, o que se deve à sua localização ser mais próxima da Cordilheira dos Andes, uma cadeia montanhosa que continua seu processo de soerguimento e, por isso, representa uma área tectonicamente ativa na borda oeste da Placa Sul-Americana.

Confira também: Terremotos no Brasil — mais detalhes sobre esses fenômenos

Exercícios resolvidos sobre terremotos

Questão 1

(Unimontes) Os terremotos refletem o impacto dos agentes endógenos na superfície terrestre, com mudanças na paisagem, além de danos em edificações e estruturas diversas.

Sobre esses eventos, é CORRETO afirmar:

A) A instabilidade em áreas de vertentes íngremes não é potencializada por eventos de terremotos.

B) O movimento de divergência é caracterizado pelo choque de duas placas tectônicas.

C) Os terremotos que ocorrem no centro de placas tectônicas são os mais intensos.

D) Os terremotos ocorrem de forma predominante em áreas de contato de placas tectônicas.

Resolução:

Alternativa D.

Os terremotos acontecem no encontro de placas tectônicas, que são áreas de instabilidade que acumulam energia. Essa energia é liberada repentinamente na forma de ondas sísmicas.

Questão 2

(Fatec) A América Latina é uma das regiões do globo terrestre especialmente vulnerável à ocorrência de terremotos, pois se localiza perto das bordas de placas tectônicas. No entanto, os terremotos não se distribuem igualmente pelo território latino-americano.

Uma das áreas onde os terremotos se concentram é:

A) na porção ocidental da América do Sul, em função do choque das placas de Nazca e Sul-americana.

B) na porção oriental da América do Sul, em função do choque das placas de Cocos e Sul-americana.

C) na porção norte do Caribe, em função do afastamento das placas Indiana e Euro-asiática.

D) no interior da América do Sul, em função do choque das placas Arábica e Australiana.

E) na porção sul do Caribe, em função do afastamento das placas do Pacífico e Filipina.

Resolução:

Alternativa A.

A maior parte dos terremotos na América Latina acontecem na porção oeste da América do Sul, onde fica uma zona de encontro de placas que origina a Cordilheira dos Andes, que é tectonicamente ativa.

Crédito de imagem

[1] Nolan / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

ANDRADE, Gabriel. Brasil registra seu maior terremoto; confira lista de abalos históricos. Giz Brasil, 22 jan. 2024. Disponível em: https://gizmodo.uol.com.br/brasil-registra-seu-maior-terremoto-confira-lista-de-abalos-historicos/.

BRANCO, Pércio de Moraes. Terremotos. Serviço Geológico do Brasil (SGB), 18 ago. 2014. Disponível em: https://www.sgb.gov.br/terremotos.

EARTHQUAKES HAZARD PROGRAMS. The Science of Earthquakes. USGS, [s.d.]. Disponível em: https://www.usgs.gov/programs/earthquake-hazards/science-earthquakes.

HOLLAND, Carolina. Ocorrido em MT, maior terremoto da história do Brasil completa 60 anos. G1, 31 jan. 2015. Disponível em: https://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2015/01/ocorrido-em-mt-maior-terremoto-da-historia-do-brasil-completa-60-anos.html.

IPMA. Glossário Sismológico. Disponível em: https://www.ipma.pt/pt/educativa/glossario/sismologico/.

TASSIARINI, Colombo Celso Gaeta; NETO, Coriolano de Marins e Dias. Tectônica Global. In: TEIXEIRA, Wilson.; FAIRCHILD, Thomas Rich.; TOLEDO, Maria Cristina Motta de; TAIOLI, Fabio. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo, SP: Companhia Editora Nacional, 2009, 2ª ed. P. 78-107.

Por Paloma Guitarrara

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