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Pteridófitas

As pteridófitas são plantas vasculares sem sementes muito utilizadas na ornamentação. O exemplo mais conhecido dessas plantas são as samambaias.

Foto de uma samambaia. Foto de uma samambaia.

As pteridófitas (do grego pteridon = feto e phyton = planta), também chamadas de plantas vasculares sem sementes, são um grupo vegetal que se destaca pelo surgimento de uma importante novidade evolutiva: os vasos condutores de seiva (xilema e floema). Com essa nova característica, as plantas começaram a ser capazes, diferentemente das briófitas, de atingir grandes tamanhos.

Estima-se que existam mais de 10.000 espécies diferentes de pteridófitas, sendo encontradas no Brasil cerca de 1100 espécies. Como exemplo de pteridófitas, podemos citar as avencas, samambaias e cavalinhas. Muitas das espécies de pteridófitas são utilizadas para ornamentação. Há algumas espécies que podem ser usadas como medicinais, alimentícias e, até mesmo, como bioindicadoras de poluição.

Leia também: É perigoso dormir com plantas no quarto?

Características das pteridófitas

Foto de uma avenca.
A avenca é um exemplo de pteridófita.
  • Possuem vasos condutores de seiva: característica que diz respeito à presença de xilema e floema, dois tecidos especializados no transporte de substâncias dentro do corpo do vegetal. O xilema está relacionado com o transporte de água e sais minerais (seiva bruta), enquanto o floema transporta seiva elaborada (substância rica em açúcares). Esses vasos condutores surgem nas pteridófitas e são observados também nas gimnospermas e angiospermas.

  • Apresentam raiz, caule e folhas, mas não possuem flores e frutos.

  • Vivem, em sua maioria, em locais úmidos, pois dependem da água para sua reprodução.

  • Todas as pteridófitas apresentam anterozoides móveis, que necessitam de água para nadar até a oosfera.

  • Possuem fase esporofítica dominante, isto é, a fase de vida da planta que dura mais tempo é aquela em que o vegetal está produzindo os esporos. São os esporos que germinam e originam uma nova planta. Nas samambaias e avencas, eles são encontrados dentro dos soros (os pontinhos pretos na folha).

Habitat das pteridófitas

As pteridófitas podem ser terrestres, epífitas (plantas que vivem sobre outras plantas), rupícolas (vivem sobre paredes, muros e rochas) e aquáticas. Entretanto, é importante destacar que a maioria das pteridófitas vive em locais úmidos, com solos capazes de reter uma maior quantidade de água.

Ciclo de vida das pteridófitas

O ciclo de vida das pteridófitas envolve alternância de gerações, sendo possível observar uma fase sexuada, na qual há a produção de gametas (células especializadas na reprodução), e uma fase assexuada, na qual há produção de esporos. Nesse ciclo, a fase dominante é esporofítica, a qual produz esporos. Observe as principais etapas do ciclo de uma samambaia, um dos principais exemplos de pteridófitas.

  • Inicialmente ocorre a liberação dos esporos, os quais estão contidos no interior dos soros, localizados na planta na fase esporofítica (veja figura a seguir). Nas samambaias, a fase esporofítica é aquela que utilizamos para a ornamentação.


No interior dos soros, são produzidos os esporos.

  • Os esporos caem no chão e germinam se encontrarem condições adequadas.
  • Forma-se o prótalo, uma estrutura com formato que lembra um coração e que produz gametas (gametófito).
  • Quando uma gotinha de água cai na superfície do prótalo, o anterozoide (gameta masculino) nada até a oosfera (gameta feminino). Na maioria das pteridófitas, o prótalo produz tanto anterozoides quanto a oosfera, mas eles amadurecem em momentos distintos. O que se observa nesses casos é que o anterozoide produzido em um gametófito fecunda a oosfera de outro gametófito.
  • Ocorre a fecundação.
  • Forma-se o zigoto.
  • Desenvolve-se o esporófito, que inicialmente está conectado ao gametófito. Assim que as raízes surgem, o gametófito desintegra-se.

Para saber mais sobre o tema, leia: Ciclo de vida das pteridófitas

Gametófito das pteridófitas

O gametófito é a fase da planta onde se observa a produção dos gametas, que, no caso das pteridófitas, são os anterozoides (gametas masculinos) e a oosfera (gameta feminino). O gametófito, que é chamado de prótalo em alguns grupos, surge após a germinação do esporo. Por produzir os gametas, o gametófito apresenta os anterídios (estrutura que forma os gametas masculinos) e os arquegônios (estrutura que forma os gametas femininos).

Esporófito das pteridófitas

O esporófito das pteridófitas é a fase dominante do ciclo de vida dessas plantas e apresenta como característica marcante a produção de esporos. Nessa fase, observam-se caules, folhas e raízes verdadeiras. Quando vemos uma samambaia com todas as suas folhas, estamos verificando a fase de esporófito dessa planta.

Classificação das pteridófitas

Segundo os autores Ray Evert e Susan Eichhorn, podemos classificar as plantas vasculares sem sementes atuais em dois filos: Lycopodiophyta e Monilophyta. No filo Lycopodiophyta, temos os licopódios e as selaginelas. No filo Monilophyta, temos as samambaias e as cavalinhas. Ainda de acordo com os autores, o termo “samambaia” é utilizado para identificar Ophioglossales, Marattiopsida e Polypodiopsida.

Diferenças entre pteridófitas e briófitas

As briófitas e pteridófitas são plantas relativamente simples e que se assemelham pela ausência de semente, flor e fruto e pela necessidade de água para a reprodução. Como principais diferenças entre esses dois grupos ,podemos citar:

  • Briófitas não possuem vasos condutores de seiva, sendo, portanto, avasculares. Em pteridófitas, xilema e floema são observados, sendo essas plantas, portanto, vasculares.

  • Nas briófitas, a fase do ciclo mais duradoura é a fase de gametófito; nas pteridófitas, a fase de vida mais duradoura é o esporófito, ou seja, a fase de vida produtora de esporos.

  • As briófitas não possuem corpo diferenciado em caule e folhas verdadeiras, diferentemente das pteridófitas, que apresentam essas estruturas.

Leia mais sobre esse grupo: Briófitas

Por Vanessa Sardinha dos Santos

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