Vamos ampliar um pouco mais nossa competência linguística? Estudando um pouco mais acerca das funções sintáticas dos pronomes relativos, ora!
Para que possamos apreender de forma concreta o assunto que por ora vamos estudar, seria muito interessante analisarmos juntos duas orações, que se encontram demarcadas a seguir:
O garoto é meu colega de classe.
O garoto se identifica bastante com o estudo da Língua Portuguesa.
Temos duas orações nas quais podemos constatar que, em se tratando do sujeito, esse se apresenta de forma idêntica em ambas, uma vez expresso por “o garoto”. Depois de identificarmos esse termo, tão importante na construção de uma oração, vamos tentar unir essas duas orações e fazer com que esse conjunto de termos se transforme em um período composto? Vamos lá?
O garoto que se identifica bastante com o estudo da Língua Portuguesa é meu colega de classe.
Temos agora um período composto, uma vez que constatamos a presença de mais de um verbo (identifica/é – verbo ser). Assim, notamos também que no lugar do sujeito da segunda oração foi colocada uma palavrinha, representada pela palavra que, cuja função é substituir o sujeito, de modo a evitar possíveis repetições. Essa palavra é um pronome relativo e, em decorrência de tal substituição, ocupa a função sintática de sujeito.
Percebeu? Já aprendemos uma das funções sintáticas dos pronomes relativos – a de sujeito. No entanto, precisamos nos conscientizar de que existem várias outras, que passaremos a conhecê-las a partir deste instante, por meio de alguns exemplos, é claro:
* O lugar era paradisíaco.
Não conhecíamos este lugar.
Vamos unir as duas orações?
O lugar, que não conhecíamos, era paradisíaco.
Fazendo a pergunta ao verbo, temos: O que não conhecíamos? O lugar.
Dessa forma, a função sintática do pronome relativo é a de objeto direto.
* O filme foi inesquecível.
Assistimos ao filme.
Unindo essas orações, obtemos:
O filme a que assistimos foi inesquecível.
Perceba que o verbo assistir classifica-se como transitivo indireto. Portanto, a função que podemos atribuir ao pronome relativo é a de objeto indireto.
* Conversamos com aquela garota.
Aquela garota passaria a ser nossa melhor colega.
Vamos, mais uma vez, juntar uma informação à outra, de modo a obtermos:
Aquela garota com quem conversamos passaria a ser nossa melhor colega.
Por meio de uma análise bem rápida, temos que ao conversarmos, sempre o fazemos com alguém, nunca sozinhos. Dessa forma, como se trata de um complemento acompanhado de uma preposição, temos que a função sintática que se atribui ao pronome relativo “quem” é a de objeto indireto.
* Goiânia é uma cidade.
O clima é muito quente nessa cidade.
Unindo as orações, temos:
Goiânia é uma cidade onde o clima é muito quente.
Acerca dessa constatação, temos que a função sintática que pode ser atribuída ao pronome relativo “onde” é a de adjunto adverbial de lugar.
*O enredo do livro é emocionante.
Nós lemos o livro.
Vamos uni-las?
Nós lemos o livro cujo enredo é emocionante.
Temos que o pronome relativo “cujo” dá um sentido de posse, ou seja, o enredo pertence ao livro. Partindo dessa constatação, temos que a função sintática do pronome relativo “cujo” é a de adjunto adnominal.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras