Não devemos confundir discordância gráfica com irregularidade verbal. Saiba o porquê, clicando aqui!
Antes de entrarmos no assunto, que juntinhos iremos discutir, convidamos você, querido (a) usuário (a), a acessar dois importantes textos: “Classificação dos verbos” e “Conjugação de alguns verbos irregulares”.
Agora você se lembrou do que já havíamos conversado, não é mesmo? Novamente perguntamos: por que será que alguns verbos, quando expressos na forma original, são grafados de uma forma; e quando conjugados há a mudança de algumas letrinhas? Será que se trata de uma discordância gráfica ou de uma irregularidade verbal?
Para descobrirmos a verdade, vamos analisar o que nos afirmam dois importantes autores da gramática que estudamos na escola, Celso Cunha e Lindley Cintra¹:
* Alguns verbos referentes à primeira conjugação, cujos radicais terminam em “-ç”, “-c” e “-g”, mudam essas letras, respectivamente, para “-qu”, “-c”, e “-gu”, sempre que o “-e” lhes seguir. Que tal conhecer alguns exemplos?
ficar – fiquei
justiçar – justicei
chegar – cheguei
* Os verbos referentes à segunda e terceira conjugações, cujos radicais terminam em “-c”, “-g” e “-gu”, mudam tais letras para, respectivamente, “-ç”, “-j” e “-g”. Vamos a mais alguns deles?
vencer – venço – vença
tanger – tanjo – tanja
erguer – ergo – erga
restringir – restrinjo – restrinja
extinguir – extingo – extinga
Como você pôde perceber, algumas mudanças ocorreram em função do que nos propõem as regras relacionadas à própria ortografia, fato que nos permite afirmar que se tratam de acomodações gráficas, não de irregularidades verbais. Gostou da descoberta?
¹CUNHA, Celso; LINDLEY CINTRA, Luís. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras