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Revoltas anabatistas

Descubra o que foram as revoltas anabatistas e as consequências delas derivadas nos principados alemães e suíços do século XVI.

Thomas Müntzer foi o principal líder das revoltas anabatistas do século XVI Thomas Müntzer foi o principal líder das revoltas anabatistas do século XVI

Um dos acontecimentos mais importantes da Idade Moderna foi a Reforma Protestante (ou reformas, no plural). Foi a partir do advento da Reforma, que teve seu início em 1517, nos principados alemães, sob a figura do monge agostiniano Lutero, que a situação política do continente europeu mudou drasticamente, pois muitos Estados romperam com o então hegemônico Sacro Império Romano-Germânico – instituição que mantinha, com a Igreja Católica, a estabilidade política na Europa. Dessa ruptura, nasceu uma onda de guerras civis que colocou em xeque essa estabilidade.

No epicentro da Reforma, isto é, onde ela de fato começou – nos principados alemães, mas também em outras regiões, como a Suíça –, o problema tornou-se grave logo a partir dos anos 1520. Isso ocorreu porque uma seita muito forte entre os alemães daquela época, chamada de anabatismo, viu no caminho aberto pela atitude reformista de Lutero a possibilidade de uma radicalização política contra a própria ordem social. Os anabatistas levavam esse nome por recusarem o batismo em idade infantil, reservando-o apenas à idade adulta, na qual o indivíduo estaria apto para decidir a respeito. Essas premissas remontavam ao início do cristianismo, mas tiveram seu cenário de atuação mais relevante no contexto do movimento luterano na Alemanha do século XVI.

O principal difundidor e defensor do anabatismo nessa época foi o alemão Thomas Müntzer (1490-1525), que se tornou inimigo de Lutero por esse último não apoiar as medidas radicais do anabatismo. As revoltas anabatistas começaram como reivindicação de medidas igualitaristas por parte de cavaleiros (ordem aristocrática mais baixa, em termos hierárquicos) e camponeses. Cavaleiros e camponeses anabatistas associaram-se contra a alta aristocracia e clero, que detinham grande parte das terras cultiváveis daquela época. As exigências dos revoltosos iam desde a abolição da servidão até a divisão comunitária das terras.

Lutero opôs-se drasticamente à radicalização da revolta, e os principados alemães e suíços perseguiram e condenaram à morte dezenas de milhares de anabatistas, que foram acusados não apenas de heresia, mas também, na esfera civil, por insurreição política e perturbação social.


Por Me. Cláudio Fernandes

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