A Reforma Protestante, iniciada em 1517, deu origem a novas doutrinas cristãs no continente europeu. O grande reformador foi o monge alemão Martinho Lutero.
A Reforma Protestante foi o movimento de reforma religiosa que aconteceu na Europa a partir de 1517. Por meio desse movimento, novas doutrinas religiosas surgiram e novas igrejas cristãs se estabeleceram no continente europeu, como as igrejas Luterana, Anglicana e Calvinista. Esse movimento reformista foi iniciado por Martinho Lutero, um monge alemão.
Lutero se opunha à prática das indulgências e passou a defender a ideia de salvação pela fé. Considera-se que a Reforma Protestante se iniciou quando Lutero supostamente pregou as 95 teses na porta de uma igreja em Wittenberg. Outros importantes reformadores foram João Calvino e Thomas Müntzer.
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A Reforma Protestante foi o movimento de reforma religiosa que aconteceu na Europa no século XVI.
Foi motivado pela insatisfação com a riqueza e corrupção da Igreja Católica.
Foi iniciado por Martinho Lutero, monge alemão.
A Igreja Católica usou a Contrarreforma para enfraquecer e reprimir o protestantismo.
Alguns reformadores importantes foram João Calvino, Thomas Müntzer, Jan Huss, Ulrich Zwingler, entre outros.
No início do século XVI, a Europa passava por profundas transformações que evidenciavam a passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Essas mudanças aconteciam em diferentes âmbitos e eram percebidas no contexto político, social, cultural e econômico. Essas mudanças impactaram significativamente o status da Igreja Católica.
Até então, a Igreja Católica era uma das instituições mais poderosas da Europa, possuindo um enorme poderio político e econômico e influenciando marcadamente a cultura europeia. Entretanto, a religião perdia espaço em uma Europa influenciada pela cultura renascentista, que passou a defender uma visão mais secular do mundo.
Além disso, a reputação da Igreja Católica estava profundamente abalada pelas práticas dessa instituição. As críticas denunciavam a Igreja por ser cada vez mais rica e corrupta, e por estar se afastando do real propósito do cristianismo. A usura, a corrupção e o abuso de poder da Santa Sé foi denunciado por religiosos, como Jan Huss e John Wycliff, por exemplo.
Considera-se que quem deu início à Reforma Protestante foi Martinho Lutero, um monge alemão que não concordava com determinadas práticas da Igreja, mas que também passou a defender posições doutrinárias distintas daquelas defendidas na Santa Sé. Enquanto membro do clero católico, Lutero desejava uma reforma no interior da Igreja.
De toda forma, entre as principais causas que explicam o início da Reforma Protestante estão:
a venda de indulgências praticada pela Igreja;
a corrupção do clero por meio de práticas como a simonia;
incômodo com o acúmulo de poder e riquezas pela Igreja Católica;
interesse de muitos monarcas de enfraquecer o poderio da Igreja Católica;
desejo de muitos reinos europeus de conquistar maior autonomia econômica com o enfraquecimento da Igreja Católica.
O ponto de partida para que a Reforma Protestante se iniciasse, no entanto, foi a indignação da Martinho Lutero com a cobrança de uma nova indulgência que estava sendo realizada pelo Arcebispo de Mainz, em Wittenberg. Além disso, Lutero passou a acreditar que a salvação de uma pessoa dependia mais de sua fé do que de ações, como as indulgências.
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Os grandes reformadores existentes na Reforma Protestante foram:
Martinho Lutero, responsável pelo surgimento da Igreja Luterana;
João Calvino e Ulrich Zwingli, os dois grandes nomes do calvinismo na Europa;
Henrique VIII, rei da Inglaterra e responsável pelo surgimento da Igreja Anglicana. O papel de Henrique VIII, no entanto, é mais político do que teológico.
Outros importantes nomes de impacto na disseminação e consolidação do credo protestante foram Johannes Bugenhagen, Johannes Brenz, Martin Bucer, Thomas Müntzer e Philipp Melanchton. Muitos historiadores colocam os já mencionados Jan Huss e John Wycliff como importantes reformadores pelo seu papel como precursores da Reforma.
Um momento crucial na história da Reforma Protestante foi a divulgação das 95 teses de Martinho Lutero. Nesse documento, Lutero estabelecia 95 críticas a diversas práticas da Igreja, entre as quais estavam críticas às indulgências, a usura da Igreja, sua corrupção, entre outras. O nome oficial desse documento é Disputação do doutor Martinho Lutero sobre o poder e eficácia das indulgências.
A tradição protestante afirma que esse documento foi pregado por Martinho Lutero na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517. Esse acontecimento, no entanto, não tem comprovação na historiografia, e muitos historiadores apontam que o documento, na verdade, era uma carta que Lutero escreveu para Alberto de Mainz, o arcebispo responsável pela indulgência.
Esse documento foi muito importante para o crescimento da Reforma Protestante porque serviu de manifesto contra as práticas da Igreja. Esse documento foi largamente replicado na Europa a partir da imprensa, uma invenção do século XV.
Com a Reforma Protestante se consolidou o protestantismo, isto é, o conjunto de doutrinas religiosas que surgiram a partir de críticas às práticas da Igreja Católica e a partir de novas interpretações realizadas da leitura da Bíblia. A partir do protestantismo se consolidou novas denominações, como os luteranos, anglicanos e calvinistas.
As críticas à Igreja e a propagação das doutrinas protestantes fizeram com que a Igreja Católica reagisse para impedir que mais fiéis se convertessem ao protestantismo. Com isso, uma série de medidas vão ser tomadas pela Igreja Católica com o objetivo de frear o avanço do protestantismo e reforçar a doutrina Católica na Europa e em outros locais do planeta.
Entre algumas das medidas estabelecidas pela Igreja Católica na Contrarreforma estão:
convocação do Concílio de Trento;
criação de seminários para reforçar a formação dos sacerdotes;
fortalecimento da Inquisição para reforçar a repressão contra os protestantes;
criação da Companhia de Jesus, ordem religiosa com vocação missionária.
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Uma das principais iniciativas da Igreja Católica no âmbito da Contrarreforma foi a realização do Concílio de Trento, realizado em três momentos distintos: 1545-1547, 1551-1552 e 1562-1563. Entre as medidas tomadas pela Igreja Católica no Concílio de Trento, destacam-se:
negação da doutrina luterana;
proibição das indulgências;
criação do Index, uma lista de livros que eram proibidos de serem lidos;
confirmou a validade da doutrina da infalibilidade do papa, etc.
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A Reforma Protestante mudou radicalmente a história do continente europeu. Entre as consequências desse acontecimento destacam-se:
Divisão no interior da Igreja Católica com o surgimento de novas doutrinas.
Enfraquecimento da Igreja Católica, em especial em regiões como o Norte da Europa.
Aumento dos conflitos motivados por diferenças religiosas, como a Guerra dos Trinta Anos.
Incentivo à alfabetização nos locais que adotaram o protestantismo.
Incentivo à laicização do Estado.
Fontes
MATOS, Alderi. A REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI. Disponível em: http://www.faifa.edu.br/revista/index.php/voxfaifae/article/view/24/43
IHU. Lutero e a Reforma: 500 anos depois. Um debate. Revista do Instituto Unisinos. Nº 514 | Ano XVII | 30/10/2017. Disponível em: https://www.ihuonline.unisinos.br/media/pdf/IHUOnlineEdicao514.pdf
CORDEIRO, Tiago. Há exatos 502 anos, Papa Leão X excomungava Martinho Lutero. Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/reforma-protestante-1521-o-papa-excomunga-martinho-lutero.phtml.
KRÄMER, Klaus. Martinho Lutero, o monge que revolucionou o mundo. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/martinho-lutero-o-monge-que-revolucionou-o-mundo/a-36213487.