Qual matéria está procurando ?

História

História

Guerra dos Trinta Anos

Saiba o que foi a Guerra dos Trinta Anos e qual é sua importância para se compreender a Idade Moderna.

Congresso de Münster, crucial para o estabelecimento da Paz de Vestfália Congresso de Münster, crucial para o estabelecimento da Paz de Vestfália
  • O que foi a Guerra dos Trinta Anos?

Tendo durado de 1618 a 1648, a Guerra dos Trinta Anos foi o maior conflito armado da Idade Moderna e resultou na morte de quatro milhões de pessoas – considerando que a região da Europa Central tinha um total de 20 milhões de habitantes à época. Essa guerra consistiu no momento mais violento das guerras civis religiosas, provocadas pela Reforma Protestante e pela Contrarreforma Católica.

O que estava em questão eram as tentativas de emancipação política que algumas regiões influenciadas pelo protestantismo almejavam – emancipação essa do jugo do Sacro Império Romano-Germânico, amparado pela Igreja Católica. Por essa razão, o epicentro da guerra partiu dos principados alemães, que circundavam o centro do Sacro Império. Veja o que diz o pesquisador Henrique Carneiro:

A Guerra dos Trinta Anos foi, por um lado, uma guerra civil alemã, entre regiões que queriam autonomia diante do poder imperial e outras que sustentavam o Império, cuja capital estava em Viena. Por outro lado, foi um conflito internacional entre os defensores católicos do imperador austríaco do Sacro Império Romano Germânico, aliado a seu parente espanhol, Filipe III, ambos da dinastia Habsburgo, contra uma coligação protestante de principados alemães, a Holanda, a Dinamarca, a Suécia e mais a católica França. [1]

As alianças entre as casas aristocráticas funcionaram como um “efeito cascata” para a guerra. De conflito localizado passou-se a uma grande sequência de batalhas na Europa central, que podem ser dividas cronologicamente em cinco fases, cada uma centrada em uma região específica, como disposto a seguir: 1) fase da Boêmia, de 1618 a 1621; 2) fase do Palatinado, de 1621 a 1624; 3) fase dinamarquesa, de 1625 a 1630; 4) sueca, de 1630 a 1934; 5) fase francesa, de 1634 a 1648.

  • Desenvolvimento da guerra

O conflito teve seu desenvolvimento a partir de dois blocos bem definidos, o bloco dos Habsburgo. Liderado por Fernando da Estíria, Áustria e Hungria, então Sacro imperador, e o bloco dos rebeldes protestantes, concentrados na Boêmia e outras regiões da Alemanha, como Palatinado, e nações como Países Baixos, Suécia, Dinamarca e Inglaterra. Além destes, contra o Sacro Império, se posicionou a França, que, apesar de católica, entrou no fim da guerra, ao lado dos protestantes, por temer o avanço da aliança espanhola-austríaca. Como diz Henrique Carneiro:

O objetivo principal da França era neutralizar o poderio espanhol e austríaco, em que dois ramos da mesma dinastia Habsburgo se uniam na missão de restaurar a ''monarquia universal'' representada pela união de interesses entre o Império e a Contrarreforma. Por isso, em função de seu interesse nacional, a França defendeu os direitos religiosos dos protestantes alemães, embora enfrentasse, no mesmo período, em seu próprio território, rebeliões protestantes em la Rochelle. [2]

Foi com a participação efetiva da Suécia e, depois, com a entrada da França que a guerra teve seu fim de fato.

  • Paz de Vestfália

Nos três anos finais da guerra, tanto o lado protestante quanto o lado católico começaram a traçar planos para pôr um ponto final nos conflitos. Para tanto, uma série de tratados começou a ser redigida. Esses tratados previam uma “paz” a partir da negociação de territórios e reconhecimentos de autonomia política.

Como tinha intervindo ao fim da guerra e com um exército bastante poderoso, uma das principais beneficiadas com o conflito foi a França. Todavia, os tratados da Paz de Westfália também determinaram outras transformações, como indica o pesquisador Henrique Carneiro:

[...] o primeiro [dos tratados] foi entregue à Espanha e aos Países Baixos (30 de janeiro de 1648), em Münster. Alguns meses mais tarde firmou-se o tratado entre o Império (Fernando III), os príncipes germânicos (especialmente Brandenburgo e Bavária), a França, a Suécia e o Papado, em Osnabrück e Münster (24 de outubro de 1648).” [3]

Essa série de tratados ficou conhecida como “Paz de Vestfália”, que só seria de fato abalada com a Revolução Francesa e as subsequentes guerras napoleônicas.

NOTAS

[1] CARNEIRO, Henrique. “Guerra dos Trinta Anos”. In: MAGNOLI, Demétrio (org.). História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2013. p. 166.

[2] Idem. p. 167.

[3] Ibidem. p. 185.



Por Me. Cláudio Fernandes

Por Cláudio Fernandes

Você pode se interessar também

História

Contrarreforma Católica

História

Guerra Fria

História

Guerra das Rosas

História

Guerra dos Cem Anos

Últimos artigos

Eva Furnari

Eva Furnari é uma famosa escritora brasileira. Seus livros são divertidos e apresentam personagens mais complexos. O livro Felpo Filva é uma de suas obras mais conhecidas.

Reticências

As reticências são um sinal de pontuação que funciona como uma pequena pausa, usado para criar um efeito especial de hesitação ou de suspense na fala ou na narração.

Brasil Império

O Brasil Império foi o período em que o Brasil foi governado por uma monarquia constitucional. Nesse período, o Brasil teve dois imperadores: Dom Pedro I e Dom Pedro II.

7 Maravilhas do Mundo Antigo

As 7 Maravilhas do Mundo Antigo eram obras arquitetônicas e artísticas extraordinárias que representavam o ápice da engenhosidade e da cultura das civilizações antigas.