O Período Joanino se iniciou com a transferência da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, e foi marcado por transformações importantes para nosso país.
Período Joanino foi a época da história brasileira que se estendeu de 1808 até 1821 ou 1822, a depender da interpretação que se faz do evento. Esse período foi iniciado quando a família real portuguesa mudou-se para o Brasil, em 1808, fugindo das tropas francesas que invadiram Portugal por conta das guerras napoleônicas.
A presença de D. João VI e da família real no Brasil resultou em uma série de transformações, que, segundo os historiadores, contribuíram significativamente para antecipar o processo de independência do Brasil, em 1822.
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O Período Joanino é o período que se iniciou com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808.
Essa mudança foi tomada pelo regente Dom João (futuro Dom João VI) por conta da invasão de Portugal pelos franceses.
A família real portuguesa se estabeleceu no Rio de Janeiro, cidade que passou por intensas transformações.
O Brasil passou por um intenso processo de modernização econômica e política e teve seu processo de independência acelerado.
D. João VI retornou para Portugal em 1821, mas seu filho permaneceu no Brasil como regente.
O Período Joanino é um período da história brasileira que se iniciou com a transferência da família real portuguesa para o Brasil, em 1808. Isso ocorreu porque tropas francesas invadiram o território português, assim a família real decidiu fugir e se estabeleceu no Rio de Janeiro.
Esse fato trouxe inúmeras transformações para o Brasil, como abertura e modernização econômica, mudanças no status político do país, desenvolvimento científico e artístico, entre outras. Essas mudanças foram conduzidas por D. João VI (assumiu como rei oficialmente em 1816) e contribuíram para a modernização e desenvolvimento do Brasil, mas não agradaram a uma parcela da burguesia portuguesa.
Muitos historiadores estabelecem que o Período Joanino se encerrou quando D. João VI retornou para Portugal, em abril de 1821, após ser forçado pelas Cortes Gerais e Extraordinárias do país. Outros historiadores, por sua vez, entendem que a regência de Pedro de Alcântara também fez parte do Período Joanino, logo esse período teria se encerrado somente com a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822.
A presença da família real portuguesa no Brasil teve relação direta com eventos que estavam acontecendo na Europa do século XIX. Em 1806, por ordem do imperador francês, Napoleão Bonaparte, todos os países da Europa foram proibidos de comercializar com a Inglaterra. Essa medida, conhecida como Bloqueio Continental, fazia parte da luta travada entre França e Inglaterra e buscava enfraquecer economicamente os ingleses.
Como os portugueses se recusaram a aderir ao Bloqueio Continental, Napoleão Bonaparte ordenou que o país fosse militarmente invadido pelas tropas francesas, o que ocorreu a partir de 1807 . D. João, regente de Portugal, sabia que seu país não possuía condições de resistir às tropas francesas e, assim, ordenou a transferência da corte local para o Brasil.
De 25 a 27 de novembro de 1807, foram embarcadas às pressas de 10 a 15 mil pessoas. Além disso, com a corte portuguesa, foram trazidos ao Brasil todo o tesouro real, objetos que formaram a Biblioteca Nacional e outros objetos de valor. Os relatos contam da desorganização do embarque e das dificuldades enfrentadas durante a viagem.
A viagem foi realizada com suporte dos britânicos, os responsáveis por escoltar a frota portuguesa em segurança até o Brasil. O regente português aportou primeiramente em Salvador e depois se estabeleceu no Rio de Janeiro.
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Como características importantes do Período Joanino, podem ser destacadas:
abertura e modernização econômica do Brasil;
forte presença inglesa na economia brasileira;
transformações no status político do Brasil;
urbanização;
incentivo à educação, cultura e artes;
insatisfações com a presença da corte portuguesa, etc.
Após a derrota de Napoleão Bonaparte e a realização do Congresso de Viena, o rei português passou a sofrer pressão das nações europeias para que retornasse, pois consideravam absurdo um rei europeu estar instalado em uma colônia. D. João VI, que estava muito bem adaptado ao Rio de Janeiro, decretou em resposta à elevação do Brasil para a condição de reino. Na prática, o Brasil deixava de ser uma colônia e equiparava-se ao restante do território português, formando o Reino de Portugal, Brasil e Algarves.
D. João VI permaneceu no Brasil durante mais alguns anos, porém, em virtude da Revolução Liberal do Porto, o rei português, para manter-se no trono, viu-se obrigado a retornar. A burguesia portuguesa rebelou-se em 1820 e passou a exigir mudanças, sendo uma delas o retorno imediato do rei para Lisboa.
O retorno de D. João VI aconteceu em 1821, pois ele temia perder o trono. As demandas da burguesia portuguesa e a intenção de rebaixar o Brasil novamente à condição de colônia contribuíram para que D. Pedro I, filho de d. João VI e regente do Brasil, conduzisse o processo de independência do Brasil, concretizado oficialmente em 1822.
A família real e toda a corte portuguesa chegaram ao Brasil em janeiro de 1808, na cidade de Salvador. A primeira grande mudança ordenada por D. João VI foi a abertura dos portos brasileiros a todas as nações amigas. Essa era uma medida óbvia de acontecer, mas, de qualquer maneira, representou um grande salto para a economia do país, que agora poderia comercializar livremente com a grande potência econômica da época — a Inglaterra.
No campo econômico, D. João VI também revogou a proibição que existia sobre a instalação de manufaturas no país. Por ordem do rei português, permitiu-se a construção de manufaturas no Brasil e criaram-se mecanismos para incentivar e baratear a compra das matérias-primas necessárias. Essas medidas, no entanto, não tiveram o resultado esperado.
As mudanças que aconteceram no aspecto econômico favoreceram principalmente os comerciantes ingleses, que se estabeleceram em bom número no porto da cidade do Rio de Janeiro. Além disso, foi estipulado em negociação pelos dois países que as taxas alfandegárias sobre as mercadorias inglesas seriam de apenas 15%. Esse acordo ficou conhecido como Tratado de Navegação e Comércio e foi assinado em 1810.
A presença da corte portuguesa no Brasil também contribuiu para o desenvolvimento da vida cultural, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Foram construídos no Rio de Janeiro museus, bibliotecas, teatros etc. Além disso, a presença de tipografias contribuiu para o desenvolvimento da imprensa e aumentou a circulação de ideias no país. O crescimento da vida cultural no Rio de Janeiro atraiu uma série de artistas e intelectuais estrangeiros.
Nas questões que envolviam a política externa, D. João VI envolveu-se em dois conflitos: o primeiro aconteceu em 1809, quando foi ordenada a invasão da Guiana Francesa. Esse conflito foi uma represália à invasão de Portugal pelas tropas francesas. O outro conflito ocorreu a partir de 1811 pela posse da Cisplatina – região que corresponde atualmente ao Uruguai.
O Período Joanino causou inúmeras transformações no país, com destaque para a abertura econômica do país por meio de atos como a abertura dos portos e também com o incentivo ao desenvolvimento de manufaturas no Brasil. Além disso, houve um forte incentivo à educação e desenvolvimento cultural, sobretudo no Rio de Janeiro. Politicamente, o Brasil passou por uma mudança expressiva ao ser elevado à condição de reino, o que na prática fez com que o Brasil deixasse de ser uma colônia.
A modernização que o país sofreu durante o Período Joanino beneficiou as elites brasileiras, tornando impensável aceitar a exigência por recolonizar o Brasil feito pelas Cortes Gerais e Extraordinárias. Essa disputa foi o cerne do movimento de independência do Brasil. Sendo assim, na ótica de muitos historiadores, o Período Joanino contribuiu por acelerar o processo de independência do Brasil.
A importância do Período Joanino pode ser destacada pelos seguintes itens:
modernização econômica do Brasil;
incentivo à educação, artes e cultura;
elevação do status político do Brasil;
aceleração do processo de independência do Brasil.
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Questão 01
Que província brasileira se rebelou contra a presença da família real no Brasil e as consequências disso?
a) Bahia
b) Rio Grande do Sul
c) Cisplatina
d) Pernambuco
e) Rio de Janeiro
Resposta: Letra D. A Revolução Pernambucana de 1817 foi um movimento separatista que ocorreu em Pernambuco, sendo motivado também pela presença da família real portuguesa e o aumento de impostos que isso representou para a província de Pernambuco. Foi um movimento influenciado por ideais republicanos, mas foi derrotado pelas tropas de D. João VI.
Questão 02
Qual dos eventos abaixo não tem relação com o Período Joanino e o contexto da independência do Brasil?
a) Dia do Fico
b) Cumpra-se
c) Confederação do Equador
d) Invasão da Guiana Francesa
e) Alvará de Liberdade Industrial
Resposta: Letra C. Dos eventos mencionados, a Confederação do Equador não tem relação com o contexto do Período Joanino e nem com a independência do Brasil. Esse evento foi um movimento separatista que aconteceu no Nordeste, sendo influenciado por ideais republicanos e motivados por insatisfações com o reinado de D. Pedro I durante o Primeiro Reinado.
Fontes
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
SKIDMORE, Thomas E. Uma História do Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.