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Pão e circo

A política do pão e circo foi uma prática do Império Romano iniciada pelo imperador Otávio Augusto. Consistia em estabelecer meios para alienar os plebeus em Roma.

Coliseu, em Roma, local que sediava práticas da política pão e circo. O Coliseu sediava práticas da política do pão e circo, como a luta entre gladiadores.

A política do pão e circo era uma prática romana que se consolidou durante a fase imperial, sendo iniciada pelo imperador Otávio Augusto e registrada pelo poeta Juvenal. Consistia em estabelecer meios para agradar à população plebeia, mantendo-a alienada e satisfeita.

Por meio dessa política, as autoridades romanas distribuíam pão e trigo para os plebeus, além eventos para entreter essa população no Coliseu e no Circo Máximo. Apesar dessas tentativas, muitos historiadores atuais entendem que tais práticas eram muito limitadas para manter o povo totalmente alheio à política.

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Resumo sobre pão e circo

  • A política do pão e circo foi estabelecida em Roma por Otávio Augusto.

  • Tinha como objetivo manter os plebeus alienados da política romana.

  • Promovia a distribuição de alimento e a organização de eventos para divertir a plebe.

  • Foi relatada por um poeta chamado Juvenal.

  • Muitos historiadores questionam se o pão e circo teve tanta influência quanto se acredita.

O que foi a política do pão e circo?

A política do pão e circo é entendida na historiografia como uma prática dos governos romanos durante a fase imperial. Consistia na distribuição de pão e trigo na cidade de Roma e na realização de eventos, como lutas de gladiadores e corridas de bigas no Coliseu e no Circo Máximo.

Os alvos dessa política eram os plebeus, a classe de despossuídos na sociedade romana. A política em questão foi enxergada na historiografia como uma postura dos governos romanos para manter os plebeus minimamente satisfeitos, evitando qualquer possibilidade de revolta social em Roma.

Uma visão mais tradicional da historiografia entende que os plebeus eram despolitizados pela elite romana por meio do pão e circo, mas uma pesquisa mais recente afirma que suas práticas não eram fortes o suficiente para alienar a população romana a ponto de mantê-la despolitizada.

Origem da política do pão e circo

A política do pão e circo foi estabelecida no reinado de Otávio Augusto, imperador que inaugurou a fase imperial romana, em 27 a.C. Foi estabelecida como forma de manter o controle sobre a população plebeia.

A prática consistia na já mencionada distribuição de pão e trigo para a plebe como forma de reforçar a alimentação dessa classe. Além disso, eram organizados eventos de entretenimento da população (o circo), e os principais eventos nesse sentido eram as lutas de gladiadores e as corridas de bigas.

Os historiadores apontam que o termo “pão e circo” como definição dessa política se estabeleceu com base em relatos de Juvenal, um poeta, por volta do ano 100 d.C. Segundo ele, a prática era utilizada como forma de controle social.

A origem do pão e circo é entendida como fruto das mudanças em curso na sociedade romana. A cidade de Roma era o grande centro das tensões sociais existentes entre plebeus e patrícios, uma vez que aqueles viviam em condições cada vez mais miseráveis.

O aumento do trabalho escravizado fez com que milhares de camponeses perdessem os seus empregos, sendo forçados a se mudarem para a Roma. A superlotação da cidade trouxe problemas, pois não havia moradia, emprego nem alimentos para todos. Essa situação de miséria se intensificava com a má administração romana, interessada em manter os privilégios dos patrícios.

Quais os objetivos da política do pão e circo?

A condição de vida enfrentada pelos plebeus aumentava a possibilidade de rebeliões, e a política do pão e circo buscava exatamente evitar que isso acontecesse. Sendo assim, o grande objetivo dessa prática era de evitar que a população plebeia se rebelasse. Para isso, o governo romano distribuía pão e trigo para atenuar a fome do povo e financiava eventos no Coliseu e Circo Máximo como forma de entretenimento.

A comida e a diversão tinham como objetivo alienar o povo, despolitizando-o e mantendo-o alheio aos problemas da sociedade romana. Isso fazia com que a classe permanecesse distante dos assuntos políticos, aceitando as condições que vivia. É importante reforçar que muitos historiadores questionam a efetividade dessa política, alegando que a distribuição de comida não era suficiente e que os plebeus mantinham-se atentos aos problemas e à política de Roma.

Leia mais: Espártaco — famoso escravo que viveu na civilização romana e contra ela se rebelou, comandando uma revolta de 70 mil escravos

Características da política do pão e circo

As duas grandes práticas da política do pão e circo eram:

  • distribuição de alimentos (pão e trigo) para atenuar a fome dos plebeus;

  • realização de eventos no Coliseu e no Circo Máximo a fim de garantir diversão para a população.

Política do pão e circo no Brasil

Com base na política do pão e circo utilizada pelos romanos durante a fase imperial, muitas pessoas fazem um paralelo dela com a realidade atual, comparando tais ações com as de gestores públicos brasileiros, tidas como uma manifestação moderna do pão e circo.

Nesse sentido, entende-se que algumas benesses e alguns programas em benefício da população são uma manifestação moderna do “pão”; e o “circo” seriam os grandes eventos financiados pelas administrações públicas, como as festas de fim de ano.

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Exemplos atuais da política do pão e circo

Na ótica de muitos grupos políticos, sobretudo aqueles de ideologias conservadoras, entende-se que os programas de distribuição de renda, que procuram combater a desigualdade social e a pobreza extrema via assistencialismo, são manifestações da política do pão e circo. Grupos com ideologias progressistas não concordam com essa ótica, pois entendem que os programas assistenciais são fundamentais para reduzir a pobreza e a desigualdade social do país.

Muitas críticas também são feitas aos grandes eventos financiados pelas prefeituras, por exemplo. Dentre esses eventos, destacam-se os grandes shows com artistas de grande circulação da música brasileira. Esses gastos são considerados desnecessários por muitos que consideram que a verba pública poderia ser melhor aplicada.

Fontes

GRANETTO, D. & FEITOSA, L. Representações do conceito “pão e circo” em Roma e no Brasil. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/phoinix/article/view/43105/28883

GONÇALVES, J. Pão e circo, ou a morte do outro. Disponível em: https://periodicos.furg.br/biblos/article/view/838/322

SOARES, S. Brasil, a continuidade da política pão e circo ou é só impressão? Disponível em: https://ojs.franca.unesp.br/index.php/estudosjuridicosunesp/article/view/236/285

ARAÚJO, A & VIEIRA, A. As visões historiográficas sobre pão e circo. Disponível em: http://www.nehmaat.uff.br/revista/2015-1/artigo01-2015-1.pdf

Por Daniel Neves Silva

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