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Invasões normandas

Clique e saiba o que foram as invasões normandas. Descubra a origem, os objetivos e as estratégias dos invasores.

Ilustração do século XIX retrata o principal modelo de um navio normando Ilustração do século XIX retrata o principal modelo de um navio normando

Os normandos foram vikings que se fixaram no Norte da França (na região da Normandia) a partir das invasões iniciadas no século IX. O estabelecimento dos normandos na região aconteceu com a fundação de um reino liderado por Rollo em 911. O objetivo dos invasores era garantir riquezas por meio do saque. Essas invasões enfraqueceram-se a partir da segunda metade do nono século.

Quem eram os povos normandos?

Os normandos, que iniciaram as invasões ao reino franco no século IX, eram originários da Escandinávia, portanto, eram vikings. Eram chamados de nortmanni, que significava “homens do norte” para os francos. A partir do estudo das invasões vikings ao reino dos francos, sabe-se que eram compostas, principalmente, por dinamarqueses. Os demais povos vikings escandinavos priorizavam expedições para outras regiões. Por exemplo, os suecos preferiram o Leste Europeu, enquanto os noruegueses ocuparam-se mais com a Escócia, Irlanda e Islândia.

Qual era o objetivo das expedições dos normandos?

As expedições vikings na região do reino dos francos eram motivadas pela obtenção de riquezas. Os escandinavos viram naquela terra desprotegida o local perfeito para realizar os seus objetivos. Eles atacavam cidades, aldeias e, principalmente, as abadias e preferiam saquear itens de ouro e prata, mas, se não houvesse esses itens, saqueavam tudo que aparentasse possuir algum valor.

Como aconteciam as invasões normandas?

As invasões tinham como principal característica o fator surpresa. Os normandos escolhiam o local e faziam um ataque sorrateiro sobre a região. Além disso, os ataques eram realizados em grande velocidade, o que diminuía a possibilidade de a população local organizar suas defesas.

O principal meio de transporte utilizado pelos invasores era o navio, com o qual se deslocaram da Escandinávia até o reino dos francos. Os primeiros ataques concentraram-se nas regiões litorâneas da Frísia (atual Holanda e Bélgica) e da Normandia (atual França). Entretanto, à medida que esses locais se empobreciam por causa dos ataques, os normandos passaram a invadir o interior do reino dos francos, navegando pelos rios da região.

Assim, os normandos atacaram localidades ribeirinhas, como aldeias e abadias. Ao longo do século IX, porém, eles passaram a aderir ao uso do cavalo e a instalar acampamentos na região. Isso ampliou o raio de ação deles, mas também aumentou as possibilidades de emboscadas dos defensores.

Fase do pânico

A primeira metade do século IX, principalmente, foi marcada pela falta de reação dos francos contra as invasões normandas. Havia pouquíssima resistência organizada contra os invasores, que ainda era sabotada por nobres pouco dispostos a usar suas tropas. Assim, a solução para evitar os ataques dos normandos era a fuga e o suborno.

Sem o apoio dos nobres, os reis francos, muitas vezes, eram obrigados a pagar aos normandos para que saíssem do reino. Essa ação ficou conhecida como Danegeld (tributo dinamarquês). O historiador Albert D’Haenens|1| conta de uma série de tributos pagos pelos francos aos dinamarqueses ao longo do século IX, como nos anos de 845, 853, 860, 861, 862 etc.

O Danegeld tinha caráter provisório, pois os normandos sempre retornavam em troca de novos subornos. Caso não recebessem o tributo, os dinamarqueses saqueavam a região. D’Haenens também aponta que, pelo que é sabido hoje em dia, os francos deram aos normandos, em tributos, cerca de 39 mil libras (aproximadamente 18 mil quilos) em metais preciosos. Além disso, esse estudioso afirma que esse número, provavelmente, representa apenas um terço de todo o metal precioso dado em tributo aos invasores.

Já as fugas aconteceram em massa por todo o reino dos francos, principalmente por parte dos padres católicos. As abadias eram os principais alvos dos normandos pela grande quantidade de riqueza. Assim, quando os religiosos recebiam a notícia da aproximação de normandos, iniciavam uma fuga desesperada em que levavam toda a riqueza possível, além de desenterrar as relíquias sagradas. Os padres que fugiam permaneciam em exílio por cerca de um ano.

A resistência franca

A resistência dos francos organizou-se, principalmente, a partir da segunda metade do século IX. O principal responsável por organizar as defesas contra os normandos foi o rei Carlos, o Calvo. A partir das iniciativas dele, foram construídas proteções em locais que eram alvos em potencial dos normandos.

Dessa forma, torres de vigilância garantiram aos francos uma visão panorâmica, que retirava o principal trunfo dos normandos: o elemento surpresa. Além disso, fortalezas foram construídas ao longo do reino para garantir melhores vistas sobre o território. Nas cidades, a defesa foi reforçada com a construção de muralhas, fossos de proteção etc. A cidade de Paris transformou-se em prioridade na edificação de mecanismos de defesa.

Essas estruturas de defesa foram fundamentais para derrotar os normandos que cercaram Paris em 885 e 886. O relato do ataque a essa cidade conta que os defensores lançaram óleo fervente e cera derretida sobre os normandos que tentavam escalar os muros parisienses. Na falta desses produtos, qualquer coisa que pudesse machucar era utilizada como arma e lançada contra os invasores.

Como os normandos não traziam armas de arco, sobretudo aríetes (máquinas de guerra para arrombar portas e desfazer muralhas), por serem muito pesadas, era necessário construí-las pouco antes dos ataques. Além disso, as armas de cerco dos normandos eram muito fracas para derrubar as muralhas dos francos. Assim, com o desenvolvimento das defesas francas, as invasões normandas enfraqueceram-se a partir do século X.

|1| D’HAENENS, Albert. As Invasões Normandas: Uma catástrofe? São Paulo: Perspectiva, 1997, p. 45.


Por Daniel Neves
Graduado em História

 

Por Daniel Neves Silva

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